Os municípios de Corumbá e Miranda, distante 420 km de Campo Grande, amanheceram com chuva nesta quinta-feira (8). Apesar de pouca, a precipitação é suficiente para aliviar o calorão, a fumaça e os incêndios que pairavam no ar.

Conforme estação meteorológica do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), choveu menos de 4 milímetros na cidade, até às 8h desta quinta-feira. Mas, nas redes sociais, moradores comemoraram a chegada da chuva. O município é recorde no país em registo de focos de queimadas e sofre há meses com a ocorrência de fumaça. A chuva também deve auxiliar no combate às chamas que assolam o Pantanal há meses.

O trimestre entre agosto e outubro é considerado o pior para os incêndios florestais devido às condições climáticas. Vale lembrar que 2024 é um ano atípico, devido à seca histórica que atinge o Pantanal.

Área queimada chega a 1 milhão de hectares

A atualização do boletim da Operação Pantanal indica que a área queimada neste ano chega a 1.089.600 hectares, o que significa um aumento de 3.7981,4% comparado a área atingida no ano passado. Foram registrados neste ano 5,4 mil focos de calor.

O subcomandante-geral da operação, Coronel Adriano Noleto Rampazo, informa que a semana foi de trabalho intenso na região da Serra do Amolar, Porto da Manga, fazendas de Aquidauana e na BR-262.

“As condições de vento muito forte, o fogo se espalhou por várias fazendas. Conseguimos proteger as sedes das fazendas. Nas condições que estavam de vento e baixa umidade, o combate direto é muito complicado, coloca nossa equipe em risco. Priorizamos, as vidas e propriedades. Em alguns casos, jogamos água nas próprias casas para prevenção. Apesar da chuva, as equipes continuam atuando, pois pode ter amenizado a fumaça, mas ainda tem muita brasa ativa”.

Na região de Miranda, Rampazo comenta que foram feitos combates e ações preventivas para proteger pesqueiros, hotéis e propriedades. “Vamos aguardar a intensidade da chuva para montar novas estratégias”.

Ao todo, 106 bombeiros estão atuando no momento nas regiões pantaneiras, com apoio de 79 agentes da Força Nacional, 233 brigadistas do Prevfogo, 23 aeronaves e 60 veículos.

Chuva chegou às áreas mais críticas de incêndio

Poucos dias de ameno

A meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima) informa que houve chuva de 13 milímetros em Corumbá, exatamente nos pontos mais críticos de incêndio. Contudo, a partir da próxima semana, as temperaturas voltam a subir.

Entre esta quinta e sexta-feira (9), as mínimas na região variam de 9 a 15°C e máxima de 16 a 23°C. No sábado (10) e domingo (11), mínima de 10 a 12°C e máxima de 18 a 27°C. Há também aumento de 50% na umidade relativa do ar.

A previsão de fogo para o trimestre, com a chegava da chuva, reduz para índice de alerta.

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