VÍDEO: Usando spray de pimenta, GCM desocupa acampamento de famílias despejadas do Carandiru

GCM afirma que não usou de violência, nem material químico durante a ação, apesar de vídeo mostrar claramente o uso de spray de pimenta

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Reprodução (Vídeo – Fala povo)

Famílias que moravam no “Carandiru”, e ocuparam área no cruzamento das ruas Dinamarca com Rio da Prata, no bairro Tijuca, foram desalojadas pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) no final da manhã desta segunda-feira (13). Três pessoas foram detidas, dois homens e uma mulher. Os barracos que haviam sido montados no sábado (11) foram destruídos pelos agentes.

Segundo os desalojados, a GCM agiu com truculência na ação de desmontagem do acampamento e foi lançado spray de pimenta contra a população. Os detidos foram encaminhados para a 6ª DP (Delegacia de Polícia). Já a mulher, que alegou estar grávida, relatou estar passando mal, por isso, foi encaminhada para uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Viaturas da GCM (Nathalia Alcântara, Midiamax).

A GCM, no entanto, afirma que não usou de violência, nem material químico durante a ação, apesar de vídeo gravado por testemunhas mostrar claramente o uso de spray de pimenta.

Essas pessoas moravam no bairro São Jorge da Lagoa, no imóvel conhecido como “Carandiru”, na Rua Polônia, e receberam ordem de despejo da Justiça para desocupar o prédio. 

Em situação de vulnerabilidade socioeconômica, cerca de 40 famílias então ocuparam uma área no bairro Tijuca.

Viaturas da GCM (Nathalia Alcântara, Midiamax).

Com os barracos destruídos, os desalojados agora ocupam as calçadas da área. Entre eles há pessoas com deficiência e crianças. 

De acordo com a auxiliar administrativo Gabriele Rodrigues, de 26 anos, que é vizinha do local onde foi montado o acampamento, além da GCM, no local há funcionários da AMHASF (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários), também conhecida como Emha.

“Não posso deixar de manifestar minha indignação. Como mostra nos vídeos, há criança, há deficientes, há famílias. As pessoas estão desesperadas, desabrigadas, dormindo em barracas, ao relento. É direito do cidadão moradia digna. Irresponsável a forma em que as forças maiores conduziram a operação”, desabafa Gabriele.

Montagem do acampamento 

O grupo foi para o terreno por volta das 17h de sábado (11), após se organizarem em um grupo do WhatsApp. Horas depois, forças de segurança estiveram no local e impediram a ocupação. Mesmo assim, as famílias permaneceram no endereço e viraram a madrugada ao relento.

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