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Cotidiano

Crise de Trump? MS enfrenta déficit de mão de obra e exportação suspensa não deve gerar demissões

Sindicato avalia que suspensão pressionará apenas os lucros da pecuária no Estado
Karina Campos -
carne frigorifico
Atuação de frigorífico em MS (Ilustrativa, Semadesc)

A decisão de suspender o abate de bovinos para os EUA após o presidente Donald Trump anunciar taxação sobre os produtos brasileiros gera insegurança, principalmente na classe trabalhadora do setor que teme a demissão. Apesar do impacto no lucro, o Sincadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de ) não acredita que os empregos em frigoríficos estejam ameaçados.

Alberto Sérgio Capucci, vice-presidente do Sincadems, ressalta que as demissões em massa ou número significativo não devem acontecer, pois o setor de carnes já enfrenta a falta de mão de obra. “O risco de demissões está descartado. O setor já vem com déficit de mão de obra”, avalia.

Em 2024, Mato Grosso ocupou o sexto maior número de abates bovinos no Brasil, com mais de 456,87 mil cabeças, de acordo com IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pequenos produtores

Enquanto grandes frigoríficos ainda não comentam sobre a taxação de Trump, como a Minerva Food, pequenas empresas do ramo em Campo Grande já estão otimizando os procedimentos e tentando reduzir os custos da produção. Lucas Oliveira, proprietário da NFL Food, adianta que novas contratações estão suspensas na unidade regional.

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“A planta de Campo Grande não exporta, porém, também tem impacto no mercado interno. No nosso caso estávamos habilitando nossa outra planta no sul [] para exportação. Demos uma recuada nos investimentos, consequentemente, desligando alguns colaboradores. Não foi [demissão] significativa, pois a planta estava em reforma para as adequações de exportação”.

Cenário de incertezas

“Infelizmente, estamos acostumados a movimentos do monopólio criados em períodos incertos. Devemos nos adequar e se encaixar no mercado que eles determinam e, na maioria das vezes, os pequenos e médios frigoríficos são prejudicados. Consequentemente, somos julgados até por clientes e pecuaristas de não remunerar melhor a matéria-prima produzida por eles, mas nós ficamos quase que reféns das decisões do monopólio que o próprio pecuarista criou ao longo dos anos”.

Segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), só em 2024, Mato Grosso do Sul exportou para o país norte-americano US$ 669,5 milhões e 785,2 mil toneladas, sendo a carne bovina US$ 235,4 milhões; celulose, US$ 213,4 milhões; e sebo bovino, US$ 46,1 milhões.

Os Estados Unidos representam um parceiro estratégico para o Brasil e para Mato Grosso do Sul, seja na exportação de celulose, seja na carne bovina, em produtos florestais ou outros itens do agro. A decisão do governo americano pode impactar também no aumento do custo de insumos importados e na competitividade das exportações brasileiras.

Preocupação do agro

Em entrevista ao Jornal Midiamax, presidente da (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, diz que a suspensão causa preocupação no agronegócio.

“A suspensão dos embarques de carne bovina de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos é motivo de grande preocupação para o , em razão da relevância do mercado norte-americano para a balança comercial do Estado. Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações sul-mato-grossenses, com a aquisição de 49,5 mil toneladas de carne bovina, totalizando US$ 235,4 milhões em receitas”, explica Bertoni.

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