Dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde) revelam que, em 5 anos, as teleconsultas atenderam 188 mil pacientes de Mato Grosso do Sul. Nesta terça-feira (8), a Superintendência da Saúde Digital inaugurou o prédio onde os serviços de tecnologia, relacionados à saúde pública serão centralizados. O objetivo é usar a tecnologia para agilizar as demandas do SUS (Sistema Único de Saúde) nos 79 municípios do Estado.
O governador de MS, Eduardo Riedel (PSDB), participou da inauguração do prédio e visitou as salas de Coordenadorias de Telessaúde, de Inteligência Estratégica no SUS e de Tecnologia da Informação e Informática.
Segundo Riedel, o novo prédio proporciona a ampliação dos serviços já oferecidos, desde 2020, aos pacientes da rede pública de saúde, por meio de parcerias com hospitais particulares e também com a Fundação Fiocruz.
“Esse prédio significa, em termos de transformação digital, uma desrupção, quando a gente fala de saúde digital. Estamos conseguindo concretizar algo que a gente vem desenvolvendo ao longo do tempo para que a gente mude completamente a realidade da saúde, deixando mais barato, mais efetivo, menos gente em estradas, mais pessoas sendo atingidas. Estamos vivendo um novo marco na saúde do Estado e esse prédio é, tão somente, uma construção que sintetiza tudo isso. Nós temos parcerias importantes com o Hospital Albert Einstein, com a Fiocruz e dando oportunidade aos municípios de terem mais efetividade e ao próprio Estado de cumprir seu papel com mais eficiência”, observa.
Como funcionam as teleconsultas
Ainda não há um canal de atendimento em que o paciente possa acionar e ser atendido via telefone. Conforme a superintendente de Saúde Digital, Márcia Tomasi, as teleconsultas ocorrem de acordo com avaliações e encaminhamentos realizados na rede municipal de saúde.
“Os municípios fazem controle e ordem de classificação de risco. Tem todo um protocolo que norteia os pacientes que serão atendimentos por teleconsultas. A equipe da rede de saúde aciona o paciente e o coloca em atendimento com o especialista”, explica.
A superintendente destaca ainda a Resolução SES/MS nº 389, de 11 de junho de 2025, que institui o Protocolo de Acesso aos Teleatendimentos do Núcleo de Telessaúde. O documento detalha, por especialidade, os requisitos obrigatórios para solicitação de atendimento remoto, como exames prévios, formulários padronizados e critérios de elegibilidade.

Inovação
Nesta terça-feira, o secretário de Estado de Saúde, Maurício Simões Corrêa, afirmou que, além das teleconsultas, o governo do Estado avalia criar um aplicativo no qual o paciente poderá agendar consultas sem necessidade de encaminhamento médico.
“É preciso, nesse primeiro momento, favorecer, facilitar a conexão do paciente com a ferramenta, para que, no futuro, a gente possa ter, eventualmente, um aplicativo no celular, onde o próprio paciente poderá agendar e realizar a sua consulta domiciliar. Então, esse é um processo gradual de incorporação de novas tecnologias, novas ferramentas, novos aplicativos, nessa plataforma que agora nós temos e que nos permitirá voar mais longe”, afirma.
Fila zerada
Serviço de telemedicina aderido por meio do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde) Telemedicina, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, zerou as filas de espera por atendimentos com endocrinologia, gastroenterologia pediátrica, dermatologia, infectologia e pneumologia, no município de Caracol, 384 quilômetros de Campo Grande.
A informação consta no levantamento realizado pelo Sisreg (Sistema de Regulação) municipal referente ao último mês. De acordo com Cristina Pezzini, Secretária de Saúde de Caracol, o tempo médio de espera por consulta também caiu, de até um ano para cerca de 30 a 40 dias.
“Ainda foi um desafio fazer com que a população confiasse em um novo modelo de atendimento, mas os resultados falam por si. Hoje temos 12 especialidades ativas e a fila praticamente zerada”, revela.
Desde a implementação, o município já realizou 1.258 teleconsultas. Em totó o Estado são 188 mil tleconsultas realizadas nos últimos 5 anos e 169 mil exames e laudos emitidos por telediagnóstico.