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Cotidiano

MS pode perder R$ 1,3 bilhão por ano se parar de exportar carne aos EUA após tarifaço de Trump

Os EUA são o destino de apenas 17,6% da carne bovina de MS, mesmo assim, estas exportações representam R$ 1,3 bilhão
Murilo Medeiros -
carne frigorifico
Frigorífico localizado em MS (Divulgação, Semadesc)

exportou 282,2 mil toneladas de carne bovina em 2024, o que representa US$ 1,2 milhão ou R$ 7,1 bilhões. Deste número, 49,6 mil toneladas do produto foram para os Estados Unidos, ou seja, 17,6% da exportação total no ano passado. Em dinheiro, MS enviou R$ 1,3 bilhão (ou US$ 235 milhões) de carne bovina ao país norte-americano neste período. Os dados estão disponíveis no sistema Agrostat, do Governo Federal.

No início da semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou taxas de 50% sobre produtos brasileiros. Em resposta, frigoríficos sul-mato-grossenses habilitados para exportação decidiram parar de enviar carne aos Estados Unidos. A decisão, anunciada nesta terça-feira (15), leva em consideração que os embarques enviados nesta semana chegariam ao país após 1º de agosto, quando começa o tarifaço imposto por Donald Trump.

Portanto, se Mato Grosso do Sul parasse de enviar carne aos Estados Unidos, no pior dos cenários, o prejuízo total poderia ser de R$ 1.312.843.403,45 ao ano. No entanto, o Governo do Estado apontou que deve procurar outros destinos para as exportações, mas reconhece que pode ocorrer demora para escoar a produção. Além disso, uma das alternativas seria vender o produto no mercado interno, o que pode baratear o preço da proteína.

Prejuízo certo

De qualquer forma, se as tarifas entrarem em vigor, o prejuízo é certo para os exportadores de MS. A (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) vê com preocupação o entrave comercial, já que o país é um importante parceiro para Mato Grosso do Sul. 

“A suspensão dos embarques de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos é motivo de grande preocupação para o agronegócio, em razão da relevância do mercado norte-americano para a balança comercial do Estado. Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações sul-mato-grossenses. A interrupção das vendas pode representar prejuízos econômicos imediatos, comprometendo a estabilidade e impactando nos preços do mercado da pecuária”, explica o presidente da entidade, Marcelo Bertoni.

Em 2024, Mato Grosso do Sul ocupou o sexto maior número de abates bovinos no Brasil, com mais de 456,87 mil cabeças, de acordo com (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Vale destacar que os frigoríficos não pararam abates, apenas deixaram de enviar a produção ao país norte-americano.

No entanto, o Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul) acredita que, apesar do impacto no lucro, os empregos em frigoríficos não estão ameaçados. Alberto Sérgio Capucci, vice-presidente do sindicato, ressalta que demissões em massa ou com número significativo não devem acontecer, pois o setor de carnes já enfrenta a falta de mão de obra. “O risco de demissões está descartado. O setor já vem com déficit de mão de obra”, avalia.

Além da carne

Conforme dados do Agrostat, Mato Grosso do Sul exportou US$ 213,4 milhões em celulose, US$ 46,1 milhões em sebo bovino e US$ 19,9 milhões em açúcar de cana ou beterraba. Em reais, isto corresponde a R$ 1,1 trilhão, R$ 257 milhões e R$ 111 milhões, respectivamente. Além da carne, estes são alguns dos principais produtos enviados aos Estados Unidos por Mato Grosso do Sul.

Para a Famasul, os Estados Unidos representam um parceiro estratégico para o Brasil e para Mato Grosso do Sul, seja na exportação de celulose, seja na carne bovina, em produtos florestais ou outros itens do agro. A decisão do governo americano pode impactar também no aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras.

“O ‘tarifaço’ do Trump e seus desdobramentos vão impactar um conjunto amplo de cadeias produtivas relevantes para a economia de Mato Grosso do Sul. Dessa maneira, o setor produtivo pede uma articulação diplomática inteligente por parte do governo brasileiro, a fim de se reverter a situação grave que está posta”, deseja Bertoni.

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