A Câmara Municipal de Campo Grande promoveu, na manhã desta segunda-feira (4), o debate sobre os desafios e as perspectivas da saúde mental de profissionais da saúde. A comissão dos vereadores e sindicatos defenderam a abertura de diálogo entre os servidores e a gestão pública para o enfrentamento do sofrimento mental.
O presidente do Sinmed-MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Dr. Marcelo Santana Silveira, indica que a saúde psicológica se tornou um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Contudo, nas unidades regionais, a rotina de trabalho se soma à alta carga de estresse e dificuldade na estrutura.
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“Trabalhar hoje em uma unidade de saúde municipal de Campo Grande é lidar diariamente com um ambiente de trabalho devastado e insalubre. Faltam materiais, as unidades não ofertam conforto e dignidade, não só com o trabalho, mas com toda a população. Basta fazer uma visita nas unidades, é um problema que se acumula há décadas”.
Adoecimento de servidores
Leandro Afonso, presidente do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), descreve que os pacientes acabam sendo incitados a expor o profissional nas redes sociais quando não entendem a dinâmica do atendimento.
“Na semana passada, nós, da enfermagem, perdemos mais uma profissional por suicídio dentro do ambiente hospitalar. Quantos mais profissionais precisamos perder? Tudo devido ao estresse, agressões, violência sofrida pelos profissionais. Temos profissionais que relatam o conselho que a sociedade chega e diz: se você não me atender, vou chamar o fulano de tal. Gravam e publicam na internet. Coagindo o profissional, incitando a violência. Temos profissionais que são ameaçados de morte todos os dias”.
O debate foi proposto pelo vereador Professor Juari, presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto da Casa de Leis. Integram ainda a Comissão: os vereadores Professor Riverton (vice-presidente), Herculano Borges, Wilson Lands e a vereadora Ana Portela.

Servidores afastados
De acordo com o Professor Juari, a primeira cobrança deve ser direcionada aos gestores, seja na esfera federal, seja na esfera municipal. Portanto, o diálogo com os servidores deve ser uma ferramenta para o enfrentamento na saúde mental.
“Quando não se tem diálogo, a violência prevalece. O que os presidentes dos sindicatos colocaram é a tentativa de dialogar com a Casa, pedindo para que os legisladores eleitos possam dialogar e não expô-los. Um servidor que é exposto numa rede social, ele pode ter complicações severas, principalmente no âmbito psicológico”.
“A possibilidade de dialogar numa medida razoável de cobrar os responsáveis para o melhoramento da saúde, não só de Campo Grande, mas também do Estado e do Brasil. Fazer com que a Sesau converse mais com os servidores. A gente bate no quesito do diálogo, de ouvir. Muitos estão pegando atestado, levando, inclusive, ao suicídio. Queremos colocar a Casa como ponte entre os servidores da saúde e a administração”, finaliza.
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