O índice de inflação em Campo Grande encerrou o mês de maio com alta de 0,13%, abaixo da média nacional, que ficou em 0,26% no mesmo período. A variação mensal representa uma queda significativa em relação a abril, quando o índice na capital sul-mato-grossense chegou a 0,60%.
Apesar da desaceleração pontual, o que chama atenção é que, no acumulado dos últimos 12 meses, Campo Grande registra a maior alta entre as 16 capitais pesquisadas, com 5,72%. O índice superou a média nacional de 5,32%. Apesar disso, segue abaixo dos 6,01% dos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No acumulado do ano, de janeiro a maio, a inflação na Capital atingiu 2,83%, também acima da média nacional, que está em 2,75%. Em abril, Campo Grande já havia registrado uma variação acima da média nacional (0,60% contra 0,43%), tendência que se mantém no panorama anual e nos últimos 12 meses. Em maio de 2024, a variação havia sido de 0,42%.
Panorama nacional
No Brasil, a inflação desacelerou 0,17 ponto percentual (p.p.) em relação a abril, passando de 0,43% para 0,26% em maio. Um dos principais fatores que influenciaram esse comportamento foi o aumento no grupo Habitação. O setor subiu 1,19% e teve impacto de 0,18 p.p. no índice geral. Entre os destaques desse grupo, está a energia elétrica residencial, que passou de -0,08% em abril para 3,62% em maio, reflexo da mudança na bandeira tarifária.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Campo Grande, a Habitação apresentou a maior variação (0,83%) e maior impacto (0,13 p.p.) no índice de maio, com os demais grupos de produtos e serviços pesquisados apresentando variação entre 0,51% de Vestuário e -0,50% de Artigos de Residência. Os grupos Despesas Pessoais, Alimentação e Bebidas e Comunicação registraram variação negativa de 0,14, 0,12% e 0,02%, respectivamente.

Habitação
Em Campo Grande, o grupo Habitação registrou alta de 0,83% em maio. Com a vigência da bandeira tarifária amarela durante o mês, que adicionou R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, a energia elétrica residencial (1,73%) foi o subitem de maior impacto individual no índice local, contribuindo com 0,08 ponto percentual (p.p.) para a variação do mês. Além disso, houve o reajuste tarifário de 0,91%, em vigor desde 8 de abril, na Capital.
Outros subitens que também pressionaram o índice para cima foram tinta (1,78%) e gás de botijão (1,11%). Em contrapartida, os destaques no sentido de queda foram saco para lixo (-1,61%) e material hidráulico (-0,71%).
No cenário nacional, o avanço foi ainda mais expressivo, passando de 0,14% em abril para 1,19% em maio. Segundo a pesquisa, o principal responsável por essa aceleração foi a alta de 3,62% na energia elétrica residencial, que sozinha respondeu por 0,14 p.p. do índice geral.
Gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves destaca a influência dos principais grupos de produtos e serviços pesquisados.
“Se olharmos para os três principais grupos, Alimentação e Bebidas, Habitação e Transportes, que juntos possuem peso de 57% no IPCA, observamos que a desaceleração dos alimentos, que saíram de 0,82% em abril para 0,17% em maio, e a queda dos Transportes, de 0,37%, assim, acabam por compensar a alta de 1,19% do grupo Habitação, refletindo no resultado final do índice geral”.
Alimentação e Bebidas
O grupo Alimentação e Bebidas apresentou variação negativa de 0,12% em maio, na capital de MS, diante da alta de 1,38% em abril. Em contrapartida, o Brasil registrou uma alta de 0,17% no mesmo período, que representou impacto de 0,04 p.p. no índice nacional — a menor variação mensal desde agosto de 2024, quando houve recuo de 0,44%.
Contribuíram para a queda nacional os preços do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%), do ovo de galinha (-3,98%) e das frutas (-1,67%). Por outro lado, tiveram alta a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%), o café moído (4,59%) e as carnes (0,97%). Em Campo Grande, os mesmos produtos obtiveram os seguintes percentuais: tomate (-20,07%), ovo de galinha (-3,98%), arroz (-4,28%) e frutas (-1,59%). Altas: cebola (23,35%), batata-inglesa (14,20%), café moído (4,09%) e as carnes (1,57%).
