Considerada a maior disputa empresarial do país, a briga pelo controle da fábrica de celulose Eldorado, em Três Lagoas, deve chegar ao fim. O imbróglio envolveu desde a Justiça de Mato Grosso do Sul até cortes arbitrais internacionais em Miami e Paris.
Isso porque os grupos J&F e Paper Excellence chegaram a um acordo, que envolve o pagamento de 2,7 bilhões de dólares (cerca de R$ 15,1 bilhões) que a J&F pagará ao grupo da Indonésia por 49,21% da planta. O valor representa, em dólar, quase o dobro do pago pela Paper, há oito anos.
A informação sobre o acordo é do jornalista Lauro Jardim, do Globo, e confirmada pelo Portal UOL.
A reportagem acionou a Paper Excellence e a J&F sobre o acordo, mas não houve manifestação até esta publicação. O espaço segue aberto.
A empresa estrangeira já havia perdido série de recursos em tribunais no Brasil para tentar fazer valer sua participação na Eldorado.
A disputa pela Eldorado Celulose se arrastava há quase sete anos. A Paper alega que os representantes dos irmãos Batista (donos da J&F) passaram a exigir mais R$ 6 bilhões acima do preço acordado em contrato. A exigência seria sem qualquer previsão legal ou acerto prévio. Já o valor, seria condição para transferir para a Paper o controle da produtora brasileira de celulose.
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Entenda a disputa
Resolução publicada pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), definida pelo conselho diretor do instituto, negou o pedido da empresa estrangeira Paper Excellence de controle da Eldorado Brasil, empresa do grupo J&F.
No entendimento do Incra, a Paper deve ser impedida de adquirir a Eldorado, empresa de celulose localizada em Três Lagoas, a 330 km de Campo Grande, por se tratar de companhia estrangeira que estaria adquirindo terras brasileiras, algo que deve ser autorizado pelo instituto e pelo Congresso Nacional.
Em outubro de 2023, a novela que virou a compra da Eldorado Celulose, em Três Lagoas, ganhou um novo capítulo. Em audiência da 1ª Vara Federal de Três Lagoas, procuradores disseram que o acordo de compra por parte da Paper Excellence deve ser anulado, já que a empresa não obteve autorização do Congresso Nacional para realizar a compra.
Acontece que a Paper Excellence é uma empresa de capital estrangeiro e, para adquirir terras no Brasil, precisa de autorização do Congresso Nacional. O que não ocorreu na época da compra da Eldorado Brasil, em 2017.
Desde então, a compra se arrasta em ações judiciais. Em audiência, o MPF (Ministério Público Federal) propôs acordo entre as partes onde a Paper Excellence tenha apenas parte das ações ou o desfazimento do negócio, conforme informações do Conjur.
Acontece que a J&F, proprietária da Eldorado e a compradora travam batalha judicial desde 2017, o que inviabilizaria totalmente um acordo entre as partes. Dessa forma, a J&F propôs devolver recursos já pagos em até 30 dias e assim se livrar de possíveis multas por fazer um negócio irregular.
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