O Pantanal de Mato Grosso do Sul vivencia, em julho de 2025, um cenário diferente do período de estiagem de 2024, pois o bioma registra queda de 97,12% em focos ativos detectados por satélite. Em Corumbá, cidade que bateu recordes de queimadas, as equipes do Corpo de Bombeiros estão mobilizadas para combater incêndios na área urbana.
O monitoramento do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indica que julho deste ano registrou apenas 35 focos ativos, enquanto o número foi de 1.218 em julho de 2024. A queda é ainda maior comparando o mês de junho, que sai de 2.639 para apenas 16, uma redução de 99,39%.
Conforme o sargento, André Marti, do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, as áreas pantaneiras continuam com brigadas avançadas, como a Serra do Amolar. Entretanto, a preocupação dos últimos dias com a estiagem se concentra na área urbana.
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“Por enquanto, em Corumbá, somente focos na área urbana, como incêndios em vegetação e terrenos baldios. Nas bases avançadas, eles [bombeiros] ficam em prontidão caso algum foco seja identificado”, descreve.
Entre segunda (21) e quinta-feira (24), equipes do Corpo de Bombeiros combateram oito ocorrências de incêndios florestais na área urbana, como em terrenos baldios e mata.
Ameno na estiagem
Até o próximo domingo (27), o Estado deve enfrentar baixa umidade relativa do ar e tempo seco. O Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) explica que a condição está associada à atuação de um sistema de alta pressão atmosférica, que inibe a formação de nuvens e a ocorrência de precipitações, mantendo o tempo firme.
A presença de ar seco contribui para a redução significativa dos níveis de umidade relativa do ar, com valores variando entre 15% e 30%, caracterizando situação de atenção para baixa umidade em todas as regiões do Estado.
Entretanto, na segunda-feira (28), há possibilidade de chuvas de intensidade fraca a moderada. De forma localizada, não se descarta a ocorrência de tempestades acompanhadas de descargas elétricas e rajadas de vento.
Essa configuração atmosférica está associada à aproximação e ao avanço de uma frente fria, combinada ao transporte de calor e à umidade proveniente do norte do país. Além disso, a atuação de uma área de baixa pressão sobre o Paraguai e o deslocamento de cavados favorecem a intensificação das instabilidades sobre a região.
Operação Pantanal 2025
Em maio deste ano, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) iniciou a Operação Pantanal 2025, com o objetivo de proteger o bioma por meio de ações integradas de prevenção, fiscalização, investigação e responsabilização pelo uso irregular do fogo.
Além disso, o instituto publicou editais de notificação preventiva com orientações específicas aos proprietários de imóveis rurais do Estado. As obrigações previstas nos editais incluem:
- Construção de aceiros no entorno de áreas lindeiras à vegetação nativa, como Reservas Legais, APPs (Áreas de Preservação Permanente) e outros remanescentes florestais;
- Capacitação da mão de obra e disponibilidade de ferramentas, equipamentos e maquinários para ações de prevenção e combate ao fogo;
- Manejo adequado das pastagens, evitando acúmulo de vegetação seca e crescimento excessivo de gramíneas;
- Suspensão da queima de resíduos sólidos, folhas secas, restos vegetais e materiais orgânicos, ainda que em pequena escala;
- Manutenção de vigilância constante da propriedade;
- Articulação com vizinhos e atenção às normas locais sobre o uso do fogo.
Queimada controlada
Em breve, o Governo de Mato Grosso do Sul publicará uma portaria suspendendo a queima controlada no Estado. A decisão foi reforçada nesta terça-feira (22), durante a 20ª Reunião Ordinária do Cicoe (Centro Integrado de Coordenação Estadual), realizada na sala de crise da Polícia Militar, no Parque dos Poderes.
A ação é uma medida preventiva diante do agravamento das condições climáticas, comuns nessa época do ano. A queima controlada é uma técnica utilizada em atividades agropastoris ou florestais e consiste no uso planejado e autorizado do fogo em áreas específicas, visando prevenir incêndios florestais e controlar a biomassa acumulada.
A decisão parte do avanço da estiagem no Estado, especialmente nos municípios da região norte de Mato Grosso do Sul. As projeções do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) indicam um trimestre ainda mais quente e seco entre agosto e outubro.
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