A alimentação fora do domicílio registrou queda de 0,03% em maio, perante a alta de 1,49% de abril. O subitem
refeição desacelerou de 0,95% para 0,20% em maio, e o lanche, por sua vez, saiu de 2,30% em abril para -0,70% em maio.
“A queda nos preços do tomate pode ser explicada por um aumento da oferta devido ao avanço na safra de inverno. Contudo, houve um movimento inverso no caso da batata-inglesa, em que a safra de inverno ainda não é suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, pontua o gerente do IPCA.
Transportes
Em maio, o grupo Transportes registrou alta de 0,12% em Campo Grande, implicando em 0,03 p.p. no índice. O maior aumento veio do subitem transporte por aplicativo (4,35%) cujo impacto foi de 0,01 p.p., porém, a maior mudança (0,06 p.p.) veio do subitem conserto de automóvel, que subiu 2,06%.
A gasolina também teve o maior impacto negativo (-0,05 p.p.), com 0,57% de queda. A maior queda veio da
passagem aérea (-4,89%), que puxou o índice 0,01 p.p. para baixo.
Já no cenário nacional houve queda de 0,37%, que contribuiu para a desaceleração do IPCA de maio, com impacto de -0,08 p.p. no índice geral. Entre os destaques, está a redução no preço da passagem aérea (-11,31%) e dos combustíveis (-0,72%). Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda em maio: óleo diesel (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e, por fim, a gasolina (-0,66%).
“A queda nas passagens aéreas se deve por ser um período entre as férias de final e início de ano e as do meio do ano, quando as companhias aéreas costumam baixar os preços. Já nos combustíveis, destaque para a redução do álcool hidratado, que é aquele abastecido nos veículos, que sofreu redução na tributação, resultando em um recuo de 5 centavos por litro”, salienta Gonçalves.
Outros grupos
Saúde e cuidados pessoais: Brasil, 0,54%, com impacto de 0,07 p.p. Em Campo Grande, desacelerou de 1,45% em abril, para 0,15% em maio. Entre os destaques, estão produtos farmacêuticos (-0,16%), que, mesmo após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março, apresentou queda na Capital. Outro destaque ficou com o item plano de saúde (0,56%).
Vestuário: Brasil, 0,41% (0,02 p.p.); Campo Grande, 0,51%, puxado por subitens variados, tendo sido mais impactado pela camisa masculina (2,73% e impacto de 0,02 p.p.), porém, o subitem que mais teve aumento foi agasalho feminino (2,96%). Também teve aumento a/o bermuda/short feminino (2,67%). Entre as quedas, ganha destaque a calça comprida masculina (-2,59% e -0,01 p.p. de impacto).
Despesas pessoais: Brasil, 0,35% (0,04 p.p.); Campo Grande, -0,14%, com destaque para alimento para animais (-5,35%), brinquedo (-2,66%) e hospedagem (-2,32%). Os valores positivos vieram de sobrancelha (1,37%) e cinema, teatro e concertos (1,35%).
Comunicação: Brasil, 0,07% (0,00 p.p.); Campo Grande, -0,02%, levado pela queda nos preços do subitem aparelho telefônico (-0,1%).
Educação: Brasil, 0,05% (0,00 p.p.); Campo Grande, 0,02%, equilibrada entre o aumento de 1,9% em autoescola e as quedas de 1,09% de itens de papelaria e 0,56% de caderno.
Artigos de residência: Brasil, -0,27% (-0,01 p.p.); Campo Grande, -0,50%.
INPC tem alta de 0,35% em maio
O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 0,35% em maio. No acumulado do ano, o índice registra alta de 2,85%. Já nos últimos 12 meses, subiu 5,20%, ligeiramente abaixo dos 5,32% observados nos 12 meses anteriores. Além disso, em maio de 2024, o índice havia crescido 0,46%.
Os produtos alimentícios desaceleraram a alta, passando de 0,76% em abril para 0,26% em maio. Enquanto isso, os produtos não alimentícios tiveram leve queda, de 0,39% para 0,38%.
Entre os índices regionais, a maior variação foi registrada em Brasília (1,24%), influenciada pelo aumento na energia elétrica residencial (9,30%) e no transporte público (ônibus urbano, 12,90%). Conforme o IBGE, a menor variação ocorreu em Rio Branco (0,09%), devido à queda nos preços do ovo de galinha (-9,09%) e do arroz (-6,26%).
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