A campanha “Fogo Zero”, de orientação e conscientização sobre os incêndios florestais, foi lançada nesta terça-feira (6). A edição deste ano leva o tema “Mais que uma campanha. Um propósito”, considerando os resultados das edições anteriores no fortalecimento da cultura de prevenção de incêndios em Mato Grosso do Sul.
A Reflore-MS é a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas e reúne empresas líderes da cadeia florestal. Também integram a campanha o Sistema Famasul, com apoio do Governo do Estado, Corpo de Bombeiros Militar e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O objetivo da campanha é disseminar informação sobre a prevenção, capacitar o agronegócio para o combate às chamas e educar a sociedade sobre os prejuízos. As campanhas publicitárias refletem um coração formado por árvores, sendo uma parte composta por eucaliptos (plantadas) e a outra por nativas (mantidas em preservação).
Cultura da prevenção
Ao longo do ano, serão produzidas peças publicitárias, planejamento estratégico anual, investimento em prevenção, postagens e ações em redes sociais, palestras educacionais, parcerias institucionais, capacitações de brigadistas e de gestores de incêndios.
“Temos dados de muito do que queimou, mas deixou de queimar em função de todo o trabalho, de todos os envolvidos, como o produtor rural que chega, as empresas, o Corpo de Bombeiros. Se essa conscientização não acontecesse, talvez o prejuízo que estivéssemos tendo seria maior. O fogo evitado, que é o que a gente não consegue mensurar, é o grande ganho da sociedade”, diz Julio Ohlson, da Reflore-MS.
Foram registrados 1.993 focos de calor e uma área de queimada superior a dois milhões de hectares em 2024. Conforme o coronel do Corpo de Bombeiros Adriano Rampazo, militares estão passando por cursos de formação para o cenário previsto para este ano, com tendência negativa.
“Entrando no sétimo ano de incêndios florestais intensos, em 2020 e 2024 com destaque. Ano passado, um dos mais difíceis, protegemos a metade do que foi queimado no Pantanal. Por mais que tenha chovido recentemente, alagamentos, mas não é esse que está se mostrando nos dados daqui para frente. A tendência é não ter mais chuva do mesmo, e termos também um ano bastante difícil”, descreve.
Atuação de produtores
Frederico Stella, tesoureiro da Famasul, ressaltou que os produtores rurais são, na verdade, os mais interessados na prevenção de incêndios, já que os prejuízos causados não só à produção, mas à fauna, à flora e às propriedades, são significativos.
“(Nas queimadas), o primeiro a ser acusado era o produtor rural. E hoje a gente consegue entender e perceber que o produtor rural é o primeiro a estar combatendo esses focos. Quando a gente chega (em local de queimada), somos um dos primeiros a estar chamando o Corpo de Bombeiros para tentar ajudar a acabar com esse foco. É muito simples, e a gente vai imaginar os prejuízos que nós temos dentro da nossa propriedade. Não vamos colocar fogo dentro da nossa casa.”
Apoio acadêmico
Uma das ações é a Jornada Florestal Reflore, que começa nesta terça-feira (6), no auditório da Famasul, e segue até o dia 9 de maio para acadêmicos de universidades do Estado. Os estudantes irão conhecer o funcionamento das empresas do setor, ampliando a compreensão sobre a cadeia produtiva florestal.
Durante quatro dias, os estudantes visitam unidades empresariais, acompanham rotinas de monitoramento e controle de incêndios e vivenciam práticas relacionadas à gestão florestal.
Além da Jornada, a campanha contempla ações educativas promovidas pelas empresas associadas junto a escolas e comunidades vizinhas às áreas de plantio, reforçando o papel da educação na prevenção de incêndios. Outra ação prevista é a panfletagem, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, que ocorrerá em pontos estratégicos das rodovias, como os postos localizados em Aquidauana, Água Clara e na saída para São Paulo, em Três Lagoas.
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