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Cotidiano

Mãe denuncia injúria racial contra atleta em jogo de campeonato juvenil de futebol

Jogo envolvia as equipes Pantanal e Náutico. Após o tumulto, partida foi paralisada. Organização excluiu ambas equipes do campeonato
Osvaldo Sato -
Caso aconteceu no Estádio Olho do Furacão (Foto: Divulgação)

A mãe de um atleta registrou uma denúncia de injúria racial contra um torcedor durante uma partida do campeonato MS Cup Sub-17, realizada nesta terça-feira (4) no Estádio Olho do Furacão, localizado no bairro Los Angeles, em .

O jogo envolvia as equipes Pantanal e Náutico. Em determinado momento, a partida foi interrompida pelo árbitro, que aparentemente registrou o incidente e conversou com os jogadores envolvidos. Depois, uma confusão se inicia envolvendo jogadores, comissões técnicas e torcedores.

De acordo com o relato da mãe, um torcedor, identificado como um homem da torcida do Náutico, fez ofensas racistas direcionadas ao goleiro da equipe do Pantanal e a outros jogadores. As palavras utilizadas foram “preto”, “”, além de outros xingamentos de teor racista.

A partida teve que ser interrompida devido ao tumulto gerado pela atitude do torcedor.

A mãe do atleta demonstrou sua indignação pelo ocorrido: “Vivemos em um mundo tão difícil e pesado, e ainda existem pessoas com esses pensamentos retrógrados. Meu filho e seus amigos são crianças, têm apenas 15 anos, e isso é algo que eles nunca deveriam enfrentar. Foi doloroso e frustrante para todos nós”, afirmou.

Ela também contou que um dos meninos, impactado pela agressão verbal, continua muito abalado emocionalmente pelo ocorrido.

Como forma de protesto, familiares e amigos do jovem atleta realizarão uma manifestação na quarta-feira, às 7h30, em frente ao Estádio Olho do Furacão, para chamar atenção ao caso e exigir que providências sejam tomadas.

A organização da MS Cup foi contatada pela reportagem do Jornal Midiamax e enviou uma nota sobre o incidente. A resposta informou que estão sendo tomadas todas as medidas possíveis, como a busca por vídeos, imagens e testemunhos de atletas e árbitros. Além disso, a organização comunicou que, com base no regulamento da competição, as equipes Náutico FC e Pantanal SAF Sub-17 serão desclassificadas da MS Cup 2025 devido à injúria racial e ao tumulto gerado entre torcedores.

A organização também repudiou qualquer atitude que prejudique o ambiente saudável e ético exigido pela prática esportiva, ressaltando que princípios e valores devem estar sempre acima de qualquer conquista.

Confira a nota na íntegra:

“A Casarão Eventos Esportivos repudia qualquer ato que denigre a imagem de atletas, comissão técnica, torcedores e arbitragem em qualquer competição que realizemos.

Deixamos claro que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas por esta organização e nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos dos fatos, sem clubismo, mas com humanidade. Repudiamos a atitude racista narrada no jogo entre Náutico F.C. e Pantanal SAF. Colocamos valores e ideais acima de qualquer conquista esportiva. Vale ressaltar que a humanidade carece de respeito, compaixão e amor entre todos.”

Nota de repúdio

Já o Clube Pantanal, time do atleta, emitiu uma nota de repúdio, conforme segue:

“O Futebol Clube Pantanal vem a público repudiar os insultos racistas proferidos por um casal de torcedores do Náutico contra um de nossos jogadores, na tarde desta terça-feira (4/03), em partida válida pela semifinal da Copa MS CUP na categoria SUB-17.

Os torcedores posicionados atrás do gol, contrariados com situações da partida, verbalizaram inúmeras injúrias raciais na tentativa de desestabilizar o jogador, que por sua vez não conseguiu seguir na partida. Outros jogadores em campo também ouviram insultos da torcida adversária.

A partida foi encerrada e arbitragem relatou o ocorrido na súmula.

As medidas cabíveis serão tomadas pelo clube e o mesmo espera que a organização do evento se posicione com devidas providências.

É inadmissível que ainda exista esse tipo de comportamento, que se torna ainda mais repudiante quando direcionado de um adulto para uma criança.

é crime!”

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