A taxa de desocupação (desemprego) no Brasil atingiu 7% no primeiro trimestre de 2025, tendo um crescimento em 12 das 27 unidades federativas do país se comparado ao 4° trimestre de 2024. Em Mato Grosso do Sul, o índice ficou em 4% – alta de 0,3 p.p em relação ao trimestre anterior – o que mantém o estado entre os que apresentam os melhores resultados no Brasil.
Em Campo Grande, a taxa ficou levemente acima, em 4,1%. O número é 0,4 p.p. maior que o registrado no quarto trimestre de 2024 e 0,3 p.p. maior em relação ao mesmo do ano passado. Com isso, a Capital de MS perdeu duas posições no ranking de menor taxa entre as capitais, ficando com a 6° menor taxa.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (16) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), por meio da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). No Brasil, houve aumento de 0,8 ponto percentual (p.p.) ante o quarto trimestre de 2024 (6,2%) e queda 0,9 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2023 (7,9%).

Apesar do crescimento da taxa nacional de desemprego em 0,8 ponto percentual, o analista da pesquisa, William Kratochwill, ressalta que esse aumento é sazonal, por conta do fim de contratos temporários no fim do ano.
“Mesmo com esse crescimento, o mercado de trabalho brasileiro mostrou resiliência. Esse foi o menor índice de desocupação já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica”, explicou.
MS entre os melhores desempenhos do país
Com 4% de desocupação, Mato Grosso do Sul está atrás apenas de Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%). Empatam com MS outros dois estados: Paraná e Espírito Santo, ambos com a mesma taxa de desemprego. Já as maiores taxas foram observadas em Pernambuco (11,6%), Bahia (10,9%) e Piauí (10,2%). No total, o desemprego cresceu em 12 das 27 unidades da Federação, mas ficou estável nas demais.
Mato Grosso do Sul, no 1° trimestre de 2025, tinha 2,28 milhões de pessoas em idade de trabalhar, indicando
aumento em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (2,26 milhões). Destas, 1,45 milhão estavam na força de trabalho, sendo que 1,39 milhão estavam ocupadas e 58 mil desocupadas.
O nível da ocupação foi estimado em 60,9%, representando uma queda de 1,9 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior e em relação ao mesmo período do ano passado.
Queda entre os que mais procuram emprego

Um dado positivo é que todas as faixas de tempo de procura por emprego registraram redução no número de desocupados. Conforme o IBGE, o número de pessoas que buscavam trabalho há dois anos ou mais caiu para 1,4 milhão, o menor para um primeiro trimestre desde 2015. Embora tenha caído 25,6% frente ao primeiro trimestre de 2024, esse contingente ainda está 8,1% acima do mínimo da série (1,3 milhão), atingido em 2014.
William destaca ainda que, pela primeira vez, há mais brasileiros desocupados há menos de um mês (21,5%) do que pessoas que procuram emprego há mais de dois anos. “Esse comportamento reforça a força do mercado de trabalho”, afirmou.
Emprego em MS mantém estabilidade no 1º trimestre de 2025
Mato Grosso do Sul registrou estabilidade no número de pessoas empregadas no primeiro trimestre de 2025, com 1,00 milhão de trabalhadores, frente a 1,03 milhão no trimestre anterior — uma variação de -2,6%, considerada estatisticamente estável. Desse total, 708 mil pessoas estavam empregadas no setor privado, 206 mil no setor público e 92 mil atuavam como trabalhadores domésticos.
Setor privado
No setor privado, o número de empregados variou em 24 mil pessoas, mas segue dentro da margem de estabilidade tanto em relação ao trimestre anterior (-3,3%) quanto ao mesmo período de 2024 (-2,3%).
Entre os trabalhadores sem carteira assinada, a estimativa se manteve em 148 mil pessoas, também com estabilidade em relação ao trimestre anterior (-8,8%). Já o contingente de trabalhadores com carteira assinada também apresentou estabilidade, com variação de -1,7% em comparação ao trimestre anterior.
Setor público
Entre os servidores públicos, houve estabilidade em todas as categorias. A quantidade de empregados com carteira assinada teve leve variação de -5,6% frente ao 4º trimestre de 2024. Já os sem carteira assinada apresentaram estabilidade, com variação de 12,7%. O grupo formado por militares e estatutários também permaneceu estável, com variação de -9,2%.
Trabalho doméstico
O número de trabalhadores domésticos se manteve estável tanto em relação ao trimestre anterior (-9,1%) quanto na comparação com o mesmo período de 2024 (1,1%). Dentre os domésticos com carteira assinada, também houve estabilidade, com variações de -5,6% (trimestre anterior) e -9,9% (mesmo trimestre do ano passado). Já os domésticos sem carteira assinada apresentaram variação estável: -10,5% na comparação trimestral e 6,8% em relação a 2024.
Trabalhador familiar auxiliar
O grupo de trabalhadores familiares auxiliares totalizou 11 mil pessoas no estado. Ainda que tenha ocorrido uma queda de -23,2% em relação ao trimestre anterior e de -38,6% em relação ao 1º trimestre de 2024, a variação foi considerada estável dentro da margem de erro da pesquisa.
Desigualdades persistem
As disparidades entre grupos sociais seguem evidentes. A taxa de desemprego entre mulheres ficou em 8,7%, enquanto entre os homens ficou em 5,7%. Quando analisada por cor ou raça, a taxa ficou abaixo da média nacional de 5,6% entre brancos, mas acima entre pardos (8,0%) e pretos (8,4%).
Analisando o rendimento médio habitualmente recebido de todos os trabalhos por gênero, os homens têm uma
média de R$ 3.988,00, enquanto as mulheres recebem R$ 3.106,00, o que representa uma diferença de 22,1% a
menos para as mulheres. Já no que se refere ao rendimento por cor ou raça, as pessoas brancas recebem em
média R$ 4.503,00 enquanto as pardas recebem R$ 3.050,00. Com isso, tem-se que população parda cerca de um terço (32,2%) a menos que a população branca.
Pessoas com ensino médio incompleto enfrentam maior dificuldade para conseguir emprego: a taxa de desocupação nesse grupo ficou em 11,4%, a maior entre os níveis de escolaridade. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 7,9%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (3,9%).
Em MS, enquanto os profissionais de nível médio completo recebiam em média R$ 2.805,00. Já os profissionais sul-mato-grossenses com nível superior recebiam em média R$ 6.233,00, perfazendo uma diferença de 122,2% a mais.
Informalidade cai para 30,5% em MS

