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Cotidiano

Dia do Garçom: profissão impõe desafios, mas educação pode ser ‘chave para sucesso’

Atuação não exige formação, mas capacitação pode fazer a diferença para os profissionais
Gustavo Henn -
Imagem ilustrativa (Crédito: Freepik)

‘Patrão’, ‘chefe’, ‘campeão’ e muitas outras variações como essas são ouvidas pelos garçons em todos os cantos do Brasil. Nesta segunda-feira (11), é celebrado o Dia do Garçom, em homenagem aos profissionais que, mais do que servir os clientes e equilibrar as bandejas, enfrentam diversos desafios em sua rotinas de trabalho.

Eles, que são ‘a cara’ dos restaurantes onde trabalham e estão em contato direto com os clientes, devem prezar pela educação e respeito, segundo conta José Antônio Costa Barros, de 59 anos de idade e mais de 35 anos de atuação na área. “Não só como garçom, mas em qualquer área, a educação é fundamental, isso constrói uma relação de respeito com o cliente”, explica.

Após muitos anos de trabalho na área, José afirma que hoje já possui vínculos com diversos clientes do local em que trabalha, construídos com muito respeito e gentileza. “As pessoas já chegam e chamam até pelo nome, perguntando de fulano, de ciclano, às vezes ligam no meu celular para poder fazer alguma reserva. Então eu tenho um pessoal que chega, abraça, pergunta como é que você está. É uma relação de muito respeito”.

Dificuldades e polêmica dos 10%

No entanto, a profissão também conta com diversos obstáculos, principalmente quanto ao horário de trabalho. O presidente do Sinthorems (Sindicato dos trabalhadores em hotéis, apart hotéis, motéis, flats, restaurantes, bares, lanchonetes e similares de ), Hélio Amâncio, explica que a maioria dos garçons trabalha durante a noite e sofre com questões de segurança e transporte.

“Os trabalhadores que atuam no período noturno enfrentam dificuldades como a falta de segurança e de transportes coletivos, devido ao horário em que terminam o expediente. O sindicato também atua para buscar melhoria dessas condições aos profissionais”, afirma.

Ainda que José não sofra diretamente com esse problema, ele comenta que enfrenta cerca de 25 km por dia para ir e voltar de sua residência ao trabalho, já que deixou de morar no centro da cidade.

A média salarial da profissão, segundo o presidente do sindicato, é de R$ 1.600, pouco mais que um salário mínimo. Além disso, ele conta que algumas empresas não tributam os 10% adicionais no holerite dos garçons. “Muitas vezes não são tributados ou pagos no holerite, assim prejudicando o trabalhador em relação ao cálculo das férias, o 13º salário, FGTS, entre outras”.

As empresas podem cobrar dos clientes uma taxa de 10% em relação ao serviço, que é facultativa ao consumidor. No entanto, José explica que os donos dos estabelecimentos podem reter parte desse valor. “Os empresários podem tirar até 33% (dos 10%) para pagar os custos dos funcionários, onde eu trabalho é dessa forma. Então, é passado para a gente, os profissionais da cozinha, copa, o restante dos 10%”, conta.

Portanto, seguindo esse raciocínio, se um restaurante arrecadar R$ 10 mil em um mês com as taxas de 10% pagas pelos clientes, cerca de R$ 6.600 seriam distribuídos entre os trabalhadores como garçons, chefs, cozinheiros, etc.

Capacitação importa, mas não é requisito

Para quem pensa em ingressar nesse cenário, não há requisito de formação, porém, a qualificação é importante e “oportunidade é o que não falta”, segundo Hélio.

O presidente do sindicato diz que há uma baixa procura pelos cursos de capacitação, devido ao baixo salário da categoria. Porém, existem muitas ofertas de cursos em . “Existem cursos específicos na área da gastronomia, como a escola de gastronomia do Sesc, entre outras instituições que elaboram estes cursos de garçons, cozinheiros, camareiras, etc. Porém, não há nenhum atrativo que assegure o bem dos colaboradores”, explica.

Por isso, muitas vezes os profissionais preferem utilizar o serviço como um ‘bico’, uma maneira para conseguir dinheiro para se sustentar, e acabam aprendendo a profissão ‘na marra’.

Foi assim que José aprendeu, mas com muito auxílio de sua família, já que seu pai e irmãos também são garçons. “O aprendizado foi meio na marra, sim, porque na época também não tinha curso. Mas hoje sou capacitado, fiz curso de garçom e sou atualmente o mestre de um restaurante”, conta.

Atualmente, o (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) oferta cursos de Atendimento e Encantamento para Garçom em Bares e Restaurantes. A formação está com turmas abertas para as cidades de e Ponta Porã.

*Com supervisão de Guilherme Cavalcante

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