O HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados) agora conta com intérpretes da língua guarani para tornar o atendimento hospitalar mais humanizado e acessível a indígenas.
Dois intérpretes foram contratados por meio de processo licitatório e ficam posicionados na recepção da internação do hospital.
Eles auxiliam os indígenas desde o primeiro contato e realizam busca ativa nas unidades de internação, ambulatórios e na Casa da Gestante, para identificar pacientes indígenas que possam enfrentar dificuldades para se comunicar.
Uma das intérpretes, Maria Celina, trabalha há mais de 20 anos com saúde indígena, e comemora o avanço. “Como intérprete e membro da etnia Kaiowá, meu trabalho consiste em garantir que as vozes sejam ouvidas e compreendidas”, compartilhou.
Avanço no atendimento
O serviço já rende frutos. A dona de casa Francimara Benites Ferreira, de 24 anos, se deslocou da Aldeia Pirajuí, no município de Paranhos, a 240 km de Dourados, para viver um momento muito importante: o nascimento de seu filho.
Em um ambiente diferente da sua realidade linguística e cultural, ela compartilhou sua experiência:
“Hasy voi kuri ñemongeta rojapo enfermeira ha médicos kuéra ndive. Oĩ ramo ko interpretes iporã ete voi. Oĩ hápe, ndaikatúi voi roñe’ẽ porã portuguespe; ombohasa ramo ñe’ẽ guaranípe, hesakãve voi oje’éva. Hembiapo kuéra ikatu eterei, ore pytyvõ heta voi”, omombe’u.
“Já tive algumas dificuldades em me comunicar com as enfermeiras e com os médicos. A presença dos intérpretes faz toda a diferença. Às vezes, não conseguimos nos expressar bem em português; com a tradução para o guarani, entendemos melhor o que está sendo dito. O trabalho deles é muito importante, nos ajuda bastante”, contou.
Melhor resposta a tratamentos
Para a enfermeira Luciana Comunian, especialista em Saúde Indígena e coordenadora do Comitê de Saúde Indígena do HU-UFGD, com os intérpretes, informações sobre sintomas, diagnósticos e tratamentos podem ser compreendidas corretamente.
“Uma comunicação eficaz reduz o risco de mal-entendidos e aumenta a segurança do paciente. Os intérpretes ajudam os indígenas a compreenderem as orientações médicas, o uso de medicamentos e os cuidados pós-tratamento, melhorando a adesão e os resultados clínicos”, detalha Luciana.
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