VÍDEO: Espécie de gato-mourisco vermelho é descoberto na Serra do Amolar

Mudanças climáticas na região pantaneira podem estar criando condições de sobrevivência para a espécie

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Descoberta da espécie avermelhada na região pantaneira (Divulgação, IHP)

Pela primeira vez na Serra do Amolar, no Pantanal de Corumbá, a 425 quilômetros de Campo Grande, uma espécie de gato-mourisco com pelagem avermelhada foi vista pelas câmeras de monitoramento.

A descoberta foi compartilha pela equipe de pesquisa do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), informando que o felino em risco de extinção foi registrado pelas câmeras trap na RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) Acurizal em novembro de 2022.

Os dados são de 53 mil dias de registros das armadilhas fotográficas, instaladas no Pantanal de 2009. As ferramentas já haviam registrados a espécie na coloração cinza.

Segundo o assessor de imprensa e pesquisador do instituto, Rodolfo Cezar de Sousa, a descoberta oferece novas perspectivas sobre os processos evolutivos das espécies e reforça a riqueza única da biodiversidade pantaneira.

“Dessa coloração avermelhada do gato-mourisco é mais comum em áreas secas e abertas. Esse avistamento em uma área como a Serra do Amolar sugere que as mudanças climáticas, deixando a região mais seca, podem estar criando condições para o gato-mourisco vermelho se adapte a novas áreas. Registros como este podem causas mudanças ecológicas no Pantanal e estamos totalmente envolvidos com isso”.

Pesquisa

Além disso, a pesquisadora Grasiela Portifiro, publicou o estudo na Revista Mammalia, no dia 4 de novembro. O felino, também conhecido como jaguarundi, é o menos estudado na América do Sul. São três principais pelagens, a preto-amarronzado, cinza e avermelhado.

“A forma cinza é a mais comum e já foi registrada em vários locais do bioma Pantanal, mas não na forma avermelhada até o momento. Neste estudo, relatamos o fenótipo avermelhado pela primeira vez no bioma. Os registros foram obtidos em novembro de 2022 por meio de armadilhas fotográficas na Reserva Acurizal. Relatos como este são importantes para entender os processos evolutivos que afetam a espécie ao longo do tempo”, diz a pesquisadora.

Confira:

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Instituto Homem Pantaneiro (@ihp_pantanal_)