Chove no Pantanal de Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (9), dando uma trégua para o bioma que sofre com os incêndios florestais. Com a chegada da frente fria já são dois dias sem focos de queimadas ativos, mas o trabalho dos brigadistas não para e agora é o momento de rescaldo.

A tenente-coronel Tatiana de Oliveira, diretora de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, comemora a chuva, mas afirma que não é possível descansar. O trimestre entre agosto e outubro é considerado o mais crítico para os incêndios florestais.

Uma equipe do Corpo de Bombeiros, em monitoramento na região de Pedro Gomes, registrou em vídeo por que o trabalho de rescaldo é tão importante. Apesar de não ter foco ativo e o clima estar ameno, o solo ainda estava em brasa, queimando e podendo se tornar um novo foco.

“Essa é a nossa preocupação e mesmo com a chuva precisamos percorrer essas áreas e fazer o rescaldo para minimizar as chances de um novo foco”, conta ela.

Área queimada chega a 1 milhão de hectares

A atualização do boletim da Operação Pantanal indica que a área queimada neste ano chega a 1.089.600 hectares, o que significa um aumento de 3.7981,4% comparado a área atingida no ano passado. Foram registrados neste ano 5,4 mil focos de calor.

O subcomandante-geral da operação, Coronel Adriano Noleto Rampazo, informa que a semana foi de trabalho intenso na região da Serra do Amolar, Porto da Manga, fazendas de Aquidauana e na BR-262.

“As condições de vento muito forte, o fogo se espalhou por várias fazendas. Conseguimos proteger as sedes das fazendas. Nas condições que estavam de vento e baixa umidade, o combate direto é muito complicado, coloca nossa equipe em risco. Priorizamos, as vidas e propriedades. Em alguns casos, jogamos água nas próprias casas para prevenção. Apesar da chuva, as equipes continuam atuando, pois pode ter amenizado a fumaça, mas ainda tem muita brasa ativa”.

Na região de Miranda, Rampazo comenta que foram feitos combates e ações preventivas para proteger pesqueiros, hotéis e propriedades. “Vamos aguardar a intensidade da chuva para montar novas estratégias”.

Ao todo, 106 bombeiros estão atuando no momento nas regiões pantaneiras, com apoio de 79 agentes da Força Nacional, 233 brigadistas do Prevfogo, 23 aeronaves e 60 veículos.