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Cotidiano

Manifestação ‘Sem Anistia’ em Campo Grande discute violência durante ditadura militar

Grupo protesta contra a anistia aos envolvidos nos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023
Thalya Godoy, Layane Costa -
Protesto aconteceu na Praça do Rádio, em Campo Grande. (Reprodução Redes Sociais)

A manifestação “Sem Anistia” no centro de Campo Grande, na manhã deste sábado (29), reuniu cerca de 300 pessoas que se posicionam contra o perdão aos atos golpistas do 8 de janeiro de 2023. O protesto ganha destaque nesta semana, após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e outros sete terem se tornado réus pela trama golpista.

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O ato é um movimento nacional organizado pela Frente Povo Sem Medo e Frente Popular, que acontece em outras capitais do país. Políticos como a vereadora Luiza Ribeiro (PT) e o deputado estadual Pedro Kemp (PT) marcaram presença na Praça do Rádio Clube.

Estudante Edy Sanches. (Reprodução Redes Sociais)

Entre os manifestantes, parte da discussão foi marcada sobre a violência durante a ditadura militar. Na próxima segunda-feira (31), o Militar completa 61 anos. Estudante de medicina, de 25 anos, relembrou como foi violento esse processo em que vários alunos foram assassinados e milhares de pessoas desapareceram. Um dos exemplos citados foi o do estudante Edson Luís, de 18 anos, morto pelo regime militar em 1968, no

“Houve mais uma tentativa de dar golpe militar aqui no Brasil e a gente percebe que a anistia, tanto no passado, quanto hoje, não vai funcionar, porque novamente tenta se dar um golpe para assassinar as pessoas, principalmente que lutam pelas pautas de esquerda, […] e esse ato vem como uma tentativa de fazer uma pressão para que não seja dada uma nova anistia para que a gente sofra mais um novo golpe”, afirmou. 

O engenheiro de computação, Edy Sanches, de 23 anos, relembrou que houve uma tentativa de golpe em 1961 – em que houve anistia -, que terminou mais tarde na consumação do golpe em 1964, e que durou até 1985. 

“Então nós entendemos a anistia como um processo muito prejudicial à democracia e que nós sabemos que ela vai ter efeitos futuros […] a prisão dessas pessoas envolvidas é extremamente necessária para que a gente continue com o Estado Democrático de Direito, com liberdades individuais, liberdade de expressão e para que a gente possa se manifestar”, alega. 

Outras manifestações ao longo da semana

Lairson explica que haverá outros atos ao longo da semana. (Nathalia Alcântara, Jornal Midiamax)

O coordenador da Associação de Advogados Pela Democracia, Lairson Rui Palermo, de 63 anos, avaliou que a manifestação foi bem-sucedida e reuniu 300 pessoas. Outros atos irão acontecer ao longo da semana para relembrar a violência da ditadura militar. 

O representante ponderou que a população brasileira está mais preocupada, atualmente, com a alta no valor dos alimentos, mas que a pauta sobre a anistia também tem relevância. 

“A defesa da democracia não é um monopólio somente da corrente política do nosso país. Nós não estamos defendo um partido, estamos defendendo as regras do jogo, a Constituição Federal, o Estado Democrático de Direito que foi violentamente atentado”, declarou.

Semana memória, verdade e justiça

  • Segunda-feira (31/03): exibição do filme “Um dia que durou 21 anos” na Associação dos Docentes da
  • Terça-feira (1º/4): ato público às 17h30, em frente ao MPF, pedindo por reparação às vítimas da ditadura encontradas em MS;
  • Quarta-feira (2/4): plenária na UFMS sobre memória, verdade e justiça.
  • Sexta-feira (4/4): Apesar de Você – Música como forma de resistência no período da ditadura – UFMS.

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