Após oito meses de tratamento e reabilitação, Valente, jovem macho de anta, voltou ao seu habitat natural no dia 25 de abril. O animal havia sido resgatado em agosto do ano passado pelo Onçafari, vítima dos incêndios de grandes proporções que atingiram o Pantanal.
Valente recebeu tratamento na base Caiman Pantanal, no Mato Grosso do Sul. Quando foi resgatado pela ONG, foi encontrado em condições bastante debilitadas e com queimaduras graves nas quatro patas.
Segundo o veterinário do Onçafari, Ricardo Arrais, foram cerca de cinco meses de tratamento médico intensivo. “De agosto a dezembro nos dedicamos assiduamente a melhorar a saúde do Valente. Utilizamos pomadas cicatrizantes, ozonioterapia, laserterapia, pele de tilápia e garantimos todo o conforto térmico para auxiliar na recuperação de suas lesões”, explica.
Após finalizar o tratamento médico, Valente foi transferido para uma área de reabilitação, onde ganhou peso, praticou atividades como caminhada e nado e teve uma rotina intensa de exercícios. Atualmente, o animal está com cerca de dois anos.
A bióloga e coordenadora de Operações da Base Caiman Pantanal, Lilian Rampim, conta detalhes sobre a readaptação. “Em janeiro deste ano, foi transferido para um recinto do Onçafari com 1 hectare de área e características próximas ao seu habitat natural, com acesso à vegetação nativa e a um grande açude, proporcionando oportunidades para o nado. Isso foi essencial para a readaptação dele”.
Antes de ser solto na natureza, Valente recebeu brincos de rastreamento para ser possível fazer o monitoramento em seu habitat natural. “Quando avaliamos que ele estava em forma e apto a se alimentar por conta própria, fugir de predadores ou embate com outras antas, soltamos ele definitivamente na mesma região em que foi resgatado. Agora, seguimos com acompanhamento posterior para entender como está o dia a dia dele, que segue saudável e bastante explorador”, explica Ricardo.



Sobre a ONG
O trabalho de resgate, tratamento e soltura do Valente envolveu mais de 10 profissionais do Onçafari: os veterinários Ricardo Arrais e Camylla Silva Pereira, além de quatro guias de campo e oito biólogos, incluindo Lilian Rampim, que atua também como coordenadora na ONG.
A reintrodução de animais na natureza é uma das oito frentes de atuação do Onçafari, ONG que também desenvolve projetos nas áreas de advocacia, ecoturismo, pesquisa científica, impacto social, educação ambiental, preservação de florestas e combate a incêndios.
Presente em quatro dos principais biomas brasileiros — Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica —, a organização trabalha para conservar a biodiversidade e promover a convivência harmoniosa entre fauna, flora e comunidades locais.
Nos últimos anos, o Pantanal tem enfrentado incêndios cada vez mais frequentes e intensos, impulsionados pelas mudanças climáticas. Mais de 2,6 milhões de hectares já foram devastados, gerando danos irreversíveis à fauna, à flora e às populações da região.
Além da base Caiman Pantanal — onde o resgate do Valente ocorreu —, outras áreas protegidas pelo Onçafari também foram atingidas pelo fogo: as reservas Mutum e Santa Sofia, no Mato Grosso do Sul, e São Francisco do Perigara, no Mato Grosso.
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