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Cotidiano

Chuva de 30 minutos deixa moradores do Jardim da Mooca ilhados em Campo Grande

População "não aguenta mais" descaso público com a região
Schimene Weber -
Moradores sofrem com falta de instrutora no Jardim da Mooca, na Capital (Fala Povo, Jornal Midiamax)

Após chuva de 30 minutos que atingiu o da Mooca na tarde desta quinta-feira (20), em , moradores ficaram completamente ilhados no local.

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Leitor do Jornal Midiamax, Luis Carlos Gouveia, de 48 anos, disse que a população ‘não aguenta mais’. “Tá insuportável de passar e de sobreviver aqui. Toda vez que chove, fica a mesma coisa. É lama pra tudo quanto é lado. Dá até insegurança passar com o carro, porque a gente não sabe se tem um buraco que vai trazer um problema ainda maior. Nós já fizemos protestos, mas vimos que nada disso adianta. Sou trabalhador, tenho um comércio no bairro, e essa situação está insustentável”, resumiu.

Morador flagrou momento em que tentava atravessar a rua com sua moto (Fala Povo, Jornal Midiamax)

“Todo dia, quando chove, as ruas ficam intransitáveis. Ontem, com aquela chuvarada, ficou ainda pior – se é que é possível acontecer alguma coisa assim. O fato é que não é normal que, em 30 minutos de chuva, a gente fique desse jeito. Nem mesmo quando não tá chovendo, o mato tá tomando conta da rua. Tudo cheio de buraco. Não vem uma patrola pra resolver a nossa situação. O que a gente realmente quer é uma solução para esses problemas. adequada, patrolamento adequado… Nós queremos ser tratados com respeito”, desabafou à reportagem.

A Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura e Serviços Públicos) informou, em nota, que equipes estão fazendo manutenção de vias não pavimentadas. “Com patrolamento e cascalhamento é que o Jardim da Mooca será atendido. Só não temos como dizer, no momento, a data, pois o serviço não dá para ser feito com as ruas ainda encharcadas”, finalizou o texto.

Falhas no sistema de drenagem

O engenheiro Lázaro Barbosa Machado, que atua na área de projetos de drenagem, comenta que em cidades do porte de Campo Grande, o processo de drenagem é complexo e a ação humana atropela a dinâmica natural do crescimento das cidades. O profissional explica que a estrutura de drenagem pluvial de Campo Grande se mostra insuficiente, pois as galerias não comportam mais o volume de escoamento superficial da água. 

“O poder público não consegue realizar obras estruturantes que mitiguem essa dinâmica. Com algumas exceções, esse é o grande problema das cidades em processo de grande desenvolvimento”, detalha. 

A discussão acerca de todos os pontos relacionados aos problemas de drenagem da capital é descrita por Lázaro como algo ‘complexo’, e usa de exemplo um dos pontos críticos da Capital, a rotatória das Avenidas Rachid Neder e Ernesto Geisel. No local, uma solução seria construir uma bacia de detenção a jusante – termo utilizado para descrever a direção onde corre o fluxo da água – para conter a água que desce pela Rachid Neder. 

“Esse problema não é exclusivo de Campo Grande, mas afeta tanto grandes quanto pequenas cidades. É essencial desenvolver um plano diretor de drenagem realista, que possa ser executado de acordo com a realidade e as condições orçamentárias de cada cidade. A implementação de soluções pontuais, como ‘caixas de detenção’, para reduzir os impactos do deflúvio superficial, é uma medida urgente.”

Desastre ambiental ou infraestrutural? 

Impermeabilização do solo, falta de planejamento urbano e crescimento desordenado são alguns dos fatores que agravam o problema de drenagem em Campo Grande. 

O profissional explica que não se trata do fenômeno de chover ‘mais’ ou ‘menos’ do que registrado em anos anteriores, mas sim de um problema estrutural causado pelo aumento exponencial do volume de chuvas ao longo do tempo. “O sistema de infraestrutura de drenagem não acompanhou esse processo”, enfatiza. 

Para finalizar, Lázaro ressalta que a eficiência da drenagem para aguentar volumes ‘inesperados’ de chuva dependerá da “capacidade do poder público de reagir a esse processo”.

Desastre anunciado

No Aero Rancho, a chuva causou alagamentos em diversos pontos do bairro, gerando transtornos para motoristas e moradores. As áreas mais afetadas foram o início da Rua da Divisão, a Rua Anchieta, a rotatória Anchieta e a rotatória da Divisão com a Rua Graça Aranha. Na Rua da Divisão, o córrego transbordou, alagando a via e obrigando os motoristas a desviarem do local. Na rotatória Anchieta, um veículo ficou parado no meio da água, com o pisca-alerta ligado.

Outro local que foi criticamente afetado foi o trecho da Avenida Guaicurus, próximo ao cemitério Monte das Oliveiras, onde um córrego transbordou e deixou cerca de 20 metros da via submerso em água. Um motociclista precisou ser resgatado da correnteza pelo Corpo de Bombeiros e famílias tiveram seus barracos levados pela força da água.

A USF (Unidade de Saúde da Família) DR. Benjamin Asato, localizada no Bairro Parque do Sol, também não escapou. Imagens feitas por pacientes mostraram o chão alagado e água saindo pela tomada da parte externa da farmácia da unidade. Outro local atingido pela chuva foi a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), onde estudantes registraram a água vazando pelas lâmpadas e pátios completamente inundados.

Volume das chuvas

Nesta segunda (17) e terça-feira (18), foram registrados mais de 100 milímetros,volume maior do que toda a chuva que caiu na cidade nos primeiros 15 dias de março, conforme dados do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima). Segundo a previsão, são esperados 149 milímetros de chuva para março inteiro.

O que diz a Prefeitura de Campo Grande?

A equipe de reportagem procurou a Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos) para questionar medidas estão sendo tomadas, a curto e longo prazo, para sanar os problemas de drenagem de Campo Grande.

Em nota, a Sisep informou que monitora os pontos críticos de alagamentos da cidade e possui estudos para enfrentar os problemas que não são recentes, são de décadas.

“Entre as estratégias adotadas pela atual gestão é de incluir nos projetos de pavimentação as obras de drenagem. Também há a obras em execução de bacias de amortecimento, em algumas regiões da cidade. Um exemplo de sucesso foi a construção e ativação da bacia do córrego Reveilleau, na Avenida Mato Grosso com a Avenida Hiroshima, onde não houve mais alagamentos na Via Park, próximo ao Shopping Campo Grande. Além disso, a Sisep mantém equipes diariamente trabalhando na manutenção e limpeza das bocas de lobo e bueiros”, finaliza a nota.

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