Na tarde deste sábado (27), um evento no Cemitério Santo Antônio, em Campo Grande, reuniu diversas pessoas para um momento de conscientização sobre o espaço ser mais do que um local de sepultamentos, mas um cenário de reflexão, cultura e história.
Como parte da 19ª Primavera dos Museus, dezenas de pessoas participaram de uma visita guiada pelo local, que buscou apresentar o cemitério como patrimônio cultural e de memória coletiva da cidade.
O passeio, organizado pelo projeto Guardiões de Memória em parceria com a Gerência de Cemitérios Públicos, destacou personalidades históricas enterradas no espaço, simbolismos da arte tumular, aspectos arquitetônicos e a riqueza da área verde. Para muitos, a experiência foi também um exercício de quebrar estigmas.



O estudante Vitor Diego, 23 anos, que desenvolve um projeto de pesquisa em Ciências Sociais com foco na Antropologia, viu no evento uma oportunidade de aproximar a comunidade desse espaço.
“Acho importante desmistificar a ideia de que o cemitério é apenas lugar de dor. É também um espaço de memória e patrimônio da cidade. Minha intenção é trazer outras percepções sobre esse ambiente e entender o olhar dos profissionais que atuam aqui”, afirmou o jovem.
Do outro lado, na organização, o servidor municipal Lílson Souza, 43 anos, explica que o objetivo vai além de uma visita cultural. Ele integra a administração do cemitério e o coletivo Guardiões de Memória, que desde maio promove atividades mensais de valorização desse espaço.
“O projeto busca resgatar a função social dos cemitérios, que já foram locais de encontro e convivência. Queremos fomentar o sentimento de pertencimento e preservação, mostrando que esse é também um espaço de história, cultura e natureza”, explicou.
A curiosidade também moveu visitantes como Lara Marconi, 56 anos, que viu no próprio Jornal Midiamax a divulgação do evento e não quis perder a oportunidade.
“Sempre tive vontade de vir. Aqui tem muita história, túmulos de 1933, esculturas, arquitetura que a gente não encontra nos cemitérios mais modernos. É um verdadeiro acervo a céu aberto”, explicou.


A atividade convidou os participantes a refletirem sobre identidade, memória coletiva e a relação que a sociedade estabelece com seus espaços públicos.
O Cemitério Santo Antônio, fundado em 1914, guarda 111 anos da história do município. Nele estão sepultados o seu fundador, José Antônio Pereira e muitas outras personalidades.



(Fotos: Eliel Dias, Midiamax)