A dez dias do início do carnaval, proprietários de bares da Rua 14 de Julho afirmam a via foi esquecido pela Prefeitura de Campo Grande no plano de infraestrutura para o Carnaval de 2025. Segundo os empresários, não houve definição de apoio aos eventos que serão realizados no local, cuja programação já é divulgada nas redes.
Desde 2024, a Rua 14 de Julho tornou-se um polo de entretenimento de Campo Grande. Providências chegaram a ser implementada em agosto daquele ano, com o fechamento da via às sextas-feiras e sábados, reforço no policiamento e infraestrutura sanitária, para garantir mais conforto e segurança aos frequentadores. Porém, a medida desagradou, sendo descontinuada.
Também em 2024, foi sancionada a lei municipal 7.294/24, que transforma a Rua 14 de Julho em um corredor cultural. A legislação também determina que a Prefeitura de Campo Grande deverá incentivar a promoção e ordenamento do local, por meio de segurança local, repressão a comércio irregular, além de estimular programações culturais e outras obrigações.
Para os empresários, contudo, a lei não está sendo respeitada, já que os bares não foram incluídos no plano e na programação oficial. Sócio do Copo Bar, primeiro a se instalar na 14 de Julho, Leo Soldati relatou ao Jornal Midiamax que um grupo de dez empresários oficiaram diversas pastas municipais no início do mês.
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Ofício enviado um dia após anúncio da programação especial
O ofício foi distribuído um dia após o anúncio da programação oficial, após o grupo perceber que a via não estava inclusa no plano de segurança e de infraestrutura anunciado em reunião com o segmento cultural e imprensa.
Com isso, um ofício foi encaminhado à Secult (Secretaria Executiva de Cultura), Semades (Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável), Segov (Secretaria Municipal de Governo e Relações Institucionais), PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul) e também à mesa diretora da Câmara dos Vereadores, solicitando estruturas como gradis de segurança, banheiros, infraestrutura para shows e organização de ambulantes, além de reforço no policiamento.
“Fomos excluídos das reuniões e demais discussões acerca do tema. Assim, fizemos um ofício onde cobramos dos poderes uma atenção à lei e ao nosso movimento de ocupação da 14 de Julho para não termos problemas durante o carnaval”, pontua o empresário.
O temor dos bares é que, devido à Rua 14 de Julho ser um dos principais acessos à Esplanada – e também porque os estabelecimentos funcionarão nos dias de folia com programação cultural – possa haver situações de perigo.
“Carnaval tem muito mais gente, temos receio da aglomeração se tornar uma tragédia sem infraestrutura adequada que é obrigação municipal”, pontua.
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Respostas
Soldati detalhou que somente a PMMS marcou uma reunião presencial, na qual foi afirmado que o policiamento especial no período é para a área específica da Esplanada e entorno, mas que haverá policiamento no Centro normalmente e que podem readequar o efetivo em caso de necessidade.
Contudo, o posicionamento da Secult deu-se por meio de um retorno telefônico, no qual os pedidos não foram garantidos.
“Recebi ligação da Secult falando que não há nada previsto para a Rua 14 neste ano, nenhuma estrutura. Argumentei que teriam que levar em consideração o fechamento do ano passado e disseram que iam tentar fazer uma realocação, mas que não era certeza. Ou seja, não há nada de oficial”, pontua. “Estão empurrando com a barriga e seja o que Deus quiser”.
A reportagem solicitou posicionamento sobre o que norteou as decisões da Secult em relação à Rua 14 de Julho, mas até a publicação não houve resposta. O espaço segue aberto para inclusão de posicionamento”.
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