Brasil registrou a menor taxa de desemprego desde o início da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. No trimestre de abril a junho de 2025, a taxa de desocupação ficou em 5,8%, o que representa uma queda de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (7,0%) e de 1,1 ponto percentual na comparação com o mesmo período de 2024 (6,9%).
O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado também atingiu um patamar recorde: 39 milhões de pessoas. Outros indicadores igualmente expressivos foram a taxa de participação na força de trabalho, que chegou a 62,4%. Já o nível de ocupação, alcançou 58,8%, igualando o melhor resultado anterior registrado entre setembro e novembro de 2024.
A redução no número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego), também chama atenção, com queda de 13,7% em relação ao trimestre encerrado em maio e de 14,0% na comparação conforme o mesmo período de 2024.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).

Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, destacou os fatores que contribuíram para o resultado. “O crescimento acentuado da população ocupada no trimestre influenciou diversos recordes da série histórica, entre eles a menor taxa de desocupação”, explicou.
6,8 milhões de pessoas desocupadas
A taxa composta de subutilização da força de trabalho — que engloba os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial — recuou para 14,4% no trimestre encerrado em junho de 2025. O índice representa uma queda de 1,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (15,9%) e de 2,0 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2024.
Entre abril e junho de 2025, o Brasil somava cerca de 6,3 milhões de pessoas desocupadas. Em relação ao trimestre móvel anterior (janeiro a março), quando havia 7,6 milhões de desocupados, a queda foi de 17,4%, ou seja, menos de 1,3 milhão de pessoas sem ocupação.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, quando o número de desocupados era de 7,4 milhões, houve recuo de 15,4% — uma redução de 1,1 milhão de pessoas fora do mercado de trabalho.
102,3 milhões de pessoas ocupadas
A população ocupada no Brasil chegou a aproximadamente 102,3 milhões de pessoas no trimestre encerrado em junho de 2025, o que representa um avanço de 1,8% em relação ao trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período de 2024, quando havia 99,9 milhões de pessoas ocupadas, o crescimento foi de 2,4%, ou seja, um acréscimo de 2,4 milhões de trabalhadores.
O nível da ocupação (que mede o percentual de pessoas ocupadas em relação à população em idade de trabalhar) atingiu 58,8%. Esse resultado representa uma alta de 0,9 ponto percentual frente ao trimestre de janeiro a março de 2025 (57,8%) e de 1,0 ponto percentual em relação ao mesmo trimestre de 2024 (também 57,8%). Com isso, o índice igualou o recorde registrado no trimestre móvel de setembro a novembro de 2024.
Informalidade no Brasil caiu para 37,8%
A taxa de informalidade no Brasil caiu para 37,8% da população ocupada no trimestre de abril a junho de 2025. Isso equivale a 38,7 milhões de pessoas. O índice recuou em relação ao trimestre anterior (38,0%) e também frente ao mesmo período de 2024 (38,7%).
Conforme o IBGE, a taxa de informalidade registrada no período só foi maior do que a observada no mesmo trimestre de 2020 (36,6%). A redução ocorreu apesar do crescimento de 2,6% no número de trabalhadores sem carteira assinada, que somam agora 13,5 milhões. Além da alta de 3,8% no número de trabalhadores por conta própria com CNPJ, um acréscimo de 256 mil pessoas na comparação trimestral. Na comparação anual, o número de trabalhadores por conta própria com CNPJ permaneceu estável.
Outro dado positivo foi o recorde no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que atingiu 39 milhões de pessoas. O resultado representa um aumento de 0,9% em relação ao trimestre anterior e de 3,7% na comparação com o mesmo período de 2024.
Setores em destaque
Entre os dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua, apenas Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais registrou crescimento na ocupação em relação ao trimestre móvel anterior (janeiro a março de 2025). Os demais setores não apresentaram variações estatisticamente significativas.
O número de empregados no setor público chegou a 12,8 milhões de pessoas, estabelecendo um recorde na série histórica da pesquisa. De acordo com a pesquisa, esse contingente representa uma expansão de 5,0% no trimestre e 3,4% na comparação anual.
Na comparação com o trimestre de abril a junho de 2024, cinco grupamentos apresentaram aumento no número de ocupados:
- Indústria geral: alta de 4,9%, com mais 615 mil pessoas;
- Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas: aumento de 3,0%, com mais 561 mil pessoas;
- Transporte, armazenagem e correio: crescimento de 5,9%, com mais 331 mil pessoas;
- Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas: avanço de 3,8%, com mais 483 mil pessoas;
- Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais: aumento de 3,7%, com mais 680 mil pessoas.
Os demais grupamentos permaneceram estáveis, mas sem variação estatisticamente significativa.
Massa de rendimento bate recorde
O rendimento médio real habitual no Brasil alcançou R$ 3.477 no trimestre de abril a junho de 2025, maior valor já registrado na série histórica. O indicador apresentou crescimento de 1,1% em relação ao trimestre anterior (janeiro a março) e de 3,3% na comparação com o mesmo período de 2024.
Já a massa de rendimento real habitual — que corresponde à soma dos rendimentos de todos os trabalhadores ocupados — chegou a R$ 351,2 bilhões, também um recorde. De acordo com o IBGE, o montante teve um acréscimo de R$ 9,9 bilhões em relação ao trimestre anterior. Além disso, cresceu 5,9% em um ano, o equivalente a R$ 19,7 bilhões a mais.
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