Os atendimentos do Pronto Atendimento adulto e infantil da Santa Casa de Campo Grande continuam suspensos, por tempo indeterminado. O maior hospital do Mato Grosso do Sul alega falta de insumos no centro cirúrgico e risco iminente de desassistência grave aos pacientes.
A decisão foi tomada no final de semana, mas segue para essa semana, visto que não há previsão de resolver a situação. A própria Santa Casa afirma que sem insumos importantes, há grave risco para os pacientes de agravamento clínico e óbito decorrente da incapacidade de garantir o atendimento adequado e seguro.
Diante disso, serão atendidos apenas casos discriminados em documento publicado pela instituição e novos casos estão sendo analisados previamente pelo Núcleo Interno de Regulação, em conjunto com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
A situação acontece em época de crise na saúde, devido ao avanço das doenças respiratórias em todo o Mato Grosso do Sul, mas com maior incidência em Campo Grande. Enquanto isso, há fila de mais de 250 pessoas aguardando vaga em hospital.
Caso recorrente
Desde março, a Santa Casa alerta para a situação de superlotação e falta de insumos básicos. O hospital chegou a fechar as portas para novos pacientes, mas com a continuidade da demanda, médicos do setor de ortopedia foram à polícia de Campo Grande.
Em boletim de ocorrência, eles afirmaram que não há insumos para cirurgias e 70 pacientes correm risco de morte ou sequelas graves.
Conforme o registro policial, três médicos e um advogado estiveram na delegacia para registrar um BO de preservação de direito, onde relatam falta de condições de trabalho. Segundo eles, no momento não existe nenhum material ortopédico disponível para a realização de cirurgias de urgência e emergência.
Chefe do setor de ortopedia da Santa Casa, o médico João Antônio Pereira Mateus relatou à polícia que o hospital tem 70 pacientes que estão em situação iminente de morte e/ou sequelas, devido à falta de insumos e próteses para cirurgias.
Déficit mensal de R$ 13 milhões
No dia 17 de março, foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul para discutir a crise dos Hospitais Filantrópicos, com foco nas dificuldades enfrentadas pela Santa Casa de Campo Grande. Na data, o hospital apresentou documentos que comprovam déficit líquido significativo de R$ 13,23 milhões mensais, o que equivale a R$ 158,85 milhões anuais.
Segundo a Santa Casa, não há reajuste financeiro desde 2022, o que ocasionou desequilíbrio econômico-financeiro e a crise atual. O documento de contratualização com a prefeitura de Campo Grande venceu em meados de 2024 e, desde então, há uma negociação para a elaboração de um novo documento.
Em comunicado, a Santa Casa de Campo Grande informa que conseguiu, perante a Justiça, o repasse imediato de mais de R$ 46 milhões na tarde de terça-feira (25). O hospital informa que passa sérias dificuldades financeiras, com riscos iminentes de interrupção total de seus atendimentos hospitalares.
Ainda conforme a Santa Casa, a situação decorre, também, do não recebimento de verbas reconhecidas judicialmente, referentes a repasses financeiros da União realizados durante a pandemia de Covid-19 em 2020, e que permanecem pendentes de recurso no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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