Vem aí o 13º salário: Vai às compras em Campo Grande, viajar, pagar contas ou poupar?

Campo-grandenses pretendem guardar grana extra. Mais de R$ 4 bilhões vão movimentar a economia do Estado

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Foto: Alicce Rodrigues/ Jornal Midiamax

Final de ano chegando e, como sempre acontece nesta época, além dos comerciantes que aguardam ansiosos por esta data, milhões de brasileiros também contam os dias para receber o 13º salário. Também não é para menos, em Mato Grosso do Sul, mais de R$ 4 bilhões serão injetados na economia com o pagamento deste benefício.

Conforme os números divulgados recentemente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), ao todo serão pagos R$ 4,248 bilhões, um aumento de 12,5% em relação ao ano passado. A quantidade de pessoas que receberá o 13º aumentou em cerca de 84 mil, totalizando 1.211.446, mais de um milhão e duzentos mil beneficiários, entre trabalhadores, aposentados ou pensionistas; aumento de 7,5%, comparando com os dados de 2023.

No centro de Campo Grande, ouvimos algumas pessoas para saber o que vão fazer com o dinheiro extra e muitos pretendem pôr o ‘pé no freio’, não gastar tudo. “Sempre gosto de poupar! Tem gente que pensa em gastar, mas eu prefiro guardar e usar quando houver uma necessidade”, disse Tamires Santiago, que se mudou de Salvador (BA) há dois anos para a capital de Mato Grosso do Sul.

A professora deixa ainda um lembrete importante no início de cada ano, principalmente para quem tem filho em escola particular. “Tem o material escolar, tem a matrícula, tudo isso e outros gastos que envolvem também as crianças. Então, tem que usar com sabedoria, não pode sair gastando de qualquer jeito”.

Professora Tamires Santiago. Foto: Alicce Rodrigues/ Jornal Midiamax

13º salário movimentará mais de R$ 320 bilhões no país

No Brasil, o 13º salário deve movimentar mais de R$ 320 bilhões na economia. Cerca de R$ 92 milhões de brasileiros vão receber o benefício. Entre eles, claro, os aposentados. “Vou pagar alguma conta e ficar guardando depois, porque não pode gastar à toa. Do jeito que tá a coisa, hoje tá roxa”. A fala divertida, mas também consciente, é do aposentado Sebastião Marques, que, entre os locais de trabalho, atuou por mais de 10 anos na Solurb da capital.

Mas e quem não tem esse ‘pagode extra’? Como encarar a reta final de 2024 e início de 2025, como os autônomos, por exemplo? “Tem que trabalhar dobrado, ralar mais doído ainda e se programar para janeiro e fevereiro. O pessoal tá concentrado nas festas de Natal e final de ano, mas no meu caso é diferente”, comentou Luiz Fernandes, que tem uma Marcenaria.

No entanto, mesmo sem o 13º ele não reclama porque tem bons negócios nesta época. “Para mim, é uma área boa porque as pessoas querem ficar com a casa toda arrumada. Eu dou uma ajuda para ajeitar os móveis das casas dos clientes. É um período muito bom nesses últimos três meses do ano”, comemorou.

Luiz Fernandes, marceneiro. Foto: Alicce Rodrigues/ Jornal Midiamax

Primeira parcela até 30/11 e a segunda até 20/12

A maioria das empresas brasileiras paga o 13º salário em duas parcelas. O prazo para a primeira é até 30 de novembro e a segunda deve ser depositada até 20 de dezembro. Pertinho do Natal, data com muitas promoções e tentações nas lojas e na internet! Muitos podem gastar com a consciência tranquila, sem problemas, mas… “Quando começam as festas de final de ano, muita gente se empolga e quando chega no Ano Novo, tá endividado… aí não pode. A gente tem que pensar que tem muitas outras coisas lá na frente”, complementou a professora Tamires.

“As contas não param, tenho que me programar pra não passar apertado nos outros meses, como janeiro e fevereiro. Tem que ter equilibro, um jogo de cintura”, encerrou a entrevista ao Jornal Midiamax o marceneiro Luiz Fernandez.

Sebastião Marques, aposentado. Foto: Alicce Rodrigues/ Jornal Midiamax.

Lembra do Sr. Sebastião? Quando perguntamos a ele se ia comprar pelo menos presente para os filhos? Com mesmo bom humor, respondeu: “Eles se viram, são tudo de maior. Agora eles que têm que me ajudar, me dar alguma coisa”. Representando milhões de aposentados do Brasil, a maioria que recebe apenas um salário mínimo, então #ficaadica do Sebastião: “Se não correr atrás, já era! Se não economizar de um lado e do outro, tá na pedra”.   

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