Neste sábado (15), aconteceu o aulão gratuito de defesa pessoal para mulheres no bairro Guanandi, em Campo Grande. A iniciativa reuniu em torno de 30 mulheres, que procuraram a aula para aprender a lutar, mas também, como se desvencilhar e sair de situações de agressividade.
O projeto existe desde 2017, e surgiu da vontade de orientar e ajudar mulheres em situação de perigo. A policial civil Lucimara Jara é quem ministra as aulas, e ela acredita que o combate deve ser em último caso. “Nesse projeto, eu oriento as meninas ao contrário, o combate deve ser em último caso, eu não me aproximo do agressor, eu me afasto”, explica a policial.

A aula deste sábado surgiu como uma homenagem pelo dia das mulheres e enfrentamento a violência doméstica. Uma das participantes, Tati Melo, é a Primeira Secretária do Conselho de Segurança do Guanandi, e ela pretende levar às aulas para outros bairros da cidade. “O conselho está convidando outros presidentes de bairros, para que juntos, possamos levar esse conhecimento a todas as mulheres, precisamos empoderar e encorajá-las”, reforça.
“Ninguém é dono de ninguém”, diz advogada que participou do aulão
A advogada Adriane Cardoso, de 46 anos, já sentiu na ‘pele’ a dor de ser vítima de tentativa de feminicídio, o seu ex-marido tentou matá-la e queimou sua casa. Hoje em dia, ela tem uma medida protetiva contra ele, e incentiva outras mulheres a se defenderem e procurar ajuda.
“É importante divulgar para as mulheres que elas têm o direito de autodefesa, que elas têm o direito de procurar ajuda e, de alguma forma, se defender e não morrer”, afirma.
Adriane participou da aula de defesa pessoal, mas reforça que a mulher também pode procurar a justiça para se defender. “O que nós estamos vendo nos últimos tempos é que os homens acham que tem poder sobre as mulheres, e ninguém é dono de ninguém. A mulher tem que se defender, não só através da autodefesa, mas através da justiça também”, reforça a advogada.

*Com participação de Débora Oliveira.
📍 Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos finais de semana.
Além da DEAM, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
☎️ Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180, é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os finais de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.