A taxa de informalidade no Brasil alcançou 38,0% da população ocupada no primeiro trimestre de 2025, de acordo com a PNAD Contínua. O índice permanece estável em relação ao último trimestre de 2024, mas mostra contrasta entre as regiões brasileiras.
As maiores taxas de informalidade ocorreram no Maranhão (58,4%), em seguida aparece o Pará (57,5%) e Piauí (54,6%). Na outra ponta, os menores índices estão em Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).
A PNAD Contínua registrou para o 1° trimestre de 2025 uma população de 423 mil pessoas que estão ocupadas. Contudo, sem nenhum registro. Com isso, a taxa de informalidade em MS ficou em 30,5%, a 4° menor do país. Houve uma mudança em relação ao padrão dos anos anteriores. Enquanto houve um aumento na
passagem de 2022 para 2023 e deste para 2024. Já na passagem de 2024 para 2025 houve uma queda na taxa de informalidade.
Conforme o analista do IBGE, William Kratochwill, a taxa de informalidade reflete a estrutura econômica de cada estado, sendo que aqueles mais industrializados e mais complexos, geram postos de trabalho formais.
A taxa considera os trabalhadores sem carteira assinada no setor privado e doméstico, além dos empregadores e autônomos sem CNPJ e dos trabalhadores familiares auxiliares.
No Brasil, 74,6% dos empregados do setor privado tinham carteira assinada no primeiro trimestre de 2025. O Maranhão tem a menor proporção de trabalhadores formais, apenas 51,8% dos empregados do setor privado possuem carteira assinada. Logo atrás estão Piauí (52,0%) e Pará (55,1%).
Já os melhores desempenhos foram registrados em Santa Catarina (87,8%), São Paulo (83,4%) e Rio Grande do Sul (81,5%).
MS tem uma das menores taxas de trabalho por conta própria
A proporção de pessoas trabalhando por conta própria no Brasil ficou em 25,3% da população ocupada. No entanto, Mato Grosso do Sul se destacou com uma das menores taxas do país: apenas 21,2%. Ficou atrás apenas do Distrito Federal (19,0%) e de Tocantins (20,6%).
Os estados com os maiores percentuais de trabalhadores autônomos foram Rondônia (35,6%), Maranhão (32,7%) e Amazonas (31,2%). Conforme o IBGE, em muitos casos, o trabalho por conta própria ocorre na informalidade, o que pode significar menor proteção social e instabilidade financeira.
Em Mato Grosso do Sul, ocorreu estabilidade na população ocupada como empregador (76 mil), com uma variação de 12,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, e, em relação ao mesmo trimestre de 2024, também houve estabilidade de 6,3%.
A população ocupada trabalhando por conta própria no 1° trimestre de 2025 era de 295 mil, o que configura
estabilidade (-2,6%) em relação ao trimestre imediatamente anterior (303 mil), assim como em relação ao mesmo trimestre de 2024 (-1,1%).
Em relação às pessoas ocupadas como empregadores e por conta própria, apenas 171 mil possuíam
empreendimentos registrados no CNPJ. No 1° trimestre de 2025, o percentual de trabalhadores com CNPJ
ocupados como conta própria chegou a 36,0% (106 mil). Entre os empregadores, 85,5% possuíam CNPJ em MS (65 mil).
Rendimento médio fica em R$ 3.410
O rendimento médio real habitual da população ocupada está estimado em R$ 3.410 no primeiro trimestre deste ano. O valor representa alta em relação ao trimestre anterior (R$ 3.371) e também frente ao mesmo período de 2024 (R$ 3.279).
Considerando-se o rendimento do trabalho principal, se comparado às outras UFs, MS tem o 8° maior rendimento médio habitualmente recebido. Aqui, o rendimento médio real mensal habitual do trabalho principal foi de R$ 3.521,00 apresentando estabilidade em relação ao trimestre anterior (R$ 3.461,00) e em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior (R$ 3.352,00).
As regiões Sul e Nordeste apresentaram crescimento estatisticamente significativo nos rendimentos: Sul, com R$ 3.840 e Nordeste, com R$ 2.383. Nas demais regiões, os rendimentos se mantiveram estáveis.
Já a massa de rendimento real habitual totalizou R$ 345 bilhões, com estabilidade no trimestre e crescimento de 6,6% em 12 meses — o que representa um acréscimo de R$ 21,2 bilhões. O Sudeste concentrou a maior parte da massa salarial (R$ 174,9 bilhões), enquanto o Norte apresenta a menor (R$ 21,1 bilhões).
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