Na manhã de ontem, um acidente na Avenida Guaicurus expôs a fragilidade dos ciclistas no trânsito de Campo Grande. Uma ciclista de 45 anos foi atropelada por um carro enquanto pedalava no meio da pista. O caso acende um alerta sobre a segurança e os direitos dos ciclistas, previstos no CTB (Código de Trânsito Brasileiro).
O CTB estabelece diretrizes claras para o trânsito de bicicletas. O artigo 58 determina a preferência por ciclovias, ciclofaixas ou acostamentos. Na ausência destas, o ciclista deve usar o bordo da pista, no mesmo sentido dos veículos motorizados. Outros artigos abordam equipamentos obrigatórios e a distância lateral para ultrapassagem.
Paulo Ricardo Martins Nunez, coordenador do projeto MS Pedalando para o Futuro, ressalta a importância da educação desde cedo. “Nosso projeto ensina crianças a pedalar e as instrui sobre as leis de trânsito”, afirma. Ele destaca que o respeito mútuo entre ciclistas e motoristas é fundamental. “Ambos precisam ter o respeito um pelo outro”, completa.
Em Campo Grande, grupos de ciclismo têm crescido, especialmente após a pandemia. No entanto, a infraestrutura cicloviária ainda é deficitária.
Orientações para ciclistas
Assim, Paulo Ricardo explica que os grupos orientam seus membros sobre os cuidados necessários. “Sempre passam orientações aos ciclistas do grupo e esse cuidado que eles têm que ter com os carros”, diz. Ele menciona a importância do uso de equipamentos de segurança como capacete e luzes.
Para ciclistas iniciantes, as orientações são constantes. “Sempre quando sai para algum passeio ou deslocamento, esses grupos sempre fazem uma orientação”, explica Paulo Ricardo. Ele enfatiza a necessidade de sinalizar manobras e o respeito entre os usuários da via. “Precisa ter uma empatia entre o motorista do carro e o ciclista”, conclui.
Ainda assim, a sensação de vulnerabilidade é latente entre os ciclistas de Campo Grande. “Realmente existe uma sensação de insegurança do ciclista”, afirma Paulo Ricardo. Ele cita a falta de interligação entre percursos e as condições inadequadas das vias. “Tem muito buraco, ou às vezes tem obstáculos parados em cima da via”, lamenta.

Sensação de insegurança
Dijalma Mazali Alves, advogado e ciclista, compartilha essa percepção. “Não apenas sensação de insegurança, mas certeza de insegurança”, declara. Ele critica a falta de respeito cultural dos motoristas. “Culturalmente o ciclista é visto por motoristas como empecilho”, completa. Dijalma relata sua experiência na Europa, onde o tratamento aos ciclistas é diferente. “Lá, quando o motorista avista um ciclista, ele o trata com respeito”, compara.
Com isso, para melhorar o trânsito em Campo Grande, Paulo Ricardo aponta a urgência de aumentar a malha cicloviária. “Precisamos aumentar urgentemente em Campo Grande mais ciclovia e ciclofaixa”, enfatiza. Ele também defende campanhas educativas contínuas. “A importância do respeito entre ambos, ciclistas e motoristas de carros”, salienta. Segundo ele, envolver as crianças nesse aprendizado é crucial. “A criança que aprende isso na escola, ela leva para a família dela”, acredita.
Dijalma Mazali sugere medidas práticas, como a demarcação das margens das vias com faixas amarelas. “A partir daí, a invasão deste espaço pelos demais veículos poderia ensejar a aplicação de multas”, propõe. Ele acredita que isso criaria uma referência visual para os motoristas.

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Tráfego sem ciclovias
Quando não há ciclovias ou ciclofaixas disponíveis, a segurança do ciclista depende de uma combinação de comportamento defensivo e visibilidade. Algumas recomendações importantes incluem:
Utilize o bordo da pista: Pedale sempre no bordo da pista de rolamento, no mesmo sentido do tráfego. Evite andar na contramão, pois isso dificulta a percepção dos motoristas e aumenta o risco de colisões frontais.
Mantenha-se visível: Use roupas claras ou com elementos refletivos, especialmente à noite ou em condições de baixa visibilidade. Utilize os equipamentos obrigatórios de sinalização da bicicleta (faróis dianteiro e traseiro, refletores laterais e nos pedais).
Seja previsível: Sinalize suas intenções com antecedência utilizando os braços (conversões, paradas). Mantenha uma linha reta e evite manobras bruscas.
Ocupe o espaço necessário: Em algumas situações, pode ser mais seguro posicionar-se um pouco mais ao centro da faixa para evitar ser “espremido” por veículos, principalmente em ruas estreitas ou com muitos buracos na lateral. No entanto, lembre-se de observar o tráfego atrás e facilitar a ultrapassagem quando seguro.
Redobre a atenção em cruzamentos: Cruzamentos são pontos críticos. Esteja atento ao fluxo de veículos em todas as direções e certifique-se de que os motoristas o viram antes de atravessar. Se necessário, desça da bicicleta e atravesse como pedestre.
Cuidado com veículos estacionados: Mantenha distância de veículos estacionados para evitar colisões com portas que se abrem repentinamente.
Evite distrações: Não utilize fones de ouvido que possam impedir a percepção dos sons do trânsito. Mantenha a atenção focada na via.
Respeite as leis de trânsito: Embora a bicicleta seja um veículo mais vulnerável, os ciclistas também devem respeitar as leis de trânsito, como semáforos e placas de sinalização.
Comunique-se: Em situações de dúvida ou necessidade, tente contato visual com os motoristas para garantir que suas intenções foram compreendidas.
Planeje suas rotas: Se possível, escolha rotas menos movimentadas ou com melhor infraestrutura para ciclistas, mesmo que sejam um pouco mais longas.
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