Entre janeiro e julho deste ano, Campo Grande registrou 614 incêndios florestais. Em meio a isso, moradores têm agravado a situação ao atear fogo em terrenos baldios, gerando queimadas urbanas pela cidade. Nesta sexta-feira (26), um homem não identificado foi flagrado colocando fogo em uma pilha de entulhos em um terreno baldio no bairro Vila Albuquerque, em Campo Grande.

Conforme os moradores da região, o local é alvo de queimadas frequentes e a vizinhança precisa conviver com a fumaça. Embora as chamas não tenham atingido grandes proporções, a fumaça era vista de longe.

A ocorrência desses incêndios aumenta devido à falta de chuvas e pelas temperaturas acima da média. Dados do balanço do Corpo de Bombeiros, divulgados na quinta-feira, apontam que o mês já soma 105 ocorrências, com chances de superar junho, que teve 118 ocorrências, o maior pico do ano até agora.

Apenas na manhã desta quinta-feira (25), imagens de satélite da Nasa (Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) indicavam oito focos de calor em Campo Grande, sendo dois em uma área extensa. Na última terça-feira (23), um incêndio de grandes proporções assustou moradores no bairro Cerejeiras, conforme o Corpo de Bombeiros o fogo consumiu 50 hectares.

Incêndios trazem risco à saúde

Fumaça persiste na Avenida Ernesto Geisel
Fumaça persiste na Avenida Ernesto Geisel (Alicce Rodrigues, Midiamax)

Se expor por muito tempo a fumaça gerada por incêndios afeta a saúde. Conforme estimativas da OMS, a poluição do ar é responsável por cerca de 7 milhões de mortes prematuras por ano em todo o mundo, com mais de 300 mil ocorrendo na região das Américas.

Em um incêndio ocorre a queima de matéria orgânica que produz primariamente água e dióxido de carbono. A exposição aos gases faz com que crianças tenham o desenvolvimento pulmonar prejudicado, além de infecções respiratórias e piora na asma. Já entre os adultos, as doenças cardíacas e os derrames cerebrais são as principais causas de mortes prematuras atribuídas à poluição do ar.

Queimada é crime

Atear fogo em entulhos, matagal ou outro meio de propagação que pode levar a altos índices de fumaça é crime ambiental previsto em Lei Federal, com penalização, como sanções e multas que variam entre R$ 3.091,50 e R$ 12.366,00, dependendo a área afetada.

Conforme a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), neste ano mais 22 moradores receberam multas por queimadas urbanas na Capital. Em 2023, houve registro de 107.

Segundo a secretaria, rotineiramente ocorrem vistorias em todas as sete regiões do município. Uma vez identificada a queimada urbana, o proprietário do imóvel receberá uma multa, conforme o Código de Polícia Administrativa do Município, Lei n. 2909, artigo 18-A.

Além disso, a população pode contribuir diretamente, formalizando as denúncias relacionadas às queimadas através da Central de Atendimento, 156. Vale pontuar que a denúncia pode ser anônima. Em caso de incêndios, a população deve acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.

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