Cinegrafista de MS luta contra o tempo para conseguir transplante e faz vaquinha para custear tratamento

Enquanto não consegue entrar na fila de transplante, Manga sobrevive com auxílio-saúde do INSS e doações fazem diferença

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Sidney Manga aguarda para entrar em fila de transplante (Madu Livramento, Jornal Midiamax)

“Eu quero poder ter esperança. E qual é a minha esperança? Entrar na fila de transplante, algo muito difícil”.

Este é o sonho de Sidney Manga, editor de vídeo e cinegrafista, que por mais de 20 anos dedicou sua vida ao jornalismo sul-mato-grossense. Acostumado a trabalhar em dois empregos e a contar histórias por meio da imagem, hoje trava uma luta contra a insuficiência renal, doença que chegou silenciosa, roubando de Manga a vida e rotina que sempre amou.

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Tudo começou em novembro de 2023. Sidney conta que já havia percebido alguns sintomas, como náusea, tontura e inchaço nas pernas, no entanto, não achou que pudesse ser algo grave. Em determinado dia, ao voltar para casa após o trabalho, o editor sentou no sofá e ficou desacordado por quase 4h.

“Eu estava mal, nem consegui comer. Fui ao médico, fiz alguns exames de sangue e ele pediu para que eu retornasse no dia seguinte bem cedo para ele analisar os resultados. Naquela altura ele já desconfiava do que podia ser. Cheguei no outro dia e ele já pediu pra eu ficar internado, não fui nem pra casa. Foi quando iniciei a hemodiálise”, conta.

Para ele, que sempre levou uma rotina cheia de afazeres, a notícia foi uma grande surpresa. “Para mim foi um baque, porque eu sempre trabalhei, sempre cuidei bem da minha família e de repente tive que parar porque foi o início de um tratamento muito cansativo e muito doloroso, não só fisicamente, mas mentalmente, que é o pior. Tive que parar, tive que sair de uma rotina de trabalho que eu sempre gostei de fazer para ficar em casa”, acrescenta.

Doação de órgãos

Embora esteja em tratamento há 1 ano e 3 meses, Sidney ainda não conseguiu entrar na fila de transplante. É que para isso, o cinegrafista precisa realizar diversos exames para saber como seus outros órgãos estão. Segundo Manga, estes exames são feitos pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), mas até hoje, não conseguiu liberação.

“Para entrar nessa fila de transplante, tenho que passar por uma agência de regulação da Prefeitura, para conseguir uma consulta para eles avaliarem a minha saúde. Essa pré-consulta eu não consigo de jeito nenhum. Eles falam que têm poucos médicos, mas se eles chegassem e falassem que a consulta vai ser daqui a três meses, eu já tenho uma esperança, sei até quando esperar, mas nem isso eles informam. Eu só quero viver”, lamenta.

Conforme a SES (Secretaria de Estado de Saúde), em 2024, 28 transplantes de rim foram realizados no estado. Atualmente, 220 pacientes aguardam na fila por transplante de rim em Mato Grosso do Sul.

Sidney afirma que irá protocolar um novo pedido. Caso os exames não sejam concedidos, entrará com pedido na Defensoria Pública. “Tem pessoas na minha família que se dispuseram a fazer a doação em vida, mas se eu não estiver na fila de transplante, não consigo nem saber se há compatibilidade entre a gente!”.

Procurada pela reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) esclareceu que, como as sessões de diálise são feitas em uma clínica conveniada, “a unidade é responsável pela solicitação de consulta de pré-transplante renal, onde o paciente é inserido no sistema de regulação para encaminhamento ao centro transplantador renal da Santa Casa”.

A pasta também informou que Sidney “aguarda o agendamento da primeira consulta no centro de transplante renal” e que “segue acompanhando o processo, com o compromisso de garantir o tratamento adequado e o acompanhamento necessário”.

Remédios e mais remédios

O tratamento de hemodiálise é realizado três vezes ao dia, com sessões de 4h. Além da rotina, a alimentação também mudou drasticamente. Cada alimento tem o dia e a quantidade certa para consumo. Se isso não ocorre, o quadro de saúde de Manga tem uma piora considerável. Água e suco ele quase não bebe mais, os líquidos também prejudicam sua saúde.

Agora, pela casa, o editor de vídeo sempre deixa à disposição a caixa repleta de medicamentos e o aferidor de pressão. Isso porque, antes de consumir qualquer alimento ou medicamento, é preciso conferir se a pressão está alta, regulada ou baixa. “Preciso tomar remédio pra tudo, além das vitaminas. Em junho, fiquei sem tomar o cálcio porque havia acabado. Isso fragilizou muito meus ossos. Precisei ficar de cadeira de rodas”, conta.

Caixa de medicamentos (Madu Livramento, Jornal Midiamax)

Dos 10 remédios que Sidney toma, apenas 5 estão disponíveis pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Em processo de aposentadoria pelo INSS, hoje ele ganha pouco mais de 1 salário mínimo. Com medicamentos caros a comprar, contas a pagar e custos com transporte para as consultas, a conta no fim do mês não fecha.

“Tenho alguns parentes e amigos que veem a minha situação e ajudam com uma vaquinha, fazem um Pix para mim e me ajudam a comprar os remédios. Às vezes, faço rifa, vendo alguma coisa e vou atrás para juntar um dinheiro. Tenho um grupo de amigos de cinegrafistas e editores de televisão que conhecem a minha situação. Eles me ajudam demais! Compram remédios que preciso, correm atrás das coisas pra mim. Com essa ajuda externa, consigo manter meu dia a dia”, afirma.

Ajude!

Os medicamentos e vitaminas são vitais para Sidney. Se você pode contribuir, qualquer quantia é muito bem-vinda. Conforme Manga, todo o dinheiro arrecadado o ajuda a custear os medicamentos. Se hoje ele está bem, é graças a última rifa que realizou. O dinheiro arrecadado permitiu que ele garantisse todos os medicamentos que precisa. O Pix é: (67) 99911-5526.

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