Com a explosão do “morango do amor” nas redes sociais, a procura pela fruta aumentou consideravelmente em Campo Grande. No entanto, bem antes da tendência viral, o produtor João Duarte Nogueira, de 68 anos, já apostava no cultivo orgânico da fruta no sítio Sagarana, na zona rural da Capital.
Há dois anos e meio, ele cultiva 2,5 mil plantas de morango em sistema semi-hidropônico, ou seja, fora do solo, com substrato e sem uso de agrotóxicos.
As variedades cultivadas por lá são importadas da Espanha e dos Estados Unidos. Ao Midiamax, João explica que cada planta pode produzir até 1 kg da fruta por ano, o que dá à produção potencial de até 3 toneladas anuais.
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“Aqui nós estamos produzindo morangos sem o uso de produtos químicos, principalmente agrotóxicos”, ressalta o produtor.
Quem trabalha diretamente no cultivo confirma a conexão afetiva com a planta. Francisco Eudenis Silva do Nascimento, que atua no sítio há dois anos, compara o cuidado com os morangos ao de uma criança pequena. “Trabalhar com morangos é prazeroso. No dia a dia, se torna uma paixão”, conta.

Experiência que vai além do sabor…
Apesar de a produção ainda ser considerada pequena, o sítio se tornou destino de famílias interessadas em vivenciar a experiência da colheita diretamente do pé. Crianças, idosos e apaixonados pela fruta visitam o local com frequência, onde aprendem sobre o cultivo e levam os morangos frescos para casa.
“Vêm crianças, vêm muitos idosos, famílias no geral, e eles se apaixonam pela cultura do morango”, comenta João.
Segundo ele, o fenômeno do “morango do amor” impactou diretamente na demanda. “As mídias sociais divulgaram muito essas receitas. O brasileiro gosta desses impactos, onde todo mundo se apaixona por um produto e isso viraliza”, observa.
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O produtor ressalta, porém, que seu foco é manter um sistema produtivo sustentável, com tecnologia adaptada ao clima de Mato Grosso do Sul. “Queremos ter a segurança de que quem venha aqui consumir tem uma fruta de qualidade, fresca e com muito sabor.”
A produção, conforme o proprietário do cultivo, tem início em maio, aproveitando o período de dias mais curtos do ano, que favorece a floração. A colheita se estende até o final do ano, embora em menor volume nos meses mais quentes.
“Estamos em uma época favorável à produção do morango porque a floração é maior. Então, a produção é maior”, explica.

A verdadeira fruta do amor?
O morango, além de símbolo nas receitas populares, também é visto por muitos como a “fruta do amor”, seja por sua aparência e sabor marcante, seja pela relação cultural com momentos românticos.
“O sabor, a textura e a beleza do morango já representam o amor”, define a aposentada Maria Antônia de Tsutsui, de 72 anos. “Nos filmes antigos, quando as pessoas estavam namorando, cortejando, sempre ofereciam muitos morangos, champanhe.”
Dá para plantar em casa!
Para quem deseja plantar morangos em casa, a dica é começar com uma muda de qualidade e substrato adequado. A irrigação deve ser feita com moderação, cerca de três vezes ao dia, com pouca água — o suficiente para estimular o crescimento saudável da fruta.
“Tem que ter uma planta boa, de qualidade. Não precisa molhar muito, mas tem que ser umas três vezes ao dia e só um pouquinho”, orienta Francisco.
No Sítio Sagarana, o cultivo segue com a promessa de manter a qualidade sem pressa de escalas, independentemente das modas passageiras que viralizam na internet. “A onda do morango do amor, com certeza, passa, e a nossa produção fica”, finaliza João.

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