‘Vive com medo’: Moradores na Ernesto Geisel relatam insegurança e sujeira na região
Moradores reclamam de falta de policiamento e tentativas de assalto
Taís Wölfert –
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Moradores em torno do córrego que passa pela avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, reclamam da falta de segurança no local. Alguns relatam tentativas de assalto em plena luz do dia, a impossibilidade de sair desacompanhado pela região e falta de policiamento. Além da existência de pedintes e usuários de drogas.
Uma das moradoras do local conta que já viu diversos assaltos no ponto de ônibus próximo de sua casa. “A gente tem que ficar com os portões fechados. Eu já tirei ladrão de cima da casa do meu vizinho de dia. É muito complicado aqui. No ponto de ônibus também é muito perigoso ficar. Já vi várias pessoas assaltadas naquele ponto”.
A mulher reside na região há 40 anos afirma que observa uma piora na questão da segurança desde 2023. “Você não pode sentar na sua varanda, porque se eles veem já bate para pedir as coisas. Eu não vou abrir portão. Se eu for abrir portão, qual o risco de ser assaltada? Então às vezes eu nego até a água”.
Falta policiamento
O dono de um comércio na avenida comenta que usuários de droga circulam pelo local o dia todo. “Falta mais viatura. Pelo menos uma vez por dia. Quando elas passam não é para cá, passam sempre correndo”.
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A mãe do comerciante, uma senhora idosa, que evita sair de casa, e quando sai é sempre acompanhada. “Não dá para sair sozinha” lamenta ela.
As reclamações pioram ainda mais do lado da Ernesto Geisel que é mais próximo da Vila Nhanhá, onde no domingo ocorreu o assassinato de um líder do PCC (Primeiro Comando da Capital).
“Aqui está um Deus nos acuda. Eu moro aqui há 39 anos, se aqui já não era bom, agora está pior” afirma uma moradora do local.
Assim como o comerciante, a senhora conta que não tem um policiamento no local. Ela já teve a casa assaltada e perdeu tudo. Para evitar que a situação se repetisse, não só ela, como os vizinhos, ergueram o muro.
A residente do local pede que uma providência seja tomada. “Se uma providência não for tomada isso aqui vai ficar cada vez pior. A gente vive com medo, e isso aqui é bairro de centro”.
Ao ser questionada sobre a falta de segurança no local, a SESDES (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) informou, em nota, que na região existe uma base da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e que estão sendo feitas diversas operações no local.
Confira nota na íntegra:
“A SESDES informa que a segurança pública de Campo Grande é realizada em conjunto com as forças de segurança do Governo do Estado e do Governo Federal, conforme estabelece a Constituição Federal. O papel principal da Guarda Civil Metropolitana (GCM) é a realização de rondas em prédios públicos, além de oferecer apoio às forças ostensivas, como a Polícia Militar.
É importante salientar que a GCM atua na segurança e no combate a crimes em parceria com as demais forças de segurança mencionadas, não sendo responsabilidade exclusiva do Município.
Na região, onde os bairros ao entorno do córrego e Shopping Norte Sul estão localizados, existe uma base da GCM no Bairro Taquarussu e a Gerência do Centro de Controle Operacional que realiza o monitoramento de diversos pontos da cidade por meio de câmeras. Além disso, Guarda está realizando diversas operações na região, como a Ferro-Velho, combatendo o comércio e recebimento de materiais furtados.
A GCM também realiza blitzes educativas e trabalho comunitário diretamente nos bairros, por meio da Base Móvel, que já atendeu diversos bairros dessa área anteriormente com serviços de Motopatrulhamento, Rondas, Patrulha Maria da Penha e Patrulha de Trânsito. Em 2025, as ações com a Base Móvel serão retomadas, contemplando novamente a região.
A GCM reforça a importância da colaboração da população. Qualquer flagrante de crime pode ser comunicado imediatamente pelo telefone 153 ou diretamente à Polícia Militar, pelo número 190, para que a viatura mais próxima seja enviada ao local.
Sobre a presença de dependentes químicos e pessoas em situação de rua na localidade, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) informa que desenvolve continuamente o trabalho de abordagem social por meio do Serviço Especializado em Abordagem Social (SEAS). É oferecido serviços de acolhimentos da Rede de Assistência Social do município para essas pessoas.
O SEAS atua com equipes especializadas, 24 horas por dia, sete dias por semana, realizando abordagens em todas as sete regiões da Capital. As ações são realizadas por meio de buscas ativas, denúncias recebidas pelos telefones de contato e mapeamento das áreas conforme as demandas, com o objetivo de oferecer os serviços disponíveis à população em situação de rua. Para acionar o SEAS, basta entrar em contato pelos telefones (67) 99660-6539 e (67) 99660-1469.
As abordagens são intensificadas na área central, viadutos, pontes, entroncamentos, praças e na região da Avenida Ernesto Geisel, além de outros locais com maior concentração dessa população. O indivíduo abordado tem a opção de aceitar ou recusar o acolhimento, sendo a recusa um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, em seu Art. 5º, Inciso XV.
Durante as abordagens realizadas pelo SEAS, foi constatado que muitas pessoas que atuam nos semáforos da Avenida Ernesto Geisel residem em casas no bairro e optam por permanecer nos sinais para complementar a renda. Em relação aos usuários de substâncias psicoativas, muitos recusam o acolhimento em comunidades terapêuticas, alegando dificuldades para iniciar o tratamento no momento“.
Lixo
Mas para além da falta de segurança na região, uma das entrevistadas também reclama do lixo. De acordo com ela, os usuários de droga recebem dinheiro de moradores da Nhanhá para levar restos de lixo até a margem do córrego, o que gera uma aglomeração e mau cheiro.
“Eles trazem o lixo para colocar aí de frente à nossa casa. Eu já briguei muito, viu? Um dia eu falei para eles assim: ‘você não vai colocar lixo aí’. Então ele falou que tinham mandado ele colocar lá. Eu falei: ‘então você leva de volta e coloca lá na porta dele’” conta ela.
O problema do lixo na região não é novidade para a população loca, que já teve que lidar com um paredão de lixo, em 2024. Segundo moradores, a Prefeitura faz a limpeza que em seguida já está sujo de novo.
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