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Cotidiano

Lotado, ônibus quebra e passageiros precisam se ‘espremer’ para seguir em outro coletivo

Usuários do transporte coletivo ficaram revoltados ao ser remanejados para outro ônibus lotado
Aline Machado, Jennifer Ribeiro -
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Passageiros seguem em ônibus lotado em Campo Grande (Foto: Reprodução, arquivo Midiamax)

Passageiros denunciaram mais uma situação de insatisfação com o transporte público oferecido em Campo Grande. Na tarde desta terça-feira (18), eles tiveram que se ‘espremer’ para seguir viagem após o ônibus – da linha 302 – quebrar, no Bairro Caiobá, em Campo Grande.

Segundo relatos, o veículo estava lotado. “O ônibus estava superlotado, com gente em pé até no degraus da escada. Estava cheio de crianças e idosos”, relata uma passageira que preferiu não se identificar.

À reportagem do Jornal Midiamax, os passageiros afirmam que após o ônibus parar de funcionar, foram remanejados para outro ônibus, da linha 301, que seguia logo atrás. No entanto, o veículo também estava lotado e a situação revoltou os usuários do transporte coletivo.

“Pagamos R$ 495 na passagem. Todo ano tem aumento de tarifa e cadê as melhorias que precisam ser feitas? Fomos para outro ônibus lotado”, ressalta uma passageira.

A reportagem entrou em contato com o Consórcio Guaicurus, por meio da assessoria de comunicação, para falar sobre os problemas apontados pelos usuários, mas até o fechamento deste texto, não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações.

Lucro bilionário

A passagem do transporte público de Campo Grande é uma das mais caras do país. Uma auditoria contábil nas planilhas do Consórcio Guaicurus atestou que a concessionária teve receita de R$ 1.277.051.828,21 (um bilhão, duzentos e setenta e sete milhões, cinquenta e um mil, oitocentos e vinte e oito reais e vinte e um centavos) de 2012 a 2019 – somente os oito primeiros anos do contrato.

Os técnicos chegaram aos valores a partir de balanços enviados pelas próprias empresas de transporte. Apesar de lucrar milhões explorando o transporte público, perícia autorizada pela Justiça revelou que, desde 2015, a idade média dos ônibus que circulam nas ruas ultrapassou a média de 5 anos, determinada pelo contrato.

Em vez de utilizar os recursos para melhorar os serviços, o laudo pericial apontou ainda que o número de ônibus nas ruas só diminuiu. Conforme a Agereg, a frota de transporte coletivo na capital atualmente conta com 460 veículos. 

Substituição da frota

Neste mês, a Prefeitura de Campo Grande informou que o Consórcio Guaicurus deverá substituir 197 ônibus em 2025.

A medida se deve ao cumprimento do contrato de concessão firmado em 2012 entre a concessionária e o Executivo Municipal.

Embora o prazo para substituição não tenha sido informado, a Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos) garantiu que está acompanhando a situação de precariedade do transporte coletivo e, caso os prazos não sejam atendidos, poderão ser aplicadas as penalidades previstas, incluindo multas.

Com a renovação, a expectativa é reduzir a idade média da frota, que atualmente, acumula uma séria de reclamações dos usuários do transporte coletivo. As insatisfações citadas por passageiros vão desde o sucateamento da frota a problemas com falta de acessibilidade, devido ao não funcionamento dos elevadores.

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