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Cotidiano

Mato Grosso do Sul registra maior número de conflitos no campo em 10 anos

Com 132 casos, o Estado ocupa a 5ª posição no ranking nacional de conflitos rurais
Murilo Medeiros -
Moradores da Aldeia Amambai, durante sepultamento de indígena (Foto: Marcos Morandi, Midiamax)

é o 5° estado do Brasil que mais registrou conflitos no campo em 2024. Foram 132 ocorrências contra 13.906 famílias, maior número nos últimos 10 anos. Os dados foram divulgados no 39° relatório sobre o tema, produzido pela Comissão Pastoral da Terra. 

O Estado apresenta número crescente de violência no campo desde 2015, quando foram registrados 62 casos. Em 2023 foram 130 ocorrências e, em 2024, mais duas foram registradas, totalizando 132. As principais vítimas, segundo o relatório, foram povos indígenas (84%), ribeirinhos (12%) e sem terra (4%). Duas pessoas foram assassinadas no campo sul-mato-grossense em 2024.

Causas dos conflitos

A principal causa de violência foram conflitos por terra, com 99 registros. O número é pouco menor que em 2023, quando foram registradas 116 ocorrências. Disputas por água causaram 14 conflitos, que afetaram 4.921 famílias. A maior parte desses conflitos (80%) está relacionada à diminuição de acesso à água.

As principais comunidades afetadas são os quilombolas (50%), indígenas (21%), ribeirinhos (21%) e camponeses (7%). Mesmo assim, os povos indígenas são as principais vítimas de conflitos no campo por água em Mato Grosso do Sul. A população dessas comunidades é maior, representando 86.5% das pessoas afetadas.

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O relatório registra 268 casos de violência contra pessoas no campo em Mato Grosso do Sul. Todas as vítimas são indígenas. Foram 54 tentativas de , 52 agressões, 50 ocorrências classificadas como terrorismo e 10 contaminações por agrotóxico.

Duas pessoas foram assassinadas no campo ano passado no Estado. Em setembro, Neri Ramos, indígena do povo Guarani Kaiowá de 23 anos, foi assassinado em . Em dezembro, Argemiro da Silva Escalante, rezador Guarani e Kaiowá de 74, morreu no município de . O caso foi denunciado como intolerância religiosa por uma ONG indígena.

Dados nacionais

O Brasil registrou 2185 conflitos no campo em 2024. O número de mortes foi o menor da série histórica: 13 casos. A maioria dos conflitos também foi por terra (78%), depois por água (22%), por questões trabalhistas (6%) e por resistência dos povos (4%).

Fonte: Cedoc-CPT

O Estado com mais registros de conflitos no campo é o Maranhão, seguido do Pará, Bahia, Amazonas e, em 5° lugar, Mato Grosso do Sul. O relatório também registra aumento de 113% no número de incêndios e 19% de desmatamento, com relação ao ano anterior.

Foi registrada diminuição de casos de trabalhadores resgatados do trabalho escravo rural no Brasil, com relação a 2023, que registrou o maior número da última década: 2.663. Em 2024, foram 151 casos de trabalho escravo no campo e 1.622 de pessoas resgatadas. Contudo, o relatório alerta que este dado pode ser devido à dos auditores fiscais do Trabalho, iniciada em março do ano passado.

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