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Cotidiano

Mercado de eletrificados avança com frota próxima de 4 mil veículos em MS

Economia e sustentabilidade são benefícios verificados por clientes que trocaram carros à combustão por eletrificados, mas infraestrutura de recarga ainda é desafio para viagens
Osvaldo Sato -
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GWM Ora (Foto: GWM, Divulgação)

A revolução dos veículos eletrificados tem ganho cada vez mais espaço no Brasil, incluindo o estado de Mato Grosso do Sul (MS). Com a frota estadual alcançando 3.959 veículos – sendo 2.504 em Campo Grande -, a eletrificação do transporte já é uma realidade visível nas ruas.

Quem estava acostumado apenas às marcas tradicionais de veículos à combustão, hoje já percebe que as consagradas montadoras dividem espaço nas ruas de Campo Grande com outras, principalmente marcas chineses, como a GWM e a BYD. Além disso, há marcas tradicionais que estão apostando e saindo na frente da corrida por esta fatia do mercado, caso de Toyota, Chery e Volvo.

A adesão aos carros elétricos tem sido gradual, mas constante. Em 2024, Mato Grosso do Sul viu um aumento significativo na frota de veículos eletrificados, atualmente de quase 4 mil veículos.

No ano anterior, a frota verificada foi de 2.002 unidades, contra 1.087 em 2023 e 691 em 2020. Esses números não são isolados: o Brasil na totalidade soma 337.031 veículos elétricos e híbridos, um reflexo das mudanças nas preferências dos consumidores e das inovações no mercado automotivo.

‘Silêncio’ de elétricos é atrativo para motoristas

Dessa forma, não é difícil encontrar casos de pessoas que migraram dos veículos à combustão para os elétricos. É o caso do zootecnista Marcos Vinícius Sales Gigante, de 66 anos. Depois de 25 anos dirigindo carros a diesel, entre picapes e SUVs, ele fez uma guinada ao comprar um GWM ORA para sua esposa e um Haval H6 para ele. 

“Não volto mais a usar carros a diesel, por dois motivos principais: o preço do combustível e o alto custo de manutenção. O ORA Skin atende perfeitamente a minha esposa, e gradualmente fui deixando a picape de lado, até que não fazia mais sentido ter um carro a combustão. O Haval H6, por sua vez, me surpreendeu na estrada. Fiz uma viagem longa para Florianópolis e o carro se comportou perfeitamente bem. Agora, o silêncio do carro elétrico é um dos maiores benefícios”, conta Marcos.

(Foto: GWM, Divulgação)

Carlos Alberto Martins Sá, empresário do setor de tecnologia, também fez a migração para o elétrico, escolhendo um GWM Ora após experiências com carros à combustão.

“Antes, eu tinha um Jetta 1.4 Turbo, mas o carro começou a apresentar muitos problemas mecânicos. Além disso, com a alta da manutenção, a decisão de trocar pelo elétrico foi fácil. Eu gasto muito menos com manutenção e combustível. Gasto praticamente zero com recarga, pois tenho energia solar em casa. O custo-benefício do elétrico é inquestionável”, relata Carlos, que destaca que sua economia com combustível e manutenção tem sido significativa.

A adoção de veículos elétricos vai além da experiência do consumidor. “No Brasil, temos uma vantagem única devido à nossa matriz energética limpa, o que torna os VEs ainda mais sustentáveis no país”, explica Clemente Gauer, membro do Conselho Diretor da ABVE. A transição para veículos mais limpos também é positiva para a saúde pública. Segundo um estudo da Universidade de Toronto, a adoção em massa de VEs pode economizar até US$ 188 bilhões até 2050, ao reduzir as emissões de poluentes e, consequentemente, os custos com saúde.

E os contras?

Mas, se por um lado os veículos elétricos têm atraído consumidores devido à sofisticação, menor custo de manutenção e impacto ambiental reduzido, por outro lado, os desafios da infraestrutura de recarga ainda são uma preocupação.

“Embora os carros elétricos sejam fantásticos, a infraestrutura para recarga precisa evoluir. No nosso Estado, ainda faltam pontos de carregamento rápidos para viagens mais longas”, comenta Carlos Alberto.

Ele enfatiza que, apesar de seu GWM Ora ter autonomia de até 300 km, viagens mais distantes exigem planejamento.

“Por exemplo, se tivermos um carregador rápido em Água Clara, é possível seguir até Andradina, mas precisamos que mais pontos de recarga se espalhem pelo Estado para tornar as viagens mais viáveis”, afirma.

Abastecimento é desafio

A questão do abastecimento é, sem dúvida, um dos maiores obstáculos para quem decide migrar para um veículo elétrico. Embora a autonomia dos carros elétricos tenha avançado, com modelos que podem alcançar até 420 km por carga, a infraestrutura de recarga precisa se expandir, especialmente em Mato Grosso do Sul. 

“Embora a tecnologia do carro seja fantástica, com autonomia e segurança, a infraestrutura ainda não é suficiente para viagens mais longas em nosso estado. Mas, se tivermos mais postos de carregamento rápido em cidades como Dourados e Ponta Porã, isso vai facilitar muito a vida de quem quer viajar”, comenta Carlos, que já utilizou seu carro elétrico para percorrer trajetos mais curtos no Estado, como até Ribas do Rio Pardo e Terenos.

A ampliação da rede de carregadores é uma questão na qual o próprio mercado automobilístico está investindo.

“Já existem investimentos para instalação de eletropostos em hotéis e outros pontos comerciais em Campo Grande. É uma realidade que está cada vez mais próxima”, aponta Clemente Gauer.

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