O governo Federal deu aval para o aumento do percentual de etanol na gasolina dos atuais 27% para 30%. A notícia é boa para o Mato Grosso do Sul, produtor de etanol de cana-de-açúcar e de milho, com previsão de queda no preço e aumento da produção.
A mudança ainda depende de autorização, mas a União afirma que pesquisas realizadas mostram que a mistura não gera dados aos veículos. Apesar da autonomia dos carros cair, a previsão é que também haja redução no preço do litro.

Aumentar a quantidade de etanol na gasolina beneficia a economia brasileira, que produz etanol e importa gasolina, além de reforçar o compromisso do Brasil com as metas globais de redução de carbono. A mistura é chamada de E30 ou combustível do futuro por contribuir para reduzir a emissão de gases poluentes e a consequente diminuição do efeito estufa.
Presidente da Biosul, Amaury Pekelman afirma que para o Mato Grosso do Sul, os impactos dessa medida são ainda mais significativos. “Nosso estado, que já é referência nacional na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar e do milho, vê no E30 a oportunidade de impulsionar a produção de biocombustíveis, atrair investimentos e gerar empregos. Essa iniciativa reforça a aptidão do MS como um dos grandes players na produção de energias limpas e renováveis, consolidando nosso papel na produção de bioenergia”, diz.
Produção e preço
Mato Grosso do Sul aumenta anualmente a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar e desde 2023 produz etanol de milho. São 23 usinas que produzem o combustível no Estado, associadas a Biosul, localizadas na região sul e leste de Mato Grosso do Sul.
Ainda conforme os dados da associação, na safra 2023/2024 de cana-de-açúcar, Mato Grosso do Sul produziu 2.919 milhões de m³ e 962 mil m³ de etanol de milho. “Estamos diante de uma oportunidade histórica de aliar crescimento econômico à preservação do meio ambiente, e o Mato Grosso do Sul está pronto contribuir com essa transformação”, afirma o presidente da Biosul.
O E30 pode reduzir o preço do combustível em até R$ 0,13 por litro, diminuir a dependência de importações de gasolina e mitigar 1,7 milhão de toneladas de emissões de CO₂ por ano. Representante do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, entende que com estudos concluídos, não há dificuldades com a nova.
“Portanto a viabilidade técnica existe, mas temos sempre que analisar com cuidado em todos os setores dessa cadeia, para que todos tenham total segurança na nova mistura de 27 para 30% de anidro a gasolina”, afirma Lazarotto.
Queda na autonomia
Professor de Engenharia Mecânica do Centro Universitário Anhanguera, o engenheiro Genovan Marlos Oro explica que com a gasolina tendo 30% de álcool podem ocorrer duas situações, uma é o carro reconhecer como gasolina ou só como etanol. “Apenas testes em laboratório podem mostrar como o veículo vai reagir à alteração”, destaca.
Porém, é certo afirmar que deve haver aumento no consumo de combustível e consequente redução na autonomia, isso devido à própria composição do etanol.
“Pode sim perder um pouco de autonomia, porque acaba elevando a taxa de etanol e consequente de água, prejudicando a explosão. Teoricamente o sistema se adaptaria a nova mistura para manter uma linearidade no consumo, mas é bom a realização de testes para uma opinião conclusiva”, destaca o engenheiro.
A gasolina aditivada, considerada premium, mantém o padrão de 25% de etanol, o que potencializa a autonomia do veículo.
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