Com o objetivo de intensificar o combate à dengue, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) iniciou a distribuição de testes rápidos para diagnóstico da doença, aos 79 municípios de Mato Grosso do Sul. A medida ocorre após a reintrodução da dengue tipo 3 no Estado.
Ao todo, o Ministério da Saúde enviou 41.775 unidades do teste NS1 ao Estado. Desse total, 36.000 testes foram destinados diretamente aos municípios, enquanto 5.775 unidades permaneceram em estoque estratégico para situações emergenciais.
A distribuição dos testes baseou-se em critérios epidemiológicos, como o número de casos notificados de dengue, o volume de amostras enviadas ao Lacen/MS (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso do Sul), os dados do LIRAa/LIA (Levantamento de Índices do Aedes aegypti) e a população de cada município. Municípios com maior número de casos ou população receberam uma quantidade proporcionalmente maior de testes rápidos.
Jéssica Klener, gerente de Doenças Endêmicas da SES, explica que iniciativa visa fortalecer o enfrentamento da dengue em MS e garantir um diagnóstico rápido, especialmente em áreas mais vulneráveis.
“Estamos contando com o apoio logístico da LIM (Logística Inteligente de Medicamentos), que nos permite seguir um cronograma mensal de entregas. Assim, garantimos que todos os 79 municípios recebam os testes de forma eficiente e no tempo adequado”, destacou Klener.
Os testes rápidos de dengue irão complementar outros exames diagnósticos, como RT-PCR e sorologia por ELISA, com prioridade para casos graves e grupos de risco, incluindo gestantes, crianças, idosos e pessoas imunocomprometidas.
A SES também reforça a recomendação de envio de todas as amostras de casos suspeitos ao Lacen/MS para confirmação diagnóstica. Além disso, a notificação de todos os casos suspeitos de dengue é obrigatória, independentemente do resultado obtido.
Reintrodução da dengue tipo 3
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Na última semana, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) confirmou o primeiro caso de dengue tipo 3 em Campo Grande. Primeiro caso no município em quase duas décadas.
A paciente, uma mulher de 35 anos, teve os primeiros sintomas em 23 de janeiro. O quadro dela não apresentou evolução e a paciente teve uma boa recuperação. Por isso, não houve necessidade de internação.
A confirmação do caso reacendeu um alerta para a população sobre a importância de seguir as orientações de saúde, como evitar o descarte de lixo em terrenos baldios e adotar medidas preventivas.
Vale lembrar que a dengue possui quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). A infecção por um desses tipos gera imunidade contra o mesmo, mas é possível contrair o vírus novamente se houver contato com um sorotipo diferente.
Cenário epidemiológico em MS
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Em 2025, a SES confirmou 44 casos de dengue tipo 3 em Mato Grosso do Sul. Três Lagoas, cidade que faz divisa com São Paulo, registrou 10 casos de dengue tipo 3, dos 47 casos positivos contabilizados neste ano.
Em todo o país, já são 226,4 mil casos prováveis de dengue e 100,5 mil casos confirmados. O Brasil soma 61 mortes por dengue em 2025 e a situação do Acre, São Paulo e Mato Grosso são as mais preocupantes.
Mato Grosso do Sul tem 1,6 mil casos prováveis da doença, 554 casos confirmados, uma morte confirmada e dois óbitos em investigação.
Das duas mortes em investigação em Mato Grosso do Sul, uma ocorreu em Campo Grande. Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o caso está em análise pelas autoridades de saúde, e a confirmação depende dos protocolos de investigação epidemiológica, incluindo exames laboratoriais e outros critérios clínicos.
A primeira vítima foi uma idosa, de 76 anos, residente de Inocência, distante 330 km de Campo Grande.
O boletim revela que o início dos sintomas ocorreu no dia 11 de janeiro, mas o óbito foi confirmado já no dia 16, por dengue tipo 2. A vítima não tinha nenhuma comorbidade relatada.
A vacinação contra a dengue segue disponível em Mato Grosso do Sul. Podem se vacinar com a Qdenga pessoas de 10 a 14 anos e o imunizante é eficaz contra todos os tipos de dengue, inclusive o sorotipo 3.
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