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Cotidiano

Com quase 28% da população hipertensa, MS está com quadro de alto risco da doença

Minsitério da Saúde considera que casos de hipertensão têm avançado no Estado
Aline Machado -

Infarto, insuficiência renal crônica, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e mortalidade precoce: esses são riscos reais para cerca de 28% da população em Mato Grosso do Sul já diagnosticada com hipertensão. Com nível elevado de hipertensos, o Estado está no quadro de alto risco do Ministério da Saúde. Registros apontam que a doença, tem avançado.

Segundo dados do Ministério da Saúde, 27,9% da população adulta, com idade igual ou superior a 18 anos, sofre com essa condição que pode ser letal. Os idosos com mais de 65 anos são as principais vítimas da doença, que em muitos casos pode ser evitada.

Responsável pela área técnica de doenças crônicas na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande, Bárbara Medeiros afirma que apesar dos fatores genéticos, há muitos quadros que podem levar à hipertensão, mas que poderiam ser revertidos com acompanhamentos oferecidos na atenção primária da rede pública de saúde.

“A questão genética é bem forte, mas não é o único fator. Existem vários fatores de risco, inclusive, modificáveis que é os que a gente trabalha na atenção primária para que a pessoa não desenvolva hipertensão. Esses são os casos de: obesidade, tabagismos, estresse, alcoolismo e sedentarismo. Promovemos ações que auxiliam. Temos os programas contra tabagismo, os de promoção à saúde com atividades física, cuidados com a saúde mental, entre outras atividades que ajudam a evitar a hipertensão”, explica.

Bárbara Medeiros, responsável pela área técnica de doenças crônicas na Seusau (Foto: Nathalia Alcânara, Midiamax)

Doença mortal

Dados preliminares de 2024 da Estratégia e SUS-AB, disponibilizados pelo Ministério da Saúde e pela SAPS (Secretaria de Atenção Primária à Saúde), indicam um cenário preocupante em relação ao acompanhamento regular da população hipertensa no Estado. Indicadores do último quadrimestre de 2024 mostram que apenas 25% das pessoas diagnosticadas com hipertensão realizam o tratamento.

A falta de tratamento impacta toda a rede de saúde pública. O Sistema de Informações Hospitalares do SUS (Sistema Único de Saúde) revela que em 2024 foram registradas 663 internações para tratamento de crise hipertensiva, distribuídas nos diversos municípios do Estado.

Os dados indicam que a hipertensão arterial permanece como uma das principais causas de mortalidade evitável. O último levantamento feito pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade, feito em 2023, revela que, naquele ano, a doença provocou 850 óbitos em Mato Grosso do Sul.

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) ressalta que a responsabilidade pelas ações de promoção da saúde e prevenção de doenças como a hipertensão continua sob a gestão municipal, no âmbito da atenção básica. No entanto, o Estado oferece qualificação do atendimento com oficinas temáticas a fim de estabelecer estratégias de cuidados.

“Em 2024, o Estado deu um passo importante na qualificação do atendimento às pessoas com doenças crônicas ao iniciar a construção de uma Linha de Cuidado Estadual para Diabete Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica. Esta iniciativa visa oferecer diretrizes mais claras e efetivas aos municípios, especialmente na fase de diagnóstico situacional, promovendo maior integração e organização da Rede de Atenção à Saúde.”, reforça.

O que é a hipertensão

Médico da família, Pedro Pina, informa que “a hipertensão arterial sistêmica, popularmente conhecida como pressão alta, é uma condição crônica caracterizada pelo aumento persistente da pressão sanguínea nas artérias. Isso significa que o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue para o resto do corpo, o que pode causar sérios problemas de saúde ao longo do tempo”, frisa.

Pina destaca que uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta valores iguais ou superiores a 140/90 mmHg em medições repetidas em diferentes ocasiões. “É importante ressaltar que apenas uma aferição acima do normal não caracteriza hipertensão arterial sistêmica, mas indica que a pessoa deve procurar um médico para compreender o motivo”, salienta.

Fatores de Risco

  • Histórico familiar de hipertensão
  • Idade > 55 anos (homens) e > 65 anos (mulheres)
  • Obesidade e sobrepeso
  • Consumo excessivo de sal
  • Ingestão abusiva de álcool
  • Tabagismo
  • Estilo de vida sedentário
  • Estresse

Sintomas e tratamento

Doença muitas vezes silenciosa, os sintomas da hipertensão podem não aparecer em todos os pacientes, mas existem alguns indícios que podem indicar que algo está errado. Entre os principais sinais destacam-se: dores de cabeça frequentes, tontura e mal-estar, visão embaçada ou alterações visuais associadas à dor de cabeça, falta de ar e dor no peito.

“Caso esses sintomas apareçam, é essencial buscar atendimento médico, porque o grande problema da hipertensão arterial sistêmica são suas consequências. Se não for controlada, ela pode levar a sérias complicações, como acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca, doenças renais e problemas na visão”, alerta.

Para confirmar o diagnóstico da hipertensão é necessária a aferição da pressão arterial em diferentes momentos. Em alguns casos, exames complementares, como monitorização ambulatorial da pressão arterial (Mapa) ou monitorização residencial da pressão arterial, podem ser solicitados.

Após confirmação do diagnóstico o tratamento deve ser iniciado. Em Campo Grande e outros municípios de Mato Grosso do Sul, os medicamentos são disponibilizados gratuitamente nas unidades da rede pública de saúde e em farmácias populares. Para retirar às medicações, é necessário apresentar documento pessoal com foto e receita médica dentro do prazo de validade de no máximo 120 dias.

Embora o tratamento medicamentoso seja necessário, é importante ressaltar que o tratamento inclui mudanças no estilo de vida, que são fundamentais. “As principais medidas para o controle da hipertensão são: reduzir o consumo de sal e alimentos ultraprocessados, principalmente aqueles ricos em sódio, como refrigerantes; praticar atividade física regularmente para manter um peso saudável; controlar o estresse e evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de seguir corretamente as orientações médicas e tomar os medicamentos prescritos”, enfatiza.

Atividades físicas e outras mudanças de hábito são fundamentais contra a hipertensão (Foto: Nathalia Alcântara, Midiamax)

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