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Cotidiano

“Comunicação de MS manchada de sangue”, diz Sintercom em repúdio à violência contra mulheres

Em nota, o sindicato que reúne diferentes categorias da imprensa cobrou a efetividade das políticas de proteção às mulheres
Lethycia Anjos -
Velório Vanessa Ricarte
Velório de Vanessa foi realizado na Câmara de Campo Grande; corpo foi sepultado em Três Lagoas. (Madu Livramento, Midiamax)

O feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte evidenciou as falhas na rede de proteção às mulheres em , falhas que, até então, permaneciam veladas. Em meio à grande repercussão do caso, o Sintercom/MS (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão, Televisão e Publicidade de Mato Grosso do Sul) emitiu uma nota de repúdio a toda e qualquer forma de violência contra as mulheres profissionais da imprensa.

“No dia 12 de fevereiro de 2025, a comunicação sul-mato-grossense foi mais uma vez manchada de sangue com o da jornalista Vanessa Ricarte, cometido por seu ex-noivo”, afirma a nota.

Na nota, o Sindicato afirma que mais uma mulher entrou para a estatística de feminicídios em MS, vítima da ineficiência do sistema, que poderia ter evitado a morte se seguisse o protocolo com medidas preventivas. A publicação enfatiza que a falha ocorre se deu pela falta de um acolhimento adequado e a garantia de tutela imediata à profissional, quando ela recorreu à ajuda na Casa da Mulher Brasileira, instituição criada para “proteger” as mulheres contra esse tipo de violência.

“Nós, profissionais da comunicação, todos os dias temos que noticiar morte de mulheres. Relatarmos os fatos, até o momento em que as próprias profissionais da imprensa, mulheres, são atingidas, por tais atrocidades sociais e se tornam estatísticas da violência contra a mulher”, destaca nota.

‘Essa morte não pode cair no esquecimento’

Na publicação o Sintercom, cobra que o Estado tome atitudes concretas, e que os agentes de segurança pública sigam rigorosamente o protocolo de atendimento às mulheres vítimas de violência. A com ações efetivas e leis mais rigorosas. A entidade aponta ainda que, diante do enfraquecimento da rede de proteção, homens violentos se sentem impunes e livres para cometer tais atos covardes.

“O Sintercom/MS se solidariza com os familiares, amigos e colegas de imprensa de Vanessa Ricarte. Esta morte não pode cair no esquecimento, como tantas outras mulheres assassinadas e privadas do direito de viver. Que possamos ser a voz de Vanessa. Evitar e não tolerar qualquer tipo de violência contra as mulheres e, acima de tudo, buscar Justiça!”, conclui o comunicado.

Feminicídio expôs falhas na rede de proteção

Primeira vítima de feminicídio de 2025 em , Vanessa morreu dentro de casa, esfaqueada pelo ex-noivo, Caio Nascimento. O crime ocorreu horas após ir à , onde registrou um boletim de ocorrência contra o autor e solicitou medida protetiva.

Ao tentar entrar na própria casa, sem escolta policial, Vanessa acabou atingida no coração por três facadas desferidas por Caio Nascimento. O pedido de medida protetiva, mais uma vez, não adiantou para nada.

 O caso ganhou ainda mais destaque após a divulgação de áudios enviados por Vanessa a uma amiga. Nas mensagens ela revela a frieza no tratamento recebido na Casa da Mulher, que contradizem a versão inicial apresentada pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher).

“O jeito que ela me tratou foi bem prolixo. Bem fria e seca”, assim resumiu Vanessa Ricarte sobre o atendimento da delegada.

“Eu, que tenho instrução, escolaridade, trataram desta maneira. Imagina uma mulher vulnerável…”, disse a jornalista em mensagem a uma amiga. Em outro trecho ela destaca ainda que: “Tudo protege o cara, o agressor”.

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