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Cotidiano

Acampada na Av. Duque de Caxias, família venezuelana tenta arrecadar dinheiro para retornar ao Peru

Recentemente, decidiram desembarcar em terras brasileiras, mas as oportunidades não surgiram como o esperado
Jennifer Ribeiro, Rodrigo Santos -
Família venezuelana acampada em canteiro tenta retornar ao Peru. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Uma família venezuelana acampada na Avenida Duque de Caxias, em , tenta arrecadar dinheiro para retornar ao Peru, país em que viveu nos últimos quatro anos. Segundo o patriarca, ele, a esposa e seus três filhos — de 4, 8 e 9 anos — estão na capital sul-mato-grossense há quatro meses.

A família foge de uma realidade cruel vivida na . Para a reportagem, contam que, no país natal, tinham apenas o café da manhã como refeição diária, então, foram para o Peru.

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Recentemente, decidiram desembarcar em terras brasileiras, mas as oportunidades não surgiram como o esperado. Agora, tentam arrecadar quantia suficiente para custear as passagens até . De lá, a família seguirá para o Peru, onde consideram ter mais oportunidades.

Família está acampada na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande. (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

“Estamos com dificuldades para conseguir documentos. Estamos aqui há 120 dias e não temos trabalho. Estamos passando por dificuldades. Não fomos bem recebidos aqui [no Brasil]. O povo é muito xenofóbico. Até tem quem ajuda e nos entende, mas muitos nos tratam mal”, lamenta o homem, de 30 anos.

Segundo a mulher, de 22 anos, todas as noites eles montam a barraca em frente a um atacadista da região. Sem possibilidade de evoluir por aqui, eles têm outros planos. “Estamos pedindo ajuda pra comprar uma passagem pra ir até Corumbá. De lá, vamos voltar para o Peru, que está melhor”.

Ação da SAS

Recentemente, equipe de fiscalização da Prefeitura de Campo Grande percorreu canteiros de avenidas movimentadas da Capital para alertar famílias sobre possível trabalho infantil. Parte do trabalho realizado pela SAS (Secretaria de Assistência Social) seria “desmascarar” os responsáveis que possuem casa e trabalho, mas que estariam usando os filhos para sensibilizar motoristas.

Questionado sobre isso, o patriarca nega que este seja o caso da família. “No nosso caso, isso não existe. Estamos sem trabalho, não temos casa. Onde vamos deixar as crianças? Elas têm de ficar com os pais”, afirma. “Não usamos nossos próprios filhos pra chamar atenção. Eles só estão junto da mãe e do pai”, pontua.

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