Figueira não resiste à chuva e derruba parte de casarão centenário na Antônio Maria Coelho

Galho de árvore caiu sobre a fachada do imóvel e destruiu parte da construção de 1922

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Fotos mostram antes e depois de casarão. (Helder Carvalho, Jornal Midiamax | Destaque Google Maps)

A fachada do casarão centenário localizado no cruzamento da Rua Antônio Maria Coelho e a Rua 13 de Maio ficou destruída após o galho de uma figueira ter caído sobre o imóvel. As quatro janelonas viraram um punhado de tijolos após o temporal derrubar a árvore com pelo menos quatro décadas de história. A passagem pela calçada ficou obstruída.

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Quem passa pela região deve-se lembrar da casa enorme abandonada no centro. O imóvel foi construído em 1922 pelo espanhol Ignacio Gomes e é considerado um bem histórico-cultural da Capital, ou seja, não pode ser demolido. 

Segundo o comerciante Márcio Rios, conhecido como Rios na região, parte da árvore caiu após um temporal há dois dias. Ele relembra que, em 1982, quando era adolescente, costumava passar um tempo em frente do endereço com o irmão. Desde aquela, a Figueira também já existia. 

“Eu peguei um dia à tarde e levei a minha filha para mostrar a casa. ‘Olha, isso aqui, essa janela era aberta assim, é grandona, bem grande, tinha um corredor’”, detalha. 

Situação da casa na tarde deste sábado (18). (Helder Carvalho, Jornal Midiamax)

Enquanto Rios encarava e descrevia como era o passado para a filha, a casa lhe devolvia memórias de 40 anos atrás. “Na casa viviam duas mocinhas. Eu era adolescente, elas eram adolescentes, e a gente ficava paquerando elas. E tinha uma senhora muito brava. Eu lembro bem certinho do rosto delas da época, mas não sei o nome”, recorda. 

Na avaliação de Rios, as raízes das árvores agarradas às paredes podem ter contribuído para enfraquecer a infraestrutura. No local, há itens que apontam indícios de que pessoas vivem ali. O comerciante acredita que são pessoas em situação de rua. 

“Como eram caprichosos os pedreiros, os acabamentos eram bem bonitos. Não dá pra ver muito porque está sem tinta, mas era bem bonito. Só que eu vi um dia, faz tempo, a árvore tinha entrado por dentro da construção, dentro de tijolos. Então isso vai fragilizando eu acho”, lamenta. 

O Midiamax entrou em contato com a Prefeitura de Campo Grande para perguntar se há previsão de reparos no local e aguarda resposta. O espaço segue aberto para manifestações.  

“A casa que todo mundo vê”

O Midiamax conversou, em 2022, com o bisneto do primeiro dono do imóvel para conhecer a história do casarão que “todo mundo vê”, mas que ninguém sabe o passado. 

Beto Magalhães, bisneto do primeiro morador, decidiu revelar a “história real” por trás da emblemática casa. O relato surgiu depois que um interessado em saber do passado do prédio publicou nas redes sociais sua indagação: “Alguém sabe o que foi esse lugar?”, questionou. Não demorou nada para que Beto se pronunciasse e abrisse o jogo sobre o histórico do local, que se encontra abandonado há anos, tomado pelo mato, já quase em ruínas.

“Me dá dó ver essa casa neste estado. Passei minha infância brincando ali dentro, principalmente assustando as pessoas pela ventilação do porão que dá para a rua. Essa casa foi construída em 1922, por Ignacio Gomes, meu bisavô, avô da minha mãe, um imigrante espanhol que veio para o Brasil em busca de trabalho”, diz Beto Magalhães.

Para saber mais sobre o casarão, confira a matéria constando está história clicando aqui.

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