Aproveitando a aparição tímida do sol, moradores da Aldeia Água Funda retiram móveis, roupas e colchões de dentro dos barracos na manhã deste sábado (26), na tentativa de recuperá-los após os estragos causados pelo temporal dos últimos dias, especialmente de quinta-feira (24), quando as casas foram tomadas por enxurradas.
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A comunidade, localizada na região do bairro Jardim Noroeste, abriga 94 famílias. Após as últimas chuvas, a maioria dos barracos apresentou envergamento e buracos nos telhados e paredes.
Carmem Lemes, de 54 anos, veio de Miranda para cuidar das netas enquanto a filha e o genro trabalham. Desde então, moram na casa quatro adultos e quatro crianças de 4, 6, 8 e 14 anos. A família dorme em um único cômoda, se dividindo entre um sofá e dois colchões de casal, que ficam no chão. Com a enxurrada que entrou na casa, tudo ficou encharcado.
“Nossa varanda é de terra, então entrava lama na casa. Ficamos empurrando a água com rodo pra tentar evitar que mais água entrasse. Os dois colchões ficaram molhados. Tivemos que jogar um monte de coberta por cima para conseguir dormir”, lamentou.
Para ela, o maior medo da família é quando o temporal vem acompanhado por vento. Isso porque em outras ocasiões, o barraco já foi destelhado. “Se molha assim com telhado, imagina se perdemos as telhas?! Perderíamos tudo”.
Como muitos itens foram perdidos, Carmem pede à população, ajuda com doações. Se você pode contribuir com roupas, mantimentos, colchões ou cobertores, procure pela moradora no número (67) 99624-9001.
Anos aguardando uma moradia
Morador da aldeia há 9 anos, o cacique Ivanes Gonçalves afirma aguardar por uma moradia há 5 anos. Apesar de diversos processos, promessas e tratativas, não acha que o sonho da casa própria está perto de se realizar.
Sobre o último temporal, ele conta que não teve a casa tão prejudicada quanto outros moradores, mas também precisou conter a água que insistia em invadir seu barraco. “O pessoal da Ehma e da Defesa Civil vieram aqui na quinta-feira, trouxeram lona, cobertor e mantimento. Mas precisamos de uma casa”.
A moradora Luzia Martins, de 40 anos, também mora na aldeia com a família. São cinco pessoas no total. Ela conta que na quinta-feira, quando a chuva mais intensa caiu, precisou fazer uma barricada perto de sua casa, para evitar que a água invadisse ainda mais.
“Quando entrei, percebi que havia extensões no chão. Um perigo! Ainda bem que não levamos choque. Precisei levantar as crianças. Molhou tudo, a casa virou uma lagoa, foi desesperador”, explica.
Desde ontem, ela e outros moradores estão limpando a casa, colocando roupas para secar e tirando móveis de dentro para tentar salvá-los da umidade.
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