Pular para o conteúdo
Cotidiano

Inflação cai em maio, mas Campo Grande lidera ranking nacional no acumulado de 12 meses

Em maio, a inflação ficou em 0,13% em Campo Grande, mas acumula alta de 5,72% nos últimos doze meses
Lethycia Anjos -
Os dados são do IPCA, divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE.

O índice de inflação em encerrou o mês de maio com alta de 0,13%, abaixo da média nacional, que ficou em 0,26% no mesmo período. A variação mensal representa uma queda significativa em relação a abril, quando o índice na capital sul-mato-grossense chegou a 0,60%

Apesar da desaceleração pontual, o que chama atenção é que, no acumulado dos últimos 12 meses, Campo Grande registra a maior alta entre as 16 capitais pesquisadas, com 5,72%. O índice superou a média nacional de 5,32%. Apesar disso, segue abaixo dos 6,01% dos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados são do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgados nesta terça-feira (10) pelo (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No acumulado do ano, de janeiro a maio, a inflação na Capital atingiu 2,83%, também acima da média nacional, que está em 2,75%. Em abril, Campo Grande já havia registrado uma variação acima da média nacional (0,60% contra 0,43%), tendência que se mantém no panorama anual e nos últimos 12 meses. Em maio de 2024, a variação havia sido de 0,42%.

Panorama nacional

No Brasil, a inflação desacelerou 0,17 ponto percentual (p.p.) em relação a abril, passando de 0,43% para 0,26% em maio. Um dos principais fatores que influenciaram esse comportamento foi o aumento no grupo Habitação. O setor subiu 1,19% e teve impacto de 0,18 p.p. no índice geral. Entre os destaques desse grupo, está a energia elétrica residencial, que passou de -0,08% em abril para 3,62% em maio, reflexo da mudança na bandeira tarifária.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados em Campo Grande, a Habitação apresentou a maior variação (0,83%) e maior impacto (0,13 p.p.) no índice de maio, com os demais grupos de produtos e serviços pesquisados apresentando variação entre 0,51% de Vestuário e -0,50% de Artigos de Residência. Os grupos Despesas Pessoais, Alimentação e Bebidas e Comunicação registraram variação negativa de 0,14, 0,12% e 0,02%, respectivamente.

Habitação

Em Campo Grande, o grupo Habitação registrou alta de 0,83% em maio. Com a vigência da bandeira tarifária amarela durante o mês, que adicionou R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos, a energia elétrica residencial (1,73%) foi o subitem de maior impacto individual no índice local, contribuindo com 0,08 ponto percentual (p.p.) para a variação do mês. Além disso, houve o reajuste tarifário de 0,91%, em vigor desde 8 de abril, na Capital.

Outros subitens que também pressionaram o índice para cima foram tinta (1,78%) e gás de botijão (1,11%). Em contrapartida, os destaques no sentido de queda foram saco para lixo (-1,61%) e material hidráulico (-0,71%).
No cenário nacional, o avanço foi ainda mais expressivo, passando de 0,14% em abril para 1,19% em maio. Segundo a pesquisa, o principal responsável por essa aceleração foi a alta de 3,62% na energia elétrica residencial, que sozinha respondeu por 0,14 p.p. do índice geral.

Gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves destaca a influência dos principais grupos de produtos e serviços pesquisados. 

“Se olharmos para os três principais grupos, Alimentação e Bebidas, Habitação e Transportes, que juntos possuem peso de 57% no IPCA, observamos que a desaceleração dos alimentos, que saíram de 0,82% em abril para 0,17% em maio, e a queda dos Transportes, de 0,37%, assim, acabam por compensar a alta de 1,19% do grupo Habitação, refletindo no resultado final do índice geral”.

Alimentação e Bebidas

O grupo Alimentação e Bebidas apresentou variação negativa de 0,12% em maio, na capital de MS, diante da alta de 1,38% em abril. Em contrapartida, o Brasil registrou uma alta de 0,17% no mesmo período, que representou impacto de 0,04 p.p. no índice nacional — a menor variação mensal desde agosto de 2024, quando houve recuo de 0,44%.

Contribuíram para a queda nacional os preços do tomate (-13,52%), do arroz (-4,00%), do ovo de galinha (-3,98%) e das frutas (-1,67%). Por outro lado, tiveram alta a batata-inglesa (10,34%), a cebola (10,28%), o café moído (4,59%) e as carnes (0,97%). Em Campo Grande, os mesmos produtos obtiveram os seguintes percentuais: tomate (-20,07%), ovo de galinha (-3,98%), arroz (-4,28%) e frutas (-1,59%). Altas: cebola (23,35%), batata-inglesa (14,20%), café moído (4,09%) e as carnes (1,57%).

A alimentação fora do domicílio registrou queda de 0,03% em maio, perante a alta de 1,49% de abril. O subitem
refeição desacelerou de 0,95% para 0,20% em maio, e o lanche, por sua vez, saiu de 2,30% em abril para -0,70% em maio.

“A queda nos preços do tomate pode ser explicada por um aumento da oferta devido ao avanço na de inverno. Contudo, houve um movimento inverso no caso da batata-inglesa, em que a safra de inverno ainda não é suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, pontua o gerente do IPCA.

Transportes

Em maio, o grupo Transportes registrou alta de 0,12% em Campo Grande, implicando em 0,03 p.p. no índice. O maior aumento veio do subitem transporte por aplicativo (4,35%) cujo impacto foi de 0,01 p.p., porém, a maior mudança (0,06 p.p.) veio do subitem conserto de automóvel, que subiu 2,06%.

