Há anos, moradores da Rua Brezanor de Albres Lima, no Jardim Bálsamo, em Campo Grande, sofrem com a falta de infraestrutura, enquanto sonham com a chegada do asfalto. Em período de chuvas, a situação piora, além dos alagamentos e lamaçal, a água parada atrai cobras e escorpiões e coloca em risco a saúde e segurança dos moradores.
Luís Ananias de Oliveira, líder religioso do bairro, relata que frequentemente recebe pedidos de ajuda dos moradores, mas se sente de mãos atadas diante da situação.
“Uma moradora me pediu ajuda porque a casa dela estava toda alagada. Tive que responder que só posso orar e pedir a Deus que envie alguém para ver a vida que estamos vivendo aqui.”
‘Nem consigo dormir à noite’
Rosana Silva é mãe solo e vive com quatro crianças em uma casa de apenas um cômodo, para ela, a maior preocupação é que, a qualquer momento, a chuva leve o pouco que possuem.
“Toda vez que chove, ficamos preocupados. O pessoal lá do fundo vive praticamente embaixo d’água. A gente precisa de socorro”, desabafa.

Além dos alagamentos, Rosana lida com o aparecimento frequente de animais peçonhentos dentro de casa. Embora seus filhos não tenham sido picados, o medo constante a impede de dormir tranquilamente.
“Nem consigo dormir à noite; sempre que escurece, encontro bichos dentro de casa. Minhas crianças dormem no chão porque nossa casa é pequena e não consigo terminar as reformas. Tenho que revezar com elas para poderem dormir na cama e, assim, acabo dormindo no chão para proteger elas”.
Bárbara Fai, também mãe de quatro filhos, passou por uma situação que descreve como desesperadora. Em plena virada do ano, um de seus filhos foi picado por um escorpião dentro de casa.
“Eles estavam dentro de casa. Dei almoço, coloquei no tapete. Aí meu filho veio chorando, falando que uma barata picou ele com a ‘bunda’. Na hora desconfiei, quando olhei meu outro filho, vi o escorpião com o rabinho erguido. Pronto para picar a perna do meu outro filho. Passei a virada do ano no posto de saúde com ele, foi um desespero”, relata.
‘Nos sentimos abandonados’
As chuvas constantes também impedem Luís de concluir a reforma de sua própria casa, já que os materiais de construção são frequentemente danificados pelas inundações. Nas chuvas da última semana, até uma cobra apareceu dentro de sua casa.
“Perdemos material, tempo e recursos com a limpeza. Os tijolos que estavam aqui acabaram levados pela água, quando recolhi, acabei matando uma serpente que estava no meio deles”, relata.
Para ele, após anos de espera, o sentimento que fica entre os moradores do Jardim Bálsamo é o de abandono.
“Pedimos que alguém olhe por nós, para podermos ver, ao menos, melhorias nas ruas e para que as crianças possam circular com segurança. Recentemente, um carro ficou atolado e tive que puxá-lo com muito esforço. Estamos abandonados.”
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