Anúncios prometem remover restrições a veículos e até reintegrar motoristas em apps de mobilidade
Anúncios para burlar o sistema dos apps de corrida são encontrados em redes sociais
Taís Wölfert –
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Quem atua como motorista de aplicativo sabe que existem regras para adesão, dentre as quais estão modelos e ano de fabricação específicos para cada categoria. Quer dizer, se um veículo estiver fora do padrão da plataforma – velho demais ou com modelo que não atenda a certas exigências -, o motorista parceiro precisará providenciar outro veículo caso queira faturar com corridas.
A lista de veículos restritos costuma ser atualizada e publicada anualmente pelas plataformas, tais como a Uber, líder de mercado no Brasil. Contudo, em grupos de redes sociais voltados para este nicho, é possível encontrar quem consiga burlar este sistema e devolver as contas para os usuários.
Em meio a mudanças nas regras de aplicativos (a Uber, por exemplo, recentemente divulgou uma lista com carros que não serão mais aceitos para as corridas Black e Comfort), portanto, surgem os “burladores do sistema” – pessoas que conseguem gerar outra conta para o motorista ou fazer o carro “se adequar” ao que é exigido.
“Foi bloqueado ou teve cadastro negado? Fazemos sua conta e você volta a andar tranquilo”. O anúncio direciona para um número de WhatsApp. Ao entrar em contato basta solicitar o que se deseja e pronto, o outro lado dá um preço para o serviço e você aguarda.
Sistema
A reportagem contactou um dos números encontrados e foi informada que “devido a atualizações da Uber, o que tem gerado problemas, as contas Uber não estão sendo feitas”. Mas com relação ao 99, tudo continua funcionando “normalmente”.
O valor para uma conta da 99 é R$ 400,00, mais R$ 250,00 caso seja necessário aprovação do veículo. Para efetuar a “compra” o motorista precisa enviar a foto no perfil do aplicativo, nome completo e comprovante do pagamento. Então, é só esperar de duas a seis horas.
O “serviço” é feito para veículos com documentos atrasados, abaixo do ano e advindos de leilão.
Trabalho
O motorista de aplicativo Rodrigo Caçula Ferraz já teve sua conta na Uber bloqueada por um erro do aplicativo, que teria atribuído a ele antecedentes criminais. Assim, para conseguir continuar com a conta, ele teve que entrar em contato com o suporte e comprovar que não possuia nenhum antecedente.
Nas redes sociais, Rodrigo ainda não viu nenhum anúncio para burlar os sistemas dos aplicativos. “Mas, de certa forma, eu não julgo motoristas que compram conta, porque o aplicativo não dá uma opção para o motorista, não paga um valor decente das corridas, não dá um suporte técnico. Então, nós, motoristas, ficamos na saia justa”.
Ele destaca que, diferente dos motoristas, não haveria, atualmente, fiscalização em cima dos aplicativos.
“Hoje a gente não tem um suporte técnico que a gente possa ligar, não tem mais atendimento presencial em Campo Grande. Hoje se você precisar reclamar alguma coisa é só por chat, não tem nem número para você ligar, então tanto o motorista quanto o passageiro fica numa saia justa. É uma situação bem delicada nessa questão de comprar contas, porque o cara precisa trabalhar, não tem jeito, acho que todo mundo precisa trabalhar. O motorista precisa, eu preciso, então é um pouco complicado esse assunto”, opina.
Aplicativos
O Jornal Midiamax entrou em contato com a Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia) para saber qual é o posicionamento das empresas perante os casos que burlam o sistema. Em nota, a associação frisou que tem a segurança dos parceiros e usuários como prioridade, além de frisar que esse tipo de comportamento pode implicar em questões legais.
Confira a nota completa:
“As empresas associadas à Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec) informam que a segurança de parceiros e usuários é prioridade em suas operações. Não é autorizado pelas empresas nenhum tipo de comercialização de conta e o uso de contas falsas é uma prática proibida, podendo levar a implicações legais para os envolvidos. As plataformas possuem sistemas que buscam inibir práticas fraudulentas que, quando detectadas, são punidas inclusive com o banimento das contas.
No caso dos motoristas, para utilizar o aplicativo é necessário cadastrar na plataforma seus dados pessoais, documentos e foto, possuir carteira de habilitação regular, além de passar por checagem regular de apontamentos criminais, entre outras exigências. É preciso ainda registrar dados do veículo a ser utilizado, seja carro próprio, alugado ou de terceiros, cuja documentação deve estar em dia. Os dados do motorista parceiro e automóvel são validados em sistema oficial do governo. Como forma adicional de segurança, é solicitado periodicamente aos motoristas parceiros selfies para confirmar a identidade do condutor.
As plataformas investem e trabalham continuamente para buscar cada vez mais proteção por meio de ferramentas tecnológicas que atuam antes, durante e depois de cada viagem. Motoristas e usuários contam com diversos recursos em viagens pelo aplicativo como gravação de áudio e compartilhamento de localização, além de seguro para despesas médicas.
As empresas colaboram com as autoridades de segurança pública para discutir alternativas e soluções que visam gerar ainda mais segurança. As plataformas têm buscado parcerias com a Polícia Militar para inibir ações criminosas por meio da integração ao sistema 190, o que já é realidade nos Estados do Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Amazonas e Pará”.
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