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Cotidiano

Família resiste a chuvas e alagamentos em casa condenada pela Prefeitura e quer solução

Toda vez que chove, casa inteira alaga, causando prejuízos e preocupações
Idaicy Solano, Layane Costa -
Casa está condenada e pode desabar a qualquer momento (Helder Carvalho, Jornal Midiamax)

Cada gota de chuva que cai em é um motivo de desespero para a dona de casa Luciane Cristina Camargo, de 52 anos, moradora do Bairro Bálsamo, que há seis anos vive um ‘pesadelo’ ao ver a casa onde mora, com a filha e três netos, alagar durante os temporais. 

Imagens registradas pela dona de casa na terça-feira (18), durante temporal que atingiu a cidade, mostram o chão do imóvel completamente tomado pela água e barro e os poucos pertences da família erguidos para não serem danificados. Do lado de fora da casa, o quintal também estava submerso. 

Segundo Luciane, o problema começou quando uma comunidade invadiu os terrenos atrás de sua casa, e como o local não tem um sistema de , a água não tem para onde escorrer, indo parar em seu quintal. 

“Só tem saída [para a água] de um lado e a enchente não dá conta de sair só por um lado, e aí justo o meu quintal foi premiado. Formou um sumidouro no fundo de casa. Nesse sumidouro, a água vai enchendo, enchendo, e quando entra, entra de uma vez, não tem como segurar. Não tem o que fazer, é sentar e esperar a água acalmar”, relata Luciane.

De acordo com a dona de casa, o transtorno não tem hora para acontecer, então precisa ficar o tempo todo em alerta para ajudar as crianças e tentar salvar os pertences, quando a casa alaga. A situação também tem tirado o sono da moradora, pois tanto ela, quanto a neta de seis anos, possuem problemas com asma e fazem o uso de bombinhas para auxiliar na respiração.  

“Eu não posso sair, sempre tem que ficar um em casa. Tenho medo da chuva. Não tem hora pra acontecer, tem que recolher as coisas pra cima, se não, a chuva leva, colocar as crianças pra cima da cama, do sofá”, detalha.

Casa pode desabar a qualquer momento 

O imóvel onde Luciane reside com a família não está mais em condições de ser habitado, pois a estrutura está muito danificada. Há rachaduras por toda parte, tanto na casa quanto no muro e o piso está oco, devido aos alagamentos. 

Com exceção de um guarda-roupa e um fogão, os eletrodomésticos não funcionam mais e os móveis estão estragados. O sonho da dona de casa é fazer uma reforma e comprar tudo novo, mas não existe a possibilidade, já que a casa está comprometida. 

Triste, mas, ao mesmo tempo, revoltada, a moradora desabafa que não está colocando em risco apenas a própria vida, mas também a de sua família. “A qualquer momento tudo pode desabar, mas não tomam uma providência. Eu construí essa casa com os meus filhos, passando ”. 

Moradora se recusa a deixar a casa

Conforme apurado com a (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), a agência acompanha o caso de Luciane há dois anos, período em que foram realizadas visitas técnicas ao local, que constataram o risco de desabamento. Por conta da precariedade do imóvel, foram oferecidas outras opções de moradias ou auxílio do aluguel social, mas Luciane se recusa a deixar a casa.

Conforme relatado por Luciane à reportagem, o imóvel onde ela mora atualmente é próprio e quitado e está com todos os impostos e documentação em dia, então ela não quer se mudar para uma das casas oferecidas pela agência, pois teria que pagar as parcelas da moradia até quitar. “Querem que a gente dê a casa quitada aqui, para eu ficar pagando parcela”, reclama. 

Luciane também recusou o benefício do aluguel social, pois afirma que o valor oferecido não cobriria os gastos. “Eles querem me dar um aluguel social. Mas um aluguel social de 500 reais. Existe casa de 500 reais? Aqui não tem. Exige caução, eu vou pagar de que jeito?”, questiona.

Questionada, a Emha afirmou que “todas as alternativas oferecidas seguem as normas estabelecidas pelas políticas públicas habitacionais vigentes”. 

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