Uma semana após chegar ao pior nível da história, Rio Paraguai sobe 10 centímetros

Ainda é muito cedo para falar em melhora do nível do rio, que deveria estar ao menos 1 metro mais alto

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Rio Paraguai, em Corumbá (Foto: Alicce Rodrigues/Midiamax)

Após atingir a marca de 69 centímetros abaixo da cota zero, o nível do Rio Paraguai começa a subir. Nesta quinta-feira (24), a régua de Ladário marca 59 cm negativos, dez a mais do que no último dia 18. A melhora tímida é resultado das chuvas que caíram no Pantanal nos últimos dias.

Os dados de nível do Rio Paraguai são da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Ainda é muito cedo para falar em melhora do nível do rio, visto que o esperado para esse período do ano é de 1,71 metros.

Na última semana, foi registrado um volume de 16 mm e as projeções do modelo GEFS (Sistema de Previsão do Conjunto Global em inglês) indicam acumulado de 58 mm de chuvas para as próximas duas semanas. 

“As nossas análises sugerem que, a partir da primeira quinzena de dezembro, o rio deve superar a cota de 10 cm em Ladário. Esse é o limiar definido com base em estatísticas da série histórica para caracterizar o cenário de seca hidrológica”, explica o pesquisador em geociências Marcus Suassuna. Essa referência do SGB não se aplica à navegação ou a outros setores da economia.

Pior nível em 124 anos

O nível do Rio Paraguai nunca foi tão baixo. Ao menos nos últimos 124 anos, desde que a medição começou a ser feita, em 1900. No dia 8 de outubro deste ano, o recorde de 1.964 foi atingido e desde então a situação tem piorado, chegando a 69 centímetros abaixo da cota zero no dia 18 de outubro.

A régua de Ladário é usada como referência por pesquisadores do Pantanal, mas os dados do Imasul mostram que em todos os pontos monitorados do Rio Paraguai, a situação é de escassez grave. A falta de chuvas significativas é o principal motivo para que a estiagem avance de maneira tão grave.

Pode ser o fim do Pantanal?

Em entrevista ao Estadão, o climatologista Carlos Nobre disse que está assustado com a rapidez com que as mudanças climáticas avançam e acha que o Pantanal deve acabar até 2070. As afirmações são alarmantes e junto com o cenário enfrentado em 2024, nos fazem imaginar o futuro nessas condições.

Para entender sobre o possível fim do Pantanal precisamos relembrar qual a principal característica do bioma. A água. O Pantanal é uma planície alagável, formada por várias lagoas e com um regime de chuvas e secas historicamente bem definido. Porém, em 2024 o bioma está seco, sem cheia, sem lagoas, sem navegação e com muito fogo. Conforme os ambientalistas, este é um exemplo de como o Pantanal pode acabar.

As mudanças climáticas levaram o Brasil a vivenciar, em 2024, a pior seca de sua história. Não houve período de cheia, o Rio Paraguai atinge níveis extremamente baixos e os incêndios se alastram por Mato Grosso do Sul, na contramão de tudo o que o bioma representa.

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