Com mais de 300 casos investigados sob suspeita de dengue em Campo Grande, e 259 confirmados, o distrito de Anhanduí, distante 60 quilômetros do centro da Capital, está enfrentando uma epidemia de casos da doença. A situação mobilizou equipes da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) em uma força tarefa na região, além de equipes da USF (Unidade de Saúde da Família) do distrito.
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A Secretaria Municipal de Saúde confirmou, na tarde desta quarta-feira (21), a situação de epidemia, e que o distrito de Anhanduí passa por um período de alta procura por atendimento na USF (Unidade Básica de Saúde) do distrito, em decorrência de casos de dengue registrados na região. A reportagem solicitou dados sobre a quantidade de casos suspeito e confirmados registrados no distrito, e aguarda retorno.
Por esse motivo, foi determinado que todas as equipes da unidade de saúde permaneçam no local para atender à demanda. A situação ainda gerou preocupação em moradores do bairro Chácara das Mansões, na Capital, que também são atendidos pela USF de Anhanduí, que temem ficar sem assistência médica.
Moradores temem desassistência médica
Moradores do Bairro Chácara das Mansões, em Campo Grande, procuraram o Jornal Midiamax para denunciar uma possível suspensão do atendimento médico na comunidade, por conta da situação crítica no distrito.
Para contextualizar, o morador explica que após uma redivisão geográfica, o atendimento do bairro foi transferido para a USF do distrito de Anhanduí, o que obriga os moradores a percorrerem 80 km (ida e volta) e pagar dois pedágios para conseguir assistência médica.
Conforme relatos, atualmente uma equipe médica da USF Anhanduí atende na Chácara das Mansões duas vezes por semana, às segundas e terças-feiras, mas surgiram rumores de que essa equipe seria mobilizada para atendimento no distrito, deixando os moradores de Campo Grande desassistidos.
No entanto, conforme apurado com a Sesau, não haverá suspensão no atendimento à população moradora da região da Chácara das Mansões.
“A Sesau irá destacar uma equipe de outra unidade de saúde próxima, no período em que existir a situação de epidemia no distrito, para fazer o atendimento aos moradores da Chácara das Mansões”, afirmou a secretaria.
Força tarefa mobilizou distrito
A Sesau, por meio da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais, realizou uma força-tarefa de combate à dengue no distrito de Anhanduí nos dias 14 e 15 de maio. A ação mobilizou agentes de combate a endemias, que realizaram visitas domiciliares para fazerem trabalhos de prevenção, orientação e eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
As equipes vistoriaram mais de mil imóveis, distribuídos em 63 quarteirões, nos quais foram identificados 180 focos do mosquito. Ao todo, foram inspecionados 2.481 depósitos, sendo 1.987 eliminados e 11 tratados com larvicida.
Cerca de 37 agentes participaram da ação, que atuaram diretamente em campo fiscalizando calhas, vasos de plantas, caixas d’água, pneus e quaisquer recipientes que pudessem acumular água.
Além das vistorias, os moradores receberam orientações educativas e materiais com dicas de prevenção e sinais de alerta das arboviroses. A mobilização segue nos próximos dias, com ações complementares para ampliar a cobertura e manter a vigilância ativa na zona rural de Anhanduí.
Boletim Epidemiológico
Segundo o Informe Semanal nº 156 da Sala de Situação de Arboviroses, que abrange a Semana Epidemiológica 19 (de 4 a 10 de maio), Campo Grande registrou 2.439 notificações de dengue. Não houve registros de casos graves, internações ou óbitos confirmados, mas um óbito segue em investigação.
No mesmo período, não foram notificados casos de zika. Já em relação à chikungunya, o boletim confirmou 25 casos, sem registro de mortes. A taxa de incidência geral está em 264,27 casos por 100 mil habitantes.
Alguns bairros da capital foram classificados com risco muito alto para transmissão, entre eles: Cabreúva, Centro, Tarumã, Coophavilla II, Jardim dos Estados, Cruzeiro, Guanandi e Batistão.
As ações de combate ao mosquito Aedes aegypti incluíram a aplicação de 113,9 litros de inseticida e a vistoria de 8.619 imóveis, sendo 56 deles com focos do vetor. Na assistência à população, foram realizados 80 atendimentos na atenção básica e 301 nas unidades de urgência e emergência.
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