A gasolina também teve o maior impacto negativo (-0,05 p.p.), com 0,57% de queda. A maior queda veio da
passagem aérea (-4,89%), que puxou o índice 0,01 p.p. para baixo.

Já no cenário nacional houve queda de 0,37%, que contribuiu para a desaceleração do IPCA de maio, com impacto de -0,08 p.p. no índice geral. Entre os destaques, está a redução no preço da passagem aérea (-11,31%) e dos combustíveis (-0,72%). Todos os combustíveis pesquisados apresentaram queda em maio: óleo (-1,30%), etanol (-0,91%), gás veicular (-0,83%) e, por fim, a gasolina (-0,66%).

“A queda nas passagens aéreas se deve por ser um período entre as férias de final e início de ano e as do meio do ano, quando as companhias aéreas costumam baixar os preços. Já nos combustíveis, destaque para a redução do álcool hidratado, que é aquele abastecido nos veículos, que sofreu redução na tributação, resultando em um recuo de 5 centavos por litro”, salienta Gonçalves.

Outros grupos

Saúde e cuidados pessoais: Brasil, 0,54%, com impacto de 0,07 p.p. Em Campo Grande, desacelerou de 1,45% em abril, para 0,15% em maio. Entre os destaques, estão produtos farmacêuticos (-0,16%), que, mesmo após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março, apresentou queda na Capital. Outro destaque ficou com o item plano de saúde (0,56%).

Vestuário: Brasil, 0,41% (0,02 p.p.); Campo Grande, 0,51%, puxado por subitens variados, tendo sido mais impactado pela camisa masculina (2,73% e impacto de 0,02 p.p.), porém, o subitem que mais teve aumento foi agasalho feminino (2,96%). Também teve aumento a/o bermuda/short feminino (2,67%). Entre as quedas, ganha destaque a calça comprida masculina (-2,59% e -0,01 p.p. de impacto).

Despesas pessoais: Brasil, 0,35% (0,04 p.p.); Campo Grande, -0,14%, com destaque para alimento para animais (-5,35%), brinquedo (-2,66%) e hospedagem (-2,32%). Os valores positivos vieram de sobrancelha (1,37%) e cinema, teatro e concertos (1,35%).

Comunicação: Brasil, 0,07% (0,00 p.p.); Campo Grande, -0,02%, levado pela queda nos preços do subitem aparelho telefônico (-0,1%).

Educação: Brasil, 0,05% (0,00 p.p.); Campo Grande, 0,02%, equilibrada entre o aumento de 1,9% em autoescola e as quedas de 1,09% de itens de papelaria e 0,56% de caderno.

Artigos de residência: Brasil, -0,27% (-0,01 p.p.); Campo Grande, -0,50%.

INPC tem alta de 0,35% em maio

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) subiu 0,35% em maio. No acumulado do ano, o índice registra alta de 2,85%. Já nos últimos 12 meses, subiu 5,20%, ligeiramente abaixo dos 5,32% observados nos 12 meses anteriores. Além disso, em maio de 2024, o índice havia crescido 0,46%.

Os produtos alimentícios desaceleraram a alta, passando de 0,76% em abril para 0,26% em maio. Enquanto isso, os produtos não alimentícios tiveram leve queda, de 0,39% para 0,38%.

Entre os índices regionais, a maior variação foi registrada em (1,24%), influenciada pelo aumento na energia elétrica residencial (9,30%) e no transporte público (ônibus urbano, 12,90%). Conforme o IBGE, a menor variação ocorreu em Rio Branco (0,09%), devido à queda nos preços do ovo de galinha (-9,09%) e do arroz (-6,26%).

💬 Receba notícias antes de todo mundo

Seja o primeiro a saber de tudo o que acontece nas cidades de Mato Grosso do Sul. São notícias em tempo real com informações detalhadas dos casos policiais, tempo em MS, trânsito, vagas de emprego e concursos, direitos do consumidor. Além disso, você fica por dentro das últimas novidades sobre política, transparência e escândalos.
📢 Participe da nossa comunidade no WhatsApp e acompanhe a cobertura jornalística mais completa e mais rápida de Mato Grosso do Sul.

***

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Seleção masculina de vôlei estreia nesta 4ª feira na Liga das Nações

Casal de idosos perde mais de R$ 15 mil em golpe bancário por telefone

Uruguai supera Venezuela, fica perto da Copa e Brasil carimba passaporte se bater o Paraguai

Velho conhecido, receptador de celulares roubados é preso novamente em Campo Grande

Notícias mais lidas agora

Com PGJ e voto de Paulo Passos, sessão do Conselho enterra denúncia contra MPMS

Entrevista: desembargador orienta caminhos para acelerar amparo a famílias atípicas de MS

Homem morre na rua após ser baleado 4 vezes no Los Angeles

Motta diz que vai levar ao plenário perda do mandato de Carla Zambelli

Últimas Notícias

Esportes

Colômbia empata com Argentina, mantém jejum nas Eliminatórias, mas fica perto da Copa de 2026

Argentina até pressionou, mas o duelo foi para o intervalo com a vitória parcial da Colômbia

Polícia

Após perseguição de 5 km, carregamento de celulares avaliado em R$ 1,6 milhão é apreendido

Os militares faziam rondas na MS-379

Esportes

Bolívia faz 2 a 0, segue viva nas Eliminatórias e elimina o Chile da Copa do Mundo de 2026

A vitória levou a Bolívia a 17 pontos e ainda com esperança de uma vaga

Brasil

Câmara aprova regras para regularização de imóveis rurais em áreas de fronteira

Proposta será enviada ao Senado