Na noite desta quarta-feira (7), a prefeitura de Campo Grande derrubou barracos na comunidade Homex e moradores dizem que foram expulsos dos barracos, sem poder levar seus pertences. Conforme os relatos, havia crianças e um bebê recém-nascido entre as famílias. Além disso, os moradores alegam que estão no local há dois anos e que não receberam ordem de desocupação.

Em vídeo compartilhado por pessoas da comunidade, é possível ver patrolas e equipes da GCM (Guarda Civil Metropolitana) realizando as demolições. Confira:

“Passamos uma das maiores humilhação da nossa vida. Nós invadimos um terreno que já fazia parte da Homex, onde os guardas civis chegaram com patrol, derrubando tudo, sem deixar a gente tirar nem sequer nada, desrespeitando crianças e idosos com racismo”, disse Andressa Sanabria de Menezes.

A mulher relata que foi um momento muito difícil. “Eu sei que invasão é errado, mas eu estou desesperada, pois não tenho para onde ir, tenho 3 crianças pequenas e fui despejada, pois morava de aluguel”, disse.

Outra moradora, Wanelle Fernandes Alves Almeida, de 26 anos, disse que luta há dois anos por uma moradia.

“Tem muitas mães que precisam e agora ficamoss lutando para ganhar algo e os policiais xingando os filhos de macacos. Isso é injusto, eu tenho um bebê de 3 meses, eu tava lá, mas não deixaram nem tirar as coisas de dentro do barraco, já chegaram com patrola e derrubaram”, disse Wanelle.

Há outros relatos de moradores afirmando que alguns guardas teriam chamado as crianças de macacos. Sobre isso, a reportagem acionou a Guarda Civil para falar sobre o assunto. Não houve retorno, mas o espaço permanece aberto para acréscimo de informação.

Prefeitura diz que objetivo era evitar nova ocupação irregular

Em resposta ao Midiamax, a Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) informa que foi acionada para verificar uma tentativa de ocupação irregular em área próxima da comunidade Homex.

“No local, foram encontradas somente estacas de madeira antigas que estavam recém-montadas, sem a presença de qualquer pessoa no local. Não havia no local qualquer ocupação consolidada ou família morando. Para evitar a consolidação de uma nova ocupação irregular, as estruturas foram imediatamente removidas”, disse a Emha em nota.

Além disso, a agência destacou que a comunidade Homex está passando por um processo de regularização fundiária.

“Todas as famílias que compõem a comunidade já foram devidamente cadastradas, e os contratos de regularização já começaram a ser entregues. Por fim, a Emha esclarece que tais ações são realizadas conforme as determinações legais e visando promover a ordem pública e a segurança da comunidade”, finalizou em nota.

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