A empreiteira responsável pela construção do corredor do São Conrado, obra que já custou mais de R$ 84 milhões e ainda não foi entregue, fará os reparos necessários na Avenida Wilson Paes de Barros, em Campo Grande. A informação foi repassada pelo secretário municipal de Obras, Marcelo Miglioli, em coletiva nesta sexta-feira (25).
Trechos cheios de alagamentos e até uma cratera na ciclovia foram flagrados pelo Jornal Midiamax em reportagem publicada nesta semana. Miglioli admitiu que a obra ainda está dentro do prazo de responsabilidade da empreiteira, que fará os reparos.
“Só não tem um prazo, porque a tubulação utilizada lá é de PAD, um material que a empreiteira trouxe para a obra e não tem aqui. Mas já conversamos e a construtora fará os reparos”, disse.
Falhas na obra
Moradores registraram nesta segunda-feira (21) o surgimento de uma cratera que engoliu parte da ciclovia, expondo a fragilidade da obra, antes mesmo de sua inauguração oficial.
As imagens mostram um grande buraco, com metade da ciclovia desbarrancada. Além do dano estrutural, relatos e fotos evidenciam outro problema recorrente na nova avenida: o acúmulo de água pluvial na ciclovia.
A ausência de um sistema de drenagem eficiente transforma trechos da pista em verdadeiras poças, dificultando a passagem de pedestres e ciclistas e gerando riscos de acidentes. A situação se agrava com a grande quantidade de lama que invade a ciclovia, tornando o percurso ainda mais complicado e sujo.

Obra de R$ 84 milhões
As obras de implantação da malha de vias estruturantes que vai impactar 40 mil habitantes de seis bairros da região oeste de Campo Grande, conhecida popularmente de Corredor do São Conrado, já custaram R$ 84 milhões aos cofres públicos.
Anunciada em 2022, a obra foi dividida em três lotes. A via impacta na rotina de moradores do Jardim Santa Emília, São Conrado, Jardim Carioca, Nova Campo Grande, Vilas Serradinho e Vila Eliane.
O projeto de vias estruturantes abre um novo caminho asfaltado para quem vai do Polo Empresarial Oeste, no Núcleo Industrial, até esses bairros. Antes, a única alternativa era a Avenida Duque de Caxias e a nova rota encurtaria o caminho em 14 km.
Além disso, o corredor se desenvolverá nas regiões Urbanas Imbirussu e Lagoa para ligar as principais vias estruturantes de Campo Grande. São elas: Avenida Duque de Caxias, Avenida José Barbosa Rodrigues, Avenida Júlio de Castilho, Avenida Gunter Hans e Avenida Ernesto Geisel.
Conforme informações da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), está sendo construída também uma bacia de amortecimento – a maior de Campo Grande – com capacidade para armazenar mais de 50 mil metros cúbicos de água da chuva.
Além da drenagem e pavimentação está sendo construída ciclovia e calçada. A execução da obra é de responsabilidade da Engevil Engenharia Eireli e Equipe Engenharia.