Quem mora há mais de uma década na Chácara dos Poderes se impressiona com a devastação causada pela chuva nas últimas 24 horas. O temporal abriu duas crateraa, derrubou muro, alagou casas, deixando moradores ilhados, com energia elétrica em meia fase e alguns até sem água após canos romperem.
Nesta sexta-feira (25), o maior problema dos moradores é para entrar ou sair das residências. Estudantes perderam aula porque não conseguiram ir à escola. Uma moradora contou à reportagem que precisa andar 5 km a mais “costurando” pelas estradas para poder sair do bairro.
A água da chuva desceu pelas estradas NE1 e NE2, desaguando na estrada SE1, onde se formaram duas crateras. Próximo do local está a nascente do córrego Pedregulho.
Morador há 15 anos na região, Adelino, de 75 anos, descreve como está difícil o trânsito na região após os transtornos causados pelo temporal. “É difícil ir e vir assim, com essas ruas, com essas crateras, porque você não tem saída aqui, se você está aqui, você tem que subir lá em cima”, explica.
Já outro morador, de 73 anos, relembrou que esta não é a primeira vez que enfrentam transtornos com as chuvas. “É uma coisa já prevista porque essa empresa terceirizada da Prefeitura faz um serviço paliativo. E aqui tem que ser um serviço definitivo, porque é muita água”, analisa.
Como resolver o problema na Chácara dos Poderes?

O problema na Chácara dos Poderes inicia com a água que vem na Rua Urupês, no Jardim Noroeste. No local, há uma bacia de contenção. A chuva avança e desce pelo bairro vizinho, desaguando nas estradas que terminam na SE1.
De acordo com o titular da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), Marcelo Miglioli, a solução envolve a contenção da água no Jardim Noroeste e o asfalto e drenagem das ruas na Chácara dos Poderes.
O projeto custaria, ao todo, R$ 27 milhões, e seria feito em, parcelas para não precisar esperar todo o dinheiro para fazer a pavimentação e drenagem. “Quanto mais avançarem, menor vai ser o impacto das chuvas”, explicou. O secretário também apontou que não é possível iniciar as duas obras enquanto estiver chovendo.
O vereador e membro da Comissão Permanente de Obras e Serviços Públicos de Campo Grande, Landmark Rios (PT), afirmou que 1,5 mil pessoas foram afetadas no Chácara dos Poderes.
“Tem uma empresa aqui que tem um contrato já assinado pela Prefeitura Municipal, um contrato de R$ 10 milhões e pouco, que é a Empresa Relevo. Existe todo um transtorno desde o Noroeste para cá e esse bairro está mais baixo que os outros, o que acaba impactando numa série de problemas aqui para a comunidade”, apontou.
Temporal
Campo Grande foi castigada por uma chuva intensa nas últimas 24 horas, com os pluviômetros registrando um acumulado de 88,6 milímetros entre o início da manhã de quinta-feira (24) e as 7h50 desta sexta-feira (25). O volume impressiona ao se equiparar ao esperado para todo o mês de abril, que é de 89,4 milímetros, conforme dados do Cemtec/MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima).
A precipitação concentrada em um curto período provocou o transbordamento de córregos e alagamentos em diversos pontos da Capital. O município com o maior volume de chuva no mesmo período foi Nova Alvorada do Sul, com 90 milímetros, enquanto Rio Verde teve a menor marca, com apenas 7,4 milímetros.
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