Após evento, governadores dos países da Rota Bioceânica destacam avanços e integração
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Em coletiva de imprensa, governadores e representantes de todos os países que compõem a Rota Bioceânica – Chile, Argentina, Paraguai e Brasil – destacaram os avanços alcançados no 6º Foro de Los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico e quais serão os principais objetivos do 7º Foro, agendado para outubro em Jujuy, uma província no noroeste da Argentina.
A sexta edição, juntamente com o Seminário Internacional da Rota Bioceânica, chegou ao fim na manhã desta quinta-feira (20) em Campo Grande, após três dias de painéis e rodadas de negócios iniciados na terça-feira (18).
Todos os governadores destacaram a edição realizada em MS e o espírito de união e integração entre os gestores das várias nacionalidades. “Aqui, não falamos em nacionalidades, falamos em integração do cone sul, que vai desenvolver e trazer muito progresso”, pontuou Raul Silva Insfran, governador no Paraguai, e um dos participantes do fórum de governadores.
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“O próximo passo não é só terminar as obras, mas também desenvolver nossos povos. Já estamos trabalhando em todos os níveis há vários meses para que todos os problemas sejam resolvidos até o começo das operações da rota”, completou o governador paraguaio.
Ricardo Diaz Cortes, governador de Antofagasta, no Chile, detalhou o trabalho que tem sido desenvolvido entre os gestores das províncias e regiões.
“Desde 3 anos atrás os governadores se comprometeram a trabalhar nessa integração. Agora, os desafios reais que temos com essa integração é estabelecer normativas comuns e promover iniciativas para que o povo também se sinta integrado. Se abre agora uma grande oportunidade de intercâmbio cultural e educativo”, assinalou.
Entrada de outros países
Ainda na coletiva, os gestores destacaram o trabalho que está sendo feito em um documento que permitirá que a Bolívia se integre ao corredor. O país, que originalmente não terá estradas da rota em seu território, poderá fazer uma ligação rodoviária até um dos braços do corredor.
“Com isso, vamos abrir caminho para outros que desejam integrar o corredor. Essa ideia surgiu no 5° Foro, ocorrido no Paraguai, aprofundado no 6º Foro e com estimativa de ser concluído no 7º Foro”, detalhou ainda Raul Insfran.
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O governador de Antofagasta ainda enalteceu a grandeza dessa obra. “As grandes obras da humanidade não se constroem de uma hora para outra. Várias pessoas foram sonhando e participando dessa construção. Da mesma forma acontece com essa rota”, destacou Ricardo Diaz Cortes.
Próximos passos
Os gestores elencaram ainda quais são os próximos passos a serem dados pelo grupo de gestores. Entre os temas prioritários estão as questões que envolvem as aduanas, e os desafios de unificar regramentos e legislações para que o trânsito de cargas flua na rota, apesar de passar por vários países.
“É claro que são os governos federais que terão que tomar as decisões definitivas, mas temos que unificar, algo que não é pequeno, mas unificar a legislação para que um caminhão possa ter uma só regra para atravessar diversos países”, destacou Alejandro Eduardo Marenco, secretário de segurança da província e Jujuy, Argentina.
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Além de criar uma legislação própria para a logística de transporte terrestre da rota, o grupo também espera trabalhar questões relativas às matrizes econômicas.
“Temos que pensar em mudanças até mesmo de matrizes econômicas para aproveitarmos todo o potencial da rota. Não importa de que lado político cada governador vem, está muito claro para nós que temos um objetivo comum e que todos querem trabalhar integrados por ele”, completou Alejandro.
Mato Grosso do Sul
O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, pontuou ainda a importância dessa integração para o futuro e sustentabilidade da rota.
“Todos nós que estamos aqui somos agentes políticos e temos ‘prazo de validade’, digamos assim, nessa atuação. Então precisamos e estamos trabalhando para que tudo permaneça independente de nós, quando já não estivermos mais nessas funções”, disse Riedel.
“É claro que vamos precisar de um longo tempo de consolidação até a gente enxergar todo o potencial existente entre os países, mas a crença nossa é absoluta: a gente está avançando numa estrutura que vai fazer toda a diferença para esses quatro países, em especial para esses oito estados que estão aqui, e mais a Bolívia, todos que conectam de alguma forma na rota”, finalizou.
*Matéria editada às 8h40 do dia 21/02 para correção de informação sobre Alejandro Eduardo Marenco, secretário de segurança da província e Jujuy, Argentina.
Confira a cobertura do Midiamax sobre este evento:
- Seminário Internacional da Rota Bioceânica tem início em Campo Grande
- Campo Grande terá aplicativo para turistas e motoristas da Rota Bioceânica
- Na Capital, ministro Parkison pontua desafios com prazos para obras da Rota Bioceânica
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