Autoridades de saúde do Paraguai confirmaram o primeiro caso de sarampo no País em dez anos nesta segunda-feira (4), em uma criança que mora a apenas 260 km de Mato Grosso do Sul. O Estado não tem registros da doença desde 2020, mas a aproximação do vírus preocupa e levou o Ministério da Saúde do Brasil a marcar reuniões semanais com a SES (Secretaria Estadual de Saúde de MS).
MS tem cinco casos suspeitos de sarampo, ainda sem diagnóstico fechado. O primeiro encontro entre a Gerência de Imunização do Estado e a equipe do PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Governo Federal aconteceu nesta terça-feira (5). Conforme a SES, objetivo das reuniões é alinhar estratégias de contenção, principalmente nas áreas de fronteira.
A criança infectada no Paraguai não estava vacinada e mora no distrito de Santa Rosa, na cidade de San Pedro, a 260 quilômetros de Ponta Porã. Desde o surto de sarampo na Bolívia, a SES considera que há “risco real de reintrodução do vírus” no Estado e aposta na imunização para barrar o avanço da doença. Desde julho, cidades fronteiriças reforçaram campanhas de vacinação, buscas ativas de sintomáticos e ações educativas.
Estratégia de combate ao sarampo
Em Corumbá, a SES aplicou 1.050 doses da vacina contra o sarampo ao longo do mês, sendo 280 apenas no Dia D, realizado em 26 de julho. Já em Ladário, 116 pessoas imunizaram-se no entre os dias 11 e 24 de julho deste ano.

A meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde é imunizar 95% do público-alvo (crianças de 1 ano) com a vacina Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. No entanto, a cobertura atual em MS é de 87,69% com a primeira dose e 70,39% com a segunda, segundo o painel de monitoramento nacional. O Estado está abaixo da média do País, que tem 90,5% (1ª dose) e 72,57% (2ª dose) de cobertura.
A imagem ao lado mostra a cobertura vacinal da segunda dose da Tríplice Viral no Estado. As 16 cidades em azul estão com a cobertura vacinal completa; em amarelo, com mais que 70% de imunização; em laranja, entre 41% e 70%. E apenas Novo Horizonte do Sul está com menos de 40%, em vermelho.
Além disso, a SES intensificou a vigilância com busca ativa de agentes comunitários de saúde, visitas domiciliares e revisão de prontuários em unidades de saúde para detectar casos suspeitos precocemente.
MS livre de sarampo há 5 anos
Os últimos casos de sarampo em Mato Grosso do Sul foram registrados em 2020, quando Campo Grande teve dez contaminações. Em 2019, foram dois em Três Lagoas e dois na Capital. Neste ano, o Brasil contabiliza 21 casos confirmados, sendo três importados do exterior e 16 somente no estado do Tocantins.
“A vigilância está em alerta. Qualquer caso suspeito deve ser imediatamente notificado e investigado. A população também precisa colaborar, procurando a unidade de saúde diante de sintomas como febre, manchas vermelhas no corpo, coriza, tosse ou conjuntivite”, reforça Jakeline Miranda Fonseca, gerente técnica estadual de Doenças Agudas e Exantemáticas da SES.
A vacina tríplice viral está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde do Estado.
O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, que provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas na pele. A transmissão ocorre por vias respiratórias, principalmente em ambientes fechados, por meio da fala, espirros ou tosse de pessoas infectadas.
Além dos sintomas típicos, a doença pode desencadear complicações graves como pneumonia, infecções no ouvido e diarreias, sendo especialmente perigosa para crianças pequenas e pessoas com imunidade baixa. Em casos graves, o sarampo pode levar à morte.
Os principais sintomas do sarampo incluem febre alta, tosse, coriza, olhos inflamados (conjuntivite) e erupções cutâneas característica que começa no rosto e se espalha pelo corpo. Além disso, pessoas infectadas podem apresentar manchas brancas pequenas (manchas de Koplik) na boca antes da erupção cutânea se espalhar